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Escrito por José Joaquim

NOTA 1- UM LEÃO SEM FUTURO

* Não nos envolvemos na política do Sport, desde que tudo que poderíamos fazer pelo clube o fizemos, quando participamos de sua diretoria.

Hoje a decepção é tão grande que evitamos passar à frente de sua sede por conta do aspecto do seu patrimônio. Apesar disso há 52 anos pagamos a nossa mensalidade como sócio patrimonial, que nos dá o direito de emitir uma opinião sobre o seu futuro.

Estamos com o processo eleitoral bem próximo de acontecer, com duas chapas sem um projeto definido para uma instituição que está vivendo um dos piores momentos de sua história por conta de uma gestão desastrada e desastrosa.

Ao lermos as ideias dos dois candidatos, ficamos convictos de que o Velho Leão não tem futuro.

O candidato Milton Bivar propõe um sistema de voluntários para dirigi-lo, algo tão fora de propósito no mundo globalizado, que torna-se uma peça de humor.

Nenhum clube pode ser dirigido em uma mesa de restaurante, e sim por profissionais de cada setor, e em especial o futebol que a cada dia está sendo entregue aos especialistas.

Voluntário é bom para um bate-papo depois do trabalho de cada um, mas dirigir um entidade como o Sport com tal sistema é na verdade voltar aos tempos das rifas e dos jornais velhos.

O amadorismo morreu há um bom tempo.

Enquanto isso, Eduardo Carvalho, o segundo candidato, tem como plataforma a vaga na Libertadores, algo que está muito longe para um time da Segunda Divisão. É pouco para uma clube que está à beira do precipício e que necessita de um projeto de refundação. 

Sem propostas factíveis o Velho Leão irá sofrer por um longo tempo.

Vamos repetir o que falamos na primeira reunião da diretoria do clube em 1991, que estava com uma crise financeira gigantesca, sem lenço e documento: ¨O Sport é uma mina de ouro¨. Quatro anos após era uma dos mais organizados do país.

O Leão é forte mas tem que ser alimentado por profissionais.

NOTA 2- POUCA RECEITA PARA UM GRANDE PÚBLICO

* O Flamengo teve a maior média de público na história dos pontos corridos com 47 mil torcedores por jogo, 13 mil a mais do que o segundo lugar, São Paulo.

Segundo dados do site sr goool a receita bruta do time da Gávea foi de R$ 25.348.501,50, uma média de R$ 1.334.131,66 por partida. A receita liquida após a redução dos custos foi de R$ 3.384.230,67, ou seja, R$ 178.117,40 por jogo.

As despesas representaram R$ 21.964.270,83, o que representa 87% da receita. Os custos com o Maracanã são asfixiantes, são taxas que engolem os valores obtidos com a venda dos ingressos. No seu último jogo com um recorde de público pagante, e com a redução dos valores dos bilhetes, no final deu prejuízo.

A Federação local que não tem nada com o Brasileirinho, que é uma competição do Circo, colocou em suas burras por conta dos jogos do Flamengo, R$ 1.267.425,05. Algo está errado.

Por sua vez, o Palmeiras que foi o terceiro colocado na média de público, com 32.357 pagantes por jogo, teve uma receita bruta de R$ 37.186.554,52 e uma liquida de R$ 23.750.478,80, maior do que o premio pago pelo Circo por conta do título.

O Allianz Parque que é próprio tem custos bem menores, com um total de R$ 13.436.082,72, o que representa 36,1% bem longe dos 87% da equipe carioca.

O alviverde teve a maior arrecadação da competição com preços dos ingressos mais elevados.

Na realidade os números deixam um recado claro para o Flamengo, mostrando que existe uma necessidade da construção de um estádio próprio.

NOTA 3- A AÇÃO DO MP CONTRA O CIRCO DO FUTEBOL SERÁ JULGADA NA VARA CÍVEL

* O Circo do Futebol Brasileiro bem que tentou extinguir a Ação do Ministério Público do Rio de Janeiro contra a decisão dessa entidade que alterou o peso dos votos na sua Assembleia Geral Eleitoral para favorecer as federações estaduais, sem a presença dos clubes das duas divisões nacionais na reunião, mas não conseguiu. 

O desembargador Lúcio Durante que tinha pedido vista, apresentou na última terça-feira o seu voto nessa disputa. Ele acompanhou os votos dos outros dois magistrados que compõem a 19º Câmara Cível que não concordaram com a remessa da ação para o Juizado do Torcedor que é ágil, e que essa deveria ser julgada na Vara Cível, mas não aceitaram o pedido dos advogados do Circo para o arquivamento do pleito, ou seja ele será devidamente analisado.

Como o Circo do Futebol tem muita influência na Justiça do Rio de Janeiro, fato esse que não acontece no Juizado do Torcedor, não sabemos se devemos comemorar essa decisão, mas pelo menos o processo irá continuar e o Ministério Publico poderá mostrar as suas cartas com referencia a um tema que sem duvida é uma vergonha.

Se por acaso a ação seja julgada procedente a eleição do clone Rogerio Caboclo será anulada.

Com a cartolagem que temos mesmo com a determinação judicial será difícil de uma mudança. Somente a Lava Jato que está de vento em popa poderá resolver os problemas do futebol.

NOTA 4- AS CANGALHAS DE OURO 

* Foram duas festas para a premiação dos ¨melhores¨ do Brasileiro, ambas insossas sem nenhuma emoção. Achar o melhor nesse futebol brasileiro é como procurar uma agulha no palheiro.

Por outro lado a ESPN escolheu os piores jogadores, esquecendo de outros segmentos que atuaram de forma exponencial para avacalhar a competição.

Esses disputaram o troféu ¨Cangalha de Ouro¨

Começamos pelos dirigentes, e pelo menos cinco desses mereciam o troféu, Pedro Abade (Fluminense), Alexandre Campello (Vasco), Leonardo de Oliveira (Paraná), Ivã de Almeida (Vitória) e Arnaldo Barros (Sport).

O do rubro-negro pernambucano ganhou com uma larga diferença de votos para os demais.

Por outro lado, o protagonista da competição foi  a arbitragem.

Quantos resultados foram modificados por conta das lambanças. O representante desse setor foi Dewson Freitas que abusou de errar. Um vexame geral, começamos e terminamos com erros.

Entre os técnicos o premiado foi Jair Ventura que quase leva o Corinthians para os braços da Caetana.

Claudinei de Oliveira embora tenha conseguido tirar a Chapecoense da degola, dirigiu na temporada outros dois clubes, Sport e Paraná, que foram rebaixados. Esse escapou de ser tri. Marcelo Oliveira, do Fluminense também foi bem votado.

O Prêmio Cangalha de Ouro foi para o Circo do Futebol que conseguiu destruir a sua maior competição. e teve um vexame com a seleção ¨bem dirigida¨ pelo Encantador Tite, que voltou para casa mais cedo. 

A entrega dos troféus será numa festa no Bola Preta, no Centro do Rio de Janeiro, lugar bem adequado para uma festa como essa.

NOTA 5- A TRAVE SALVOU O FURACÃO

* O empate foi de bom tamanho para o Atlético-PR no primeiro jogo da final da Sul-Americana. Uma vitória em casa separa o o Furacão da conquista do título, embora o Junior de Baranquilla tenha que ser respeitado.

Sem jogar um bom futebol, a equipe paranaense foi eficiente, ao superar a pressão da torcida, a força do adversário e terminou empatando em 1x1.

O time colombiano no embalo da torcida que lotou o estádio, iniciou o jogo na pressão, mas a ansiedade acabou atrapalhando as suas investidas. O Furacão, por sua vez não conseguia chegar com perigo no primeiro tempo.

