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Escrito por José Joaquim

Os públicos nesse início do futebol no Brasil, refletem a realidade de sua gestão que não tem a mínima ideia do que seja planejamento.

Não precisava ser um gênio com uma bola de cristal para saber que o açodamento para o começo das competições iria provocar as suas mortes com antecedência.

Não existe um bom esporte sem o devido preparo dos seus atletas, e por conta disso é que acontecem as pré-temporadas.

Como um clube que contratou dezenas  de novos jogadores poderá com menos de quinze dias preparar de forma adequada o grupo para enfrentar uma maratona de jogos?

Obvio que seria impossível de acontecer, e estamos observando o retorno negativo nos gramados, que reflete nas arquibancadas.

No caso específico de Pernambuco, o mais grave foi  o inicio de duas competições ao mesmo tempo para alguns dos seus clubes, o estadual e a Copa do Nordeste, cujas participações estão deixando à desejar. 

É  impossível que um grupo seja preparado tanto tecnicamente como fisicamente em um período curto.

Fere inclusive as leis da natureza.

Ontem conversando com o jornalista Claudemir Gomes sobre o tema, inclusive lembrando de algo que ouvimos do técnico Cilinho em 1973 no Sport, quando esse assistindo das cadeiras um treino da equipe nos perguntou se iriamos suportar os fracassos nos dois primeiros turnos, desde que a preparação da equipe iria demandar quase dois meses e que iria aparecer na terceira etapa.

Isso realmente aconteceu, e o time da Ilha do Retiro foi um fiasco nos turnos iniciais, conquistou o último disputando a final contra o Santa Cruz.

Futebol como todo esporte não é como colocar o feijão na panela com os ingredientes e duas horas depois de cozinhar fica pronto para ser degustado.

Sabemos que tanto o Santa Cruz como o Náutico dentro de suas limitações financeiras contrataram jogadores, inclusive com alguns que não estrearam, e seria quase impossível que nesse curto período pudessem obter sucesso.

O próprio Sport que manteve a sua base do ano anterior, ainda não conseguiu realizar um bom jogo.

Além disso a qualidade é pouca e o que poderá fazer a diferença é o coletivo, que não chega em um passe de mágica.

O torcedor não entende e quer vitorias, e como essas não chegam abandonam o time, e os estados ficam vazios.

Isso é um ciclo pernicioso que está tomando conta do estadual local, que não tem chamamento para levar o público aos seus jogos.

A nossa imprensa não ajuda, ao alimentar esperanças ao moribundo, desde que esse tipo de competição não tem mais espaço, e essa foi a causadora do inicio antecipado sem a devida preparação.

As derrotas de Santa Cruz e Náutico na última rodada para Central e América com merecimento para os dois times do interior, foi sem duvida a resposta a um trabalho equivocado, e que em breve irá lotar os departamentos médicos dos clubes.

A Federação local pensou que mudando a fórmula do Campeonato iria impulsiona-lo, esquecendo de uma clara realidade de que essas competições locais não tem mais nenhum apego e se transformaram em um estorvo para o futebol brasileiro.

Como a árvore já nasceu torta, vai continuar assim até o final, com os estádios ociosos, os clubes fazendo a pré-temporada em plena competição, e o futebol descendo uma íngreme ladeira por conta dos ¨gênios¨ que o fazem.

Lamentável.  

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- ESTÁDIOS VAZIOS NA COPA DO NORDESTE

* A Copa do Nordeste no seu retorno teve uma média de publico de 6.666 torcedores no ano de 2013, quando da sua primeira rodada, e em 2018 essa competição somou nas suas primeiras partidas a segunda pior média.

Só ganhou para o ano de 2016.

Nos jogos realizados os estádios receberam 30.231 torcedores, com uma média de 3.790 por jogo.

Somente o Bahia teve um público acima de 10 mil.

No encontro contra o Botafogo-PB o tricolor baiano recebeu na Fonte Nova 11.343 pagantes.

O CSA teve o segundo melhor público no seu jogo no Rei Pelé contra o Sampaio Correia, no total de 6.868.

Por outro lado o Globo ao enfrentar o Vitória recebeu no seu estádio apenas 728 testemunhas.

O Grupo C em que se encontra o time de Ceará Mirim-RN, teve a pior media, com 1.217 pagantes, e o C com o Bahia foi a melhor com 6.346 torcedores.

Na verdade essa competição começou de forma açodada, sem que os times estivessem preparados, com uma pré-temporada curta, e em paralelo com os fracos estaduais que estão sofrendo com o mesmo problema, e além disso contando com times sem camisa, com poucos torcedores.

Os três primeiros anos após a oficialização dessa competição pelo Circo do Futebol, as médias foram melhores do que as dos estaduais, mas a queda começou a partir de 2016.

2013- 6.666,

2014- 6.499,

2015- 6.020,

2016- 3.385,

2017- 4.288 e,

2018- 3.790.

* Números do site sr.goool

NOTA 2- RESGATANDO AS ORIGENS

* Sabemos muito bem que a presença dos jovens jogadores do time do Flamengo no dois jogos iniciais do estadual Carioca foi por conta das férias da equipe principal, que mais adiante estará assumindo o leme, mas de qualquer forma é algo positivo a ser destacado em uma competição vazia e sem nada a ser comemorado.

Assistimos a partida do último domingo do time rubro-negro contra o Cabofriense, com um público resumido com um pouco mais de 3 mil torcedores nas arquibancadas, e vimos boas promessas para o futuro do clube.

Dos 16 atletas que participaram desse encontro, 13 tinham menos de 21 anos.

No 2x0 da partida contra a equipe do Volta Redonda, 14 entre os 15 que atuaram eram também da formação do rubro-negro da Gávea.

Com 100% de aproveitamento, o Flamengo foi o único time a vencer os dois jogos.

Como sempre debatemos com os nossos visitantes, a formação é a única saída para o nosso futebol, e o rubro-negro carioca está sem duvida voltando às suas origens através de um excelente trabalho nas categorias inferiores.

Apesar de ter levado sete atletas da equipe que está disputando a Copa São Paulo de Junior, esse será finalista da competição, o que atesta o seu bom momento.

NOTA 3- O PREJUÍZO DA ARENA PERNAMBUCO

* A gestão do futebol de Pernambuco é trágica.

Tratam o campeonato como uma coisa útil, com protocolos ridículos e que ajudam na renda familiar, e um tour com a Taça do evento, quando na verdade é inútil. 

Obvio que isso não desperta o interesse do torcedor, que cansou de pirotecnias que nada resolvem.

Dois times do interior estão jogando fora de suas casas, fato esse que não poderia acontecer, desde que o objetivo de uma competição como essa é o de levar o futebol para as suas cidades. 

A interiorização é salutar, mas de forma ordenada.

O que faz o Vitória jogando na Arena Pernambuco para menos de 200 testemunhas?

Se o Carneirão não tinha condições para abrigar jogos, isso deveria ter sido visto nas vistorias que devem ter sido realizadas, e seria obvio que o clube não poderia disputar o estadual.

O mesmo se dá com o Belo Jardim que está jogando em Pesqueira.

O que tem essa cidade além da vizinhança com Belo Jardim com o clube vizinho?

São fatos como esses que mostram de forma clara um planejamento errado para a competição com clubes disputando seus jogos longe de suas casas e de seus torcedores, se ainda os tiverem.

Enquanto isso gostaríamos de saber quem paga os custos da Arena Pernambuco, que já é um belo elefante branco, e se vê obrigada a receber clubes sem torcida e sem renda?

O problema de estádios sem condições de sediar partidas não pode, e não deve ser resolvido em plena competição, e sim muito antes do seu início quando das visitas técnicas.

Aliás se isso acontecesse um gramado como o do Ademir Cunha não poderia ser aprovado.

São coisas do futebol pernambucano e de seus gestores.

NOTA 4- MESSI APLAUDIDO PELOS ADVERSÁRIOS

* O segundo tempo do jogo entre Barcelona e Betis que foi realizado nesse último domingo, foi marcado por mais uma aula de futebol de Lionel Messi, onde apresentou toda a sua genialidade e que o levará a conquistar a Bola de Ouro dessa temporada.

É sem duvida o melhor jogador do mundo em atividade.

O seu primeiro tempo foi tímido, por conta de um jogo bem fechado do adversário.

Mas na segunda etapa abriu o caminho da vitória com uma troca de passes com Raktic e Luiz Suárez, culminando com um belo gol que foi festejado até pelos torcedores do time rival.

Os aplausos tomaram conta do estádio.

Após essa brilhante exibição, que pode ser considerada como de gala ganhou diversos elogios inclusive dos adversários.

O maior foi do treinador do Barcelona, Ernesto Valverde que elogiou o espetáculo que esse deu nos 5x0 para o seu time.

Na verdade foi mais uma partida brilhante do gênio do futebol que não é midiático e joga com prazer para o seu clube, não pensando em marketing.

Só falta a Messi conquistar o título mundial pela Argentina, para que possa chegar de vez ao panteão como o maior jogador do mundo da era atual, desde que da antiga Pelé é imbatível.

NOTA 5- OS PÚBLICOS DOS CHAMADOS GRANDES CLUBES

* Nessa última rodada dos estaduais, o Atlético-MG foi o clube entre os chamados grandes que disputam a Série A, que levou o maior público ao estádio, com 20.216 pagantes.

A seguir:

Botafogo de Ribeirão Preto-SP x Palmeiras- 18.194,

São Paulo x Novohorizontino- 17.171,

São Caetano x Corinthians- 7.348,

Fluminense x Botafogo- 7.126,

Grêmio x Caxias- 4.779,

Flamengo x Cabofriense- 3.331.

Vasco x Nova Iguaçu foi realizado de portões fechados.

A decepção geral veio do Corinthians que não atuava com um público tão pequeno no estádio do Pacaembu.

O mandante  do jogo era o time do São Caetano que trouxe de forma indecente a partida para São Paulo para ganhar dinheiro, e ferindo os interesses de terceiros, mas levou um não dos corintianos que não compareceram a partida.

O time do ABC paulista teve um prejuízo de R$ 27 mil.

São coisas do futebol brasileiro.

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- O QUE VOCÊ FARIA SEM OS ESTADUAIS? 

* O Premier passou os 15 minutos de intervalo entre os dois tempos, dos jogos que estavam sendo transmitidos, para mentalizar os seus assinantes da necessidade da existência dos estaduais.

Uma mentira repetida várias vezes vira verdade. 

Uma das perguntas formuladas era a de saber o que o torcedor faria sem os estaduais, e que esses representavam as raízes do futebol.

Quanto essa última afirmativa gostaríamos de registrar que essas raízes apodreceram há um bom tempo, e até os troféus conquistados tem pouca valia. 

Os estaduais faleceram e só existem por conta dessa emissora que precisa desses para a sua grade de programação.

A pergunta poderia ser um pouco diferente: Como ficaria o futebol sem a Globo?

A resposta seria simples: Muito melhor, pelo menos poderia haver uma maior democratização nas transmissões, e sobretudo na divisão dos recursos.

Com relação aos jogos de ontem pelo estadual dos estádios vazios, começamos a lamentar o gramado do Ademir Cunha que foi aprovado não sabemos por quem, mas é muito pior do que alguns campos de várzeas que foram reformados pela Prefeitura.

O América embora tenha aproveitado um segundo tempo com um jogador a mais, mereceu a vitória de 2x0 contra o Santa Cruz, sob os olhares de apenas 1.874 testemunhas que assistiram um jogo de péssima qualidade, com o time do tricolor que ainda não ganhou na temporada, sem apresentar melhoras depois da sua terceira partida.

Uma equipe desorganizada, sem planejamento tático, e sem bons jogadores.

Em Caruaru o Náutico levou um banho de Graxa, atacante do Central que mostrou que é bom de bola ao ajudar o seu time a atropelar o alvirrubro que tinha ganho do América na bacia das almas, e foi dominado pelo time do agreste que fechou o jogo com uma goleada de 3x0.

O time da Rosa e Silva, cada vez mais está marchando para ser o América do futuro.

Nas demais partidas que foram realizadas, o Vitória com a Arena Pernambuco entregue às moscas, empatou em 0x0 com o Salgueiro, que está mostrando fraqueza no inicio do calendário, e o Belo Jardim empatou com o Flamengo.

Jogos fracos, com vitórias merecidas do América e Central, estádios vazios, gramados horríveis, comprovando que esse campeonato não tem mais motivação para os torcedores.

Uma vergonha. 

NOTA 2- BAGUNÇA FUTEBOL CLUBE

* Na primeira semana do futebol brasileiro teve de tudo um pouco.

A bagunça tomou conta, e alguns jogos tiveram WO, estádios sem os laudos de vistorias, jogos antecipados e dois acessos sem validade.

O Amadense não estreou no estadual sergipano. O time da cidade de Tobias Barreto não conseguiu registrar nenhum jogador, e perdeu por WO (3x0), para o Boca Junior.

O resultado foi o mesmo em uma partida da Terceira Divisão de São Paulo, em relação ao Rio Branco, que teve o estádio Décio Vitta, em Americana interditado, e a sua diretoria não indicou um outro local para o jogo.

Alguns clubes disputaram uma verdadeira maratona.

O Treze de Campina Grande, abriu a temporada no dia 4 de janeiro, e jogou 5 partidas em 13 dias.

Santa Cruz e Náutico o acompanharam.

O tricolor começou no dia 16 de janeiro jogando contra o Confiança pela Copa do Nordeste, dois dias depois fez o seu jogo pela estadual contra o Vitória no dia 18, e ontem atuou pelo estadual, enfrentando o América.

Enquanto isso o alvirrubro jogou nos dias 8, 13, 17, 19 e 21.

Um crime hediondo.

O Ceilândia deveria ter estreado no estadual de Brasília, mas teve a sua partida contra o Paranoá adiada por conta da Copa Verde.

No Campeonato Sul-matogrossense quatro jogos foram suspensos na primeira rodada, pela falta da liberação do Morenão pelo Ministério Público.

O mais grotesco aconteceu com os times do América-RJ e o Goytacaz no campeonato Carioca, que tinham garantido o acesso através da Série B, jogaram uma fase preliminar e foram eliminados, ou seja esse resultado era uma brincadeira.

Tudo isso mostra a realidade do futebol brasileiro que é profissional com cara integral de amador em alguns estados, que implantaram o ¨Bagunça Futebol Clube¨.

Uma vergonha.

NOTA 3- CRISTIANO RONALDO DESENCANTOU

* O Real Madrid entrou no gramado do Santiago Bernabéu com uma pressão de quase uma tonelada.

O adversário era um Íbis espanhol, o La Coruña, que aproveitando-se do desespero do time merengue conseguiu abrir o marcador, e além disso perdeu outras oportunidades.

Cristiano Ronaldo com um jejum de gols nesse ano, estava perdido no gramado, inclusive deixando passar  algumas chances que nos seus bons tempos não aconteceria.

O encarregado de empurrar a equipe foi Gareth Bale, que teve a sua melhor atuação nos últimos tempos, marcando inclusive dois gols.

O placar foi aumentando e com esse o desespero do atacante Luso, que assistia os companheiros marcando, e no mesmo tempo que ele jogava fora as oportunidades.

Enfim o gol salvador para o Bola de Ouro apareceu, e a situação era tão tensa que não teve comemoração, continuando com a fisionomia fechada que foi a sua acompanhante por toda a partida.

A ânsia era tão grande que esse marcou o seu segundo gol de forma arriscada quando cabeceou uma bola muito baixa, e teve o seu rosto atingido pela chuteira de um adversário.

O sangue correu, o ferimento foi grande sendo obrigado a deixar a partida aos 40 minutos deixando o Real com 10 jogadores.

O placar final foi de 7x1, igual ao famoso Alemanha e Brasil, mas na verdade o Real Madrid não fez uma partida do nível daquelas dos velhos tempos, principalmente a sua defesa que é uma boa avenida para se passear, mas de qualquer forma veio em boa hora para dar um novo rumo ao time, principalmente pela proximidade do seu jogo contra o Saint Germain, pela Liga dos Campeões.

Se não melhorar até lá, será eliminado.

NOTA 4- A CABRA ESTÁ SOLTA NO SANTOS

* A cabra está solta no Santos e comendo tudo que vem à sua frente.

As demissões que estão sendo efetuadas no clube estão chegando as categorias de base.

Com exceção de Luciano Santos, técnico da categoria Sub-17. os demais treinadores serão ceifados, inclusive os auxiliares.

O coordenador das bases, Romildo Lins que tinha sido contratado pelo ex-presidente Modesto Roma já foi demitido.

O novo comando está realizando demissões em todos os setores do clube após uma auditoria minuciosa, que constatou e existência de vários terceirizados sem qualquer função na administração.

Existe uma lista com um grupo que tinha salários iguais no valor de R$ 10 mil para cada um.

A previsão será de um corte de pelo menos 300 pessoas, que não farão falta a atual gestão do Santos, que irá representar nada mais, nada menos uma economia anual de R$ 6 milhões.

Na realidade isso só acontece por conta da falta de transparência que é algo raro em nossos clubes de futebol, onde os cartolas usam os clubes para meios não instucionais.

São coisas do nosso futebol.

NOTA 5- RITHELY E HENRIQUE DOURADO

* A moda está pegando quando jogadores com contratos vigentes são picados pela mosca azul.

Quando isso acontece esses começam a pressionar os seus clubes para que aceitem as propostas que foram apresentadas.

Henrique Dourado antes do jogo do Fluminense contra o Botafogo, comunicou ao técnico Abel Braga que não jogaria mais pelo tricolor.

Na mesma ocasião, embora tenha sido escondido das mídias, Rithely no Sport acompanhou o mesmo procedimento do atleta  do tricolor, ao pedir para não jogar contra o Afogados.

Na verdade a picada veio do Atlético-MG que ofereceu uma proposta ao Sport da compra de 50% dos seus direitos econômicos, e com o pagamento de R$ 6 milhões.

Sem duvida seria um bom negócio, desde que além do dinheiro o rubro-negro ficaria com 50% dos direitos sobre o jogador, e além disso se livraria de um profissional que não deseja mais atuar com a sua camisa, e que está desejando seguir novos rumos.

Rithely fez uma péssima temporada em 2017, e mesmo que os 50% que ficarão com o Sport não tenha valia até o final do contrato com o Galo Mineiro, o que o clube irá economizar com os salários mensais do atleta até 2022 compensa.

Como o Atlético-MG não é bom pagador, que o diga o Grêmio que lutou por vários anos para receber os valores da transação do goleiro Victor, a diretoria do rubro-negro deveria solicitar que o pagamento fosse realizada à vista, sem nenhuma parcela.

Cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém.

Escrito por José Joaquim

O momento do futebol brasileiro vive o mesmo drama que Hamlet, o príncipe da Dinamarca, expõe na obra de William Shakespeare. ¨A Tragédia de Hamlet¨, quando esse procura uma alternativa para a sua vida, e cita uma frase que é uma das mais famosas da literatura mundial: ¨Ser ou não ser, eis a questão¨.

Nos lembramos dessa obra literária logo após os acontecimentos que enlamearam o processo eleitoral do Vasco da Gama, e a necessidade de se buscar uma novo caminho para modificar esse esporte dentro e fora dos gramados.

Hoje esse encontra-se despejado em um aterro sanitário.

O drama shakespeariano se repete nos palcos do futebol, quando os clubes são dirigidos de forma amadora, insistem nas gastanças, a maioria sem recursos para cobri-las, e no final os salários irracionais atrasam, e as reclamações ganham os espaços das mídias.

Os profissionais caