NOTA 1- UMA GERAÇÃO PERDIDA
* Se levássemos em conta os comentaristas das televisões que estão analisando os jogos dessa Copinha de São Paulo, o futebol brasileiro estaria salvo.
O problema é que esses os enxergam de forma enviesada, e não percebem que o futuro do nosso futebol por conta da maioria dos jogadores que estão atuando na competição é trágico.
Trata-se do Sub-20 que representa sem duvida o último degrau da escada no processo futebolístico.
Os jovens estão mal preparados como replicas de um vídeo game, repetindo todos os erros que acontecem no profissional.
Estão imitando o que não presta, inclusive os procedimentos durante os jogos, com simulações para ganhar tempo, cai, cai, e sobretudo com a tática do biarticulado. Já assistimos diversas partidas e nenhuma deixou uma boa impressão, com a repetição que acontece a anos no futebol brasileiro.
Algumas goleadas escondem uma verdade de times sem a menor condição, e de outros que são de fachada para que empresários possam colocar os seus produtos na vitrine.
Vamos continuar batendo numa mesma tecla, ou seja, o futebol brasileiro precisa de uma refundação geral à partir do trabalho de base que é o segmento mais importante.
Se dependermos dessa Copinha para alguma melhora sem duvida o poço vai se aprofundar mais.
NOTA 2- A LEI DE INCENTIVOS AO ESPORTE
* O jornalista José Cruz publicou um artigo no Portal UOL, onde analisa a Lei de Incentivos ao Esporte, que financia de forma equivocada os negócios do futebol.
Na realidade como bem citou Cruz, quando esse projeto de Lei foi encaminhado para o debate, o seu objetivo era o de atender as modalidades fora do futebol.
Em dezembro de 2006, data da sua aprovação, a bancada da bola do Circo, entrou em campo e o futebol acabou sendo beneficiado.
Os clubes sob o pretexto do trabalho de base começaram a captar recursos para os seus Centros de Formação, e em muitos casos negociando os seus atletas sem nenhum retorno para os cofres públicos.
O dinheiro da Lei de Incentivos ao Esporte vem de quem tem imposto de renda a pagar, podendo destinar parte de sua divida para projetos esportivos, com limites de seis por cento as pessoas físicas e um por cento para as jurídicas.
Ou seja, é dinheiro que o governo abre mão para incentivar o esporte de forma equivocada, desde que esse mesmo em categorias menores já é profissional.
Não tem nenhuma fiscalização.
Na verdade existe uma necessidade da mudança do foco dessa Lei, trazendo-a de volta para os esportes olímpicos para a formação de atletas das diversas modalidades.
NOTA 3- NOVAS PROVAS NO ESCÂNDALO COLORADO
* As investigações do MP do Rio Grande do Sul sobre a gestão de Vitorio Piffero vem prometendo novidades. Até delação premiada está sendo prevista.
Foram detectados diversos contratos com varias empresas de construção civil, que teriam drenado cerca de R$ 10 milhões do clube, sob a liderança do então vice-presidente de finanças Pedro Affatato, e com um esquema de pagamento de propinas para dirigentes da época. O vice-presidente de futebol, Carlos Pellegrin, segundo a operação do MP, foi o maior beneficiado.
Porém foram encontradas transferências bancárias em favor de Alexandre Limeira e do próprio Piffero.
Existem outros fatos detectados que envolvem o vice de finanças, principalmente, o de uma empresa de turismo, que recebeu, ao longo de dois anos da gestão R$ 2.121.324,70 do clube. Affatato, segundo a investigação, recebeu repasses dessa.
Não vamos fazer juízo de valor sobre a culpabilidade ou não dos envolvidos, mas tudo que está sendo detectado tem a aparência de uma organização criminosa.
São coisas do futebol brasileiro.
NOTA 4- A MESMA PRAÇA, O MESMO JARDIM
* Nada de novo no reino pernambucano do futebol. Tudo como dantes na casa do Marquês de Abrantes.
O antigo trio de ferro que se transformou em trio de lata, contratou juntos quase três times, com jogadores sem grande expressão técnica, dentro do padrão financeiro do futebol local.
A rotina é a mesma.
Inicio da pré-temporada curta, graças ao calendário indecente, que não vai dar para preparar nada. Apresentação de jogadores para a imprensa, com cartolas emocionados segurando a camisa do clube, com o profissional dizendo que esse é o maior time do mundo. Depois os exames médicos e a preparação física.
A mídia juvenil se emociona com as coletivas dos contratados, que falam e não dizem nada. As perguntas são as mesmas, assim como as respostas que se perdem no ar.
O processo continua com jogos treinos tendo como adversários times fracos que não contribuem para nada. No final de tudo os treinadores dizem que as suas equipes estão prontas para o espetacular estadual, e para uma Copa do Nordeste sem grande expressão, mas na verdade é tudo que temos.
Os jogos oficiais irão começar nessa semana, sem uma divulgação, expressiva, e com esses serão tardes e noites de sofrência.
A única novidade será a presença da Torcida Jovem do Sport nos estádios com o apoio da nova diretoria do clube. É o que chamamos na contramão da história.
Um retrocesso total, que cedo ou tarde será cobrado pelos bons torcedores.
E assim segue a vida futebolística de Pernambuco.
NOTA 5- A GOLEADA ACACHAPANTE NA DESPEDIDA DE PERNAMBUCO NA COPINHA
* Santa Cruz e Náutico foram degolados na primeira fase da Copa São Paulo de Juniores, e receberam a companhia do Sport que caiu na segunda.
Faltava apenas a queda do Porto, fato esse que aconteceu com uma derrota contra o Corinthians no último jogo da fase, com um placar acachapante de 6x0. Uma despedida melancólica.
O Nordeste vai continuar com apenas dois representantes para a terceira fase.
O Visão Celeste de Parnamirim-RN, fazendo história na Copa, derrotou um outro time nordestino, o Fortaleza por 2x1, e o CSA após empatar no tempo normal por 1x1 venceu o Oeste na cobrança de pênaltis pelo placar de 3x2.
Pernambuco mais uma vez derrapou na curva e caiu no abismo.
Até nas bases o nosso futebol está capenga.
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