O segundo foi melhor, e o Atlético fez em um minuto, o que não tinha feito em toda a fase inicial. Perdeu um gol, e aos cinco minutos, Pablo abriu o placar. Não chegou a comemorar, desde que dois minutos após o Junior empatou e voltou a tomar conta da partida. O rubro-negro passou a jogar na defesa.

Aos 25 minutos um pênalti cometido por Rony deu a chance do desempate para a equipe mandante, mas Rafael Perez bateu com muita força, carimbou a trave salvando o Furacão, que sustentou-se na defesa e no final conseguiu um bom resultado, contra um time muito organizado e que pode endurecer na Arena da Baixada.

Escrito por José Joaquim

O título desse artigo é da autoria do jornalista Luciano Martins Costa, que há anos foi publicado no site ¨Observatório da Notícia¨, o qual afirmou que ¨o futebol é a doença infantil do jornalismo brasileiro¨.  

Na ocasião ele lembrou que em 1920, Vladimir Ilich Lenin, em um ensaio publicado, criticava a esquerda alemã por tentar isolar os dirigentes das massas operárias, acreditando que saberiam buscar seus objetivos, fazendo uma analogia com a imprensa esportiva, que finge que o futebol pode ver tudo só com o talento e a torcida, apesar dos problemas com a estrutura dirigente dos clubes.

Na última segunda-feira assistimos a alienação do setor através de duas solenidades para a premiação dos melhores do Brasileirinho. Como arrumar melhores numa competição fraca, sem qualidade, e com nada para se comemorar. Parecia que o futebol brasileiro era o melhor do mundo.

O jornalismo esportivo deixa de lado o seu espírito crítico, quando a bola começa a rolar e esquece totalmente o seu dever de formador de opinião. A maioria dos jogos são péssimos, mas alguns comentários nos levam à Ilha da Fantasia, quando mostram algo que na realidade não aconteceu.

Os desmantelos nos esportes são esquecidos, para dar lugar as louvações e ufanismos. Ignorar tais fatos, como os abusos cometidos na organização dos campeonatos, é sem duvida um comportamento infantil.

O maior exemplo é o Circo do Futebol e seus três ex-presidentes, onde o silencio imperou e poucas vozes foram ouvidas pedindo uma profunda investigação.

A cobertura do dia a dia dos clubes é praticamente um verdadeiro feijão com arroz. Criaram as famosas entrevistas coletivas, que são do nada para o nada. As mesmas conversas, as mesmas palavras, na maioria sem conteúdo. Uma verdadeira plastificação.

Muitas vezes ouvem um assessor de imprensa, que também nada de útil produz. Poucos conseguem levantar os seus problemas, e as coisas erradas que acontecem no entorno dos clubes. Aqueles que ousam divulga-las, são perseguidos e ameaçados da perda dos empregos.

O mais grave é o viés humorístico que tomou conta dos programas das televisões. Esses, com algumas poucas exceções, tornaram-se de um humor barato, depreciando o futebol.

O jornalismo é fundamental para a democracia, e nos esportes é da maior importância por ter  poder de comunicação com os torcedores, e por conta disso, as suas opiniões e críticas são fundamentais, e com um potencial de alavancagem para o setor, que necessita de divulgação, mas, sobretudo, olhando para as mazelas que o aflige.

Sem um bom jornalismo não teremos um futebol de qualidade, em especial na luta contra os desmandos que tomaram conta desse esporte, que poderia contribuir para o combate ao modelo pernicioso que hoje está enraizado no segmento.

Mamão com açúcar é bom no café da manha, e não nos noticiários.

Pelo que acompanhamos, o futebol brasileiro está dormindo em um berço esplêndido, quando na realidade vive na mendicância.   

Escrito por José Joaquim

Os torcedores brasileiros acordaram na manhã de ontem com cara de Dejà-Vu, com a sensação de estarem a frente de uma situação já vivida anteriormente.

Os do Sport assistiram a repetição de mais um rebaixamento na era dos pontos corridos, e o do América-MG confirmando a síndrome de apenas um ano, quando acessa na temporada anterior e na seguinte volta para o lugar de onde veio.

Os  que torcem pelo Vasco e Fluminense assistiram os atletas dos seus clubes comemorarem nos gramados a permanência na Série A de 2019, algo grotesco.

O time da Colina sofreu na bacia das almas no seu jogo contra o Ceará e o 0x0 enfim garantiu o seu futuro, que certamente não será brilhante desde que por tudo que está acontecendo será impossível de ter uma recuperação.

Quanto ao tricolor do bairro das Laranjeiras, a sua torcida que estava no Maracanã mesmo com o placar de 1x0 gritava pedindo a saída de Pedro Abade do comando do clube. O mais grave foi a entrevista do meia Marcos Junior que aconselhou o presidente a renunciar.

Trata-se de algo parecido ao fim do mundo, e uma falta de comando.

Na realidade o futebol carioca, com exceção do Flamengo está em recuperação judicial, com três times entre os maiores devedores do país.

O jornalista Renato Mauricio Prado que é um daqueles que ainda pensam no jornalismo brasileiro, em um artigo publicado no Portal UOL, analisou o futebol carioca e a sua debacle de forma lucida. 

Não se deve separar o esporte da situação do Estado do Rio de Janeiro que teve os seus quatro últimos governadores presos por suspeitas de corrupção, e isso reflete no futebol que está no fundo do poço. A violência tomou conta e hoje o esporte carioca é o de fugir de bala perdida.

Embora o Botafogo tenha escapado da Caetana com antecedência, vive também com problemas graves de finanças.

O trio de tantas histórias marcadas no futebol brasileiro, são meros coadjuvantes nas diversas competições. Hoje estão entregues aos empresários que emprestam dinheiro por conta de um novo talento que possa surgir.

O futebol do Rio de Janeiro é a cara do próprio estado, que já foi grandioso e hoje vive momentos de amargura.

As comemorações dos jogadores do Vasco e Fluminense pela fuga do rebaixamento na realidade foram constrangedoras. 

Deveriam ter chorado de vergonha. 

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- CARRERAS DEU UMA CARREIRA

* Augusto Carreras que era o candidato à presidente do Sport em uma das chapas registradas, desistiu na última segunda-feira de participar do pleito eleitoral.

Obvio que isso iria acontecer, desde que como candidato da situação a única esperança era a da permanência do time na Série A Nacional. Carreras é um politico hábil e certamente não iria ser imolado em um altar pelo associado do clube.

Um candidato apoiado por aqueles que estão à frente do Sport não teria a menor condição de conquistar o apoio dos associados do clube, e isso demandaria numa derrota certa e um grande desgaste.

Ainda sobre o tema eleições, lemos e ouvimos muitas coisas sobre o assunto, quando afirmavam que com a saída do candidato esse não poderia ser substituído.

Na verdade o Estatuto do Sport é bem claro, e a Assembleia Geral dos sócios elege uma chapa do Conselho, e o órgão na sua primeira reunião no pós eleição, elege os seus membros e os da Diretoria Executiva, ou seja essa é eleita de forma indireta, e não existe registro para eleição desse poder e sim do Deliberativo.

Portanto a chapa que tinha Carreras como cabeça ainda continua viva e deverá ser levada para o voto do sócio, a não ser que haja uma solicitação de cancelamento.

Com essa saída teremos dois nomes disputando para que os seus candidatos ao Conselho sejam eleitos, a de Milton Bivar que é uma oposição suave por fazer parte de um mesmo sistema que domina o Sport há alguns anos, e a de Eduardo Carvalho.

Na realidade a situação do clube é tão grave, que qualquer um que for eleito terá dificuldades para levar um barco que está furado em seus cascos.

NOTA 2- FORTALEZA E CEARÁ NO TOP 10 DA MÉDIA DE PÚBLICO ENTRE TODAS AS DIVISÕES

* O TOP 10 entre os 128 disputantes das quatro divisões nacionais tem a participação de três clubes do Nordeste, Ceará, Fortaleza e Bahia, sendo que o tricolor do Pici foi o 5º colocado do ranking.

1º- Flamengo- 47.140 torcedores por jogo;

2º São Paulo- 34.231;

3º- Palmeiras- 31.367; 

4º-Corinthians- 31.367;

5ª- FORTALEZA- 28.702;

6º-CEARÁ- 28.079;

7º-Internacional- 25.022;

8º- Grêmio- 19.315;

9º- BAHIA- 19.315 e,

10ºAtlético-MG- 14.881. 

NOTA 3- UM TAPETÃO EQUIVOCADO

* Um de nossos divertimentos é o de acompanharmos as opiniões dos cartolas e de alguns jornalistas esportivos.

A ultima derrapagem se deu na tentativa da Ponte Preta ingressar no tapetão para tirar os pontos do Goiás que teve o acesso à Série A de 2019. O Sport já estava emocionado desde que o atleta Ernandes do time goiano, que está sendo denunciado por conta de uma pretensa irregularidade na sua inscrição, tanto no Ceará e depois no Goiás, por ter duas certidões de nascimento.

O problema é que os cartolas dirigem os seus clubes sem a menor noção do Código Desportivo, e ficam criando factóides como esse.

No caso de Ernandes a punição por ter duas certidões é para esse, e não para o clube, desde que tem a inscrição legal no BID, que já veio por muitos anos quando jogava no Ferroviário, do Ceará.

Com a idade maior ou menor não interferiu no jogo, algo que é bem diferente nas categorias inferiores onde as diferenças interferem na parte física, e alteram os resultados das partidas.

Dessa vez ninguém vai ganhar no famoso tapetão, e os resultados no gramado serão respeitados.

NOTA 4- FLAMENGO E GUERRERO NÃO CHEGAM A UM ACORDO

* Paolo Guerrero e o Flamengo não chegaram a um acordo da audiência de conciliação realizada ontem da 9ª Vara Cível do Rio de Janeiro.

Na ação o clube da Gávea pede que o atacante hoje no Internacional devolva R$ 3,5 milhões aos seus cofres.

Na ação o Flamengo quer ser ressarcido por danos à imagem e pelos 21 dias que o jogador deixou de atuar em jogos da Sul Americana e do Brasileirão, por causa da suspensão por doping imposta pela FIFA.

O valor total do contrato de imagem do atacante peruano por três anos com o clube foi de R$ 16 milhões, além do salário na carteira.

Haja dinheiro.

NOTA 5- FALTA DE COERÊNCIA

* A visão que temos de Tite é que esse faz o tipo de uma Madre Teresa de Calcutá. Por isso foi chamado de Encantador de Serpente que é uma coisa normal da Índia.

No dia de ontem a imprensa ficou encantada com as declarações do treinador da seleção circense, ao afirmar que não quer se encontrar com Jair Bolsonaro em solenidade oficial antes ou depois da Copa América, que será disputada no Brasil em 2018.

¨A minha atividade não se mistura e eu não me sinto confortável em fazer essa mistura¨, afirmou o treinador.

A Folha ficou emocionada com essa posição.

Na realidade Bolsonaro não dormiu na noite de ontem por conta dessas declarações, apesar dos seus 60 milhões de votos.

O mais estranho é a falta de coerência de Tite, desde que assumiu o time do Circo sob a presidência de Marco Polo Del Nero na época fugitivo do FBI. Não teve nenhum pudor ao se apresentar junto ao cartola que depois foi defenestrado do futebol, que é bem diferente do presidente eleito que não precisa se esconder no seu próprio país.

Achamos que os patrões do treinador não devem ter gostado dessas declarações, desde que no último domingo estavam na Allianz Parque puxando o saco de Jair Bolsonaro.

De uma coisa temos a certeza de que essa seleção jamais irá ganhar um título, e isso só irá acontecer no século XXII.

São coisas do nosso futebol.

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- A PENHORA DOS TROFÉUS DO SANTA CRUZ

* A maré não está para peixe no futebol de Pernambuco.

No dia 27 de novembro passado, o Santa Cruz, por determinação da Doutora Roberta Viana Jardim, Juíza da 2ª Vara de Execução de Títulos Extrajudiciais da Capital, teve os seus mais importantes troféus penhorados para o pagamento de um débito de R$ 97.639,44.

O auto da penhora foi cumprido e o dirigente João Caixero ficou como o fiel depositário.

Tal medida foi tomada por conta do tricolor não ter recursos para quitar a divida, cujo processo já tinha sido julgado.

Lamentável. 

NOTA 2- UM BOM PÚBLICO E POUCOS GOLS

* O Brasileirinho foi encerado no último domingo com uma rodada que foi dedicada aos desesperados na luta contra a Caetana e de muitos amistosos com times alternativos.

Apesar disso, pela primeira vez uma rodada obteve uma média de 33.113 pagantes por jogo, para um total de 331.129 torcedores.

No entanto aqueles que estavam presentes nos dez estádios tiveram poucas emoções nas comemorações dos gols. Foram apenas 17, com uma média ridícula de 1,70 por partida.

Mais uma vez os mandantes foram os donos, com 6 vitórias, contra 1 dos visitantes e 3 empates. Tivemos quatro 1x0, dois 0x0, um 1x1, dois 2x1 e um 3x2.

Nos 380 jogos que foram realizados o difícil é a escolha de um de boa qualidade. Os mandantes somaram 202 vitórias, os visitantes com apenas 68, e 110 empates. A competição foi dos abarrancados e do 1x0 sendo uma goleada.

Foram anotados 827 gols com a pior média desde 1990, com 2,18 gols por partida.

O público pagante teve um bom crescimento, subindo de 6.020.076 em 2017, para 7.171.266. A média foi a maior da era dos pontos corridos, com 18.872 pagantes por jogo.

Trata-se de uma contradição, desde que a competição foi a pior dos últimos anos, e a melhor em público.

Só Freud poderia explicar.

NOTA 3- PERNAMBUCO SUMIU DO MAPA DO FUTEBOL

* Com a volta do Goiás, e o acesso do CSA, mesmo com a queda do Sport o número de estados aumentou de 9 para 10 com participantes na Série A Nacional.

São Paulo e Rio de Janeiro com 4 times cada um, são os que tem uma maior participação.

O Ceará pela primeira vez na era nos pontos corridos terá dois representantes (Ceará e Fortaleza), mesmo número de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Paraná, Goiás, Bahia e Alagoas, todos com um, completam os vinte clubes que estarão nos gramados em 2019.

O Sport se juntou ao Vitória como um dos quatro rebaixados o que representou 50% dos clubes nordestinos no Brasileirinho de 2018. O buraco foi fechado por conta dos acessos de Fortaleza e CSA, sendo que esse último retornou à elite após 31 anos.

Outro ponto interessante foi por conta do rebaixamento que continuou com a mesma média encontrada nos anos da competição, quando pelo menos dois clubes que tiveram o acesso foram degolados. Nessa temporada os que saíram abraçados pela Caetana foram o América-MG e Paraná.

Na realidade quem saiu em baixa, mesmo, foi o futebol de Pernambuco, que não terá representantes na Primeira Divisão pela primeira vez  desde 2011. O rubro-negro retornou à Segunda pela primeira vez desde 2013. O cenário piora ainda, quando se tem Náutico e Santa Cruz na Terceira Divisão.

Pernambuco saiu do mapa do futebol brasileiro, e por isso os domingos serão dedicados para que os torcedores assistam os jogos da Premier League e do Brasileirão.

São coisas de um futebol mal planejado.

NOTA 4- EU SOU VOCÊ AMANHÃ

* Um dos clubes mais tradicionais do futebol italiano foi vendido no último sábado. Maurizio Zamparini, presidente do Palermo, time da Série B do Campeonato Italiano, anunciou a sua venda pelo preço simbólico de 10 euros, cerca de R$ 43.

Não foi explicitado o nome do comprador, mas trata-se de um grupo empresarial inglês.  A nota publicada no site do clube, assinada pelo presidente informou a negociação com o seguinte texto: ¨ Pensando apenas no futuro do clube e em seus torcedores, eu, com um nó na garganta, anuncio minha saída¨, disse Zamparini ao confirmar a negociação.

Por outro lado o novo proprietário assumiu o compromisso de pagar a divida do Palermo no total de 22,8 milhões de euros, cerca de R$ 99 milhões.

No comunicado oficial, Zamparini ainda contou que a empresa londrina implementará ¨as atividades para a construção de um estádio e de um centro de treinamento¨.

Com mais de 100 anos, o Palermo lidera a Série B italiana.

Na verdade tal fato mostra que mesmo com tantos anos de existência, e uma bonita passagem no futebol da Itália, as dividas atrapalharam o clube e o único caminho que foi encontrado para a sua salvação foi essa negociação simbólica. 

O Palermo mandou o recado para alguns clubes do Brasil: ¨Eu sou você amanhã¨.

NOTA 5- O SANATÓRIO GERAL EM SÃO PAULO

* O Bloco dos Napoleões Retintos está desfilando nas ruas de São Paulo. É um dos componentes do Sanatório Geral que tem sede no Rio de Janeiro.

O Brasil é um país surreal, em especial no futebol.

O Corinthians protagonizou algo de inusitado ao demitir o técnico Jair Ventura após o encerramento da competição. É o 29º treinador na temporada de 2018 a sobrar na dança das cadeiras.

A sua demissão era uma morte anunciada. Todos sabiam que iria acontecer, e o técnico fingia que nada acontecia. Obvio que não iria pedir demissão por ter um contrato em vigor até dezembro de 2019, com uma multa contratual de R$ 700 mil.

Foi um processo em que a ética ficou de lado quando o seu clube sem informa-lo já anunciava a contratação de Fabio Carille, que também não teve um bom procedimento, desde que deveria ter comunicado ao demitido.

Querer que essa palavra faça parte do futebol brasileiro, é o mesmo que acreditar em Papai Noel.

Nessas duas transações o alvinegro de São Paulo irá desembolsar R$ 3,5 milhões, com o pagamento das indenizações tanto de Ventura, como do novo técnico que tem uma clausula no seu contrato com o time árabe que determina uma multa por sua rescisão.

Se os dirigentes corintianos tivessem um pouco de inteligência em suas cabeças, as indenizações não existiriam e para tal bastaria que Carille tivesse continuado, mas a vaidade de Andrés Sanchez não permitiu, contrataram um novo técnico até 2019, e um ano após foram buscar o antigo comandante.

Isso não pode ser chamado de gestão, e sim de indigestão.

NOTA 6- METADE DOS CLUBES DA SÉRIE B SÃO DE SÃO PAULO E DO PARANÁ

* A Série B de 2019 terá algo de inédito quando 50% dos seus participantes serão clubes de São Paulo e do Paraná.

O Sul e o Sudeste terão 14 representantes na competição com sete times cada uma.

No Sudeste seis serão de São Paulo, e um de Minas, o América.

Na região Sul, dos sete, quatro são times paranaenses, dois de Santa Catarina e um do Rio Grande do Sul.

O Nordeste terá apenas três times na competição: Sport, Vitória e CRB, e o Centro-Oeste também com três: Cuiabá, Atlético-GO  e Vila Nova.

O Norte com a queda do Paysandu para a Série C ficou sem um único representante nessa divisão.

Um fato que deve ser que destacado é que entre os 40 clubes das duas maiores divisões nacionais, a Região Nordestina tem sete clubes atuando nessas, o que representa apenas 17,5% do total.