NOTA 1- O ADEUS AOS ESTADUAIS
* Nesse sábado teremos a abertura do estadual de Pernambuco com a realização de dois jogos.
Há muito tempo que esse modelo de competição foi atropelado pelos novos tempos, e somente as Federações insistem na sua formatação.
Até a emissora que manda e desmanda no futebol nacional já está reconhecendo que o moribundo não tem chance de sobrevivência, e a partir de 2020 irá abandonar a grande maioria retirando os aparelhos que ainda o mantém vivo.
Os estaduais são cadáveres ambulantes peregrinando do Norte ao Sul do país.
O Brasil é surreal, e faz parte do Sanatório Geral, como o único país do mundo que abriga essa superada competição. Na Europa à partir da 5ª divisão existem os regionais classificatórios para as divisões posteriores e funcionam muito bem.
Mas como somos sofredores vamos ter que aguentar por um pouco mais de três meses algo que representa o grotesco do futebol que é chamado de estadual.
Nos jogos de abertura nesse sábado o Sport enfrentará o ¨poderoso¨ Flamengo de Arcoverde em um ¨sensacional¨ encontro. Uma tarde noite de emoções e de xororôs.
Os clubes da capital contrataram 34 jogadores, e o Leão trouxe um time completo (11).
O outro jogo é mais equilibrado evolvendo Central e Náutico. O time caruaruense é sempre aquele que foi sem nunca ter sido, e todos os anos se apresenta como uma quarta força.
O alvirrubro contratou 9 atletas e começou mal o ano com uma derrota pela Copa do Nordeste contra o Fortaleza.
O incrível de tudo é que tanto o Sport, quanto o Náutico não tem 15 dias de pré-temporada que será feita no próprio campeonato.
Como não temos nada que fazer, vamos acompanhar os últimos dias de uma competição que fez parte de nossas vidas, mas foi tragada pela modernidade e não entendeu que isso estava acontecendo.
Haja sofrimento.
NOTA 2- O VICE-PRESIDENTE JURÍDICO DO INTER RECEBIA COMISSÕES
* O aprofundamento das investigações do período de 2015 e 2016 da diretoria do Internacional aos poucos vai descobrindo outros cartolas que se locupletaram dos recursos do clube.
A bola da vez é o advogado Marcelo Castro que era vice-presidente do setor jurídico do Colorado, que ocupou esse cargo por apenas oito meses e deixou a sua digital.
Segundo o Ministério Público do Rio Grande do Sul, uma das formas foi a de fraudar a Justiça do Trabalho. O MP encontrou pelo menos dois exemplos disso, envolvendo os jogadores Danny Morais e Christian.
O zagueiro celebrou um acordo de R$ 918.750,00 para encerrar uma reclamatória trabalhista. Porém, deste valor, ele repassou R$ 138.750,00 para uma pessoa de nome Henrique, que segundo a investigação é ligado a Marcelo Castro. O dinheiro, no final do processo, caiu nas contas ligadas ao ex-vice-jurídico.
Quanto a Christian abriu mão de parte do que o clube, em tese, lhe devia, ¨exatamente como ocorreu com a avença firmada com o atleta Danny Morais. O sistema foi o mesmo, com os depósitos de Christian feitos em uma conta de um intermediário que no final foi bater numa empresa ligada ao chefe do jurídico.
Tudo isso aconteceu em um clube que tinha uma boa transparência, imagine naqueles que são fechados com grandes cadeados.
O futebol brasileiro necessita de uma grande varredura, dede que está contaminado pela corrupção.
NOTA 3- O PERIGO DAS ENTRELINHAS
* O jornalista Claudemir Gomes publicou em seu blog um artigo com o título ¨O Perigo das Entrelinhas¨, chamando a atenção para a importância das entrelinhas, desde que nelas vamos encontrar informações, citações e afirmações que podem ser decisivas para as interpretações de textos. Muitas vezes são distorcidas.
O nosso jornalismo não tem a percepção do que acontece ao seu redor, e apenas traduz friamente algo que aconteceu e não busca a vertente social do fato.
Um exemplo foi a analise que fizemos sobre o jovem jogador do Cruzeiro que foi pego numa blitz policial portando maconha, quando mostramos a falta do acompanhamento no processo de formação.
Claudemir focou o seu artigo com base em um matéria publicada na última quarta-feira no caderno de esportes do JC, sobre a preparação do Sport para a estreia no Campeonato local, tendo o atacante Juninho como o personagem central.
De repente para enriquecer o texto, o jornalista cita o fato do jogador responder a um processo por ter agredido a namorada.
O fato aconteceu há quase dois anos ou mais, e o jovem continua pagando o preço por seu destempero, que na verdade é um problema para ser resolvido na Justiça, e não pelos jornais.
Onde está o sentimento de que todos merecem uma segunda chance.
Na verdade o jornalismo brasileiro é niilista e isso vemos em todos os seus setores.
Uma focagem perfeita por uma pena que conhece muito bem os meandros do jornalismo, e que passou pela escola da vida que é a mestra mais importante.
NOTA 4- A PRIMEIRA LIGA AQUELA QUE FOI SEM NUNCA TER SIDO
* Quem tem a lembrança da Primeira Liga que foi festejada e anos após tornou-se em um fantasma que vaga pelo Brasil afora?
Pelo segundo ano consecutivo essa entidade não conseguiu fazer o seu Campeonato. A exemplo de 2018, não há espaço no calendário do futebol brasileiro para realiza-la em 2019.
Na realidade os clubes perderam o interesse, por conta da pressão do Circo, e do maldito calendário do nosso futebol. Uma reunião ainda deve definir o seu destino. São três possibilidades: realizar o torneio no formato sub-23, aproveitar o grupo de times para reeditar uma espécie de Clube dos 13 ou extingui-la definitivamente.
Na realidade não existe nenhum espaço para mais uma competição enquanto os estaduais estiverem vivos.
O Calendário do espetacular futebol brasileiro tem mais jogos do que datas disponíveis.
Vamos e venhamos o melhor caminho para essa Liga é o de enterra-la em um buraco bem profundo.
São coisas do futebol brasileiro.
NOTA 5- AS COTAS PAGAS PELA GLOBO AOS ESTADUAIS
* Possivelmente esse ano de 2019 será o último que terá a Globo como dona dos direitos de transmissão da maioria dos estaduais.
A falta de interesse por essa competição levou aos responsáveis pela Platinada a decidirem a retirada do apoio. Pelo andar da carruagem só o Campeonato Paulista terá a vida alongada por mais uns anos.
Os valores que são pagos por esses direitos são bem diferenciados, com o Paulista recebendo a maior cota, de R$ 112,7 mil e o Cearense com apenas 1,90 mi.
CAMPEONATOS
PAULISTA- R$ 112,7 mi,
CARIOCA- R$ 91,5 mi,
GAÚCHO- R$ 35,1 mi,
MINEIRO- R$ 35,1 mi,
PARANAENSE- R$ 5,4 mi,
CATARINENSE- R$ 5,0 mi,
PERNAMBUCANO- R$ 4,0 mi,
PARAENSE- R$ 3,2 mi,
BAIANO- R$ 2,6 mi e,
CEARENSE- R$ 1,9 mi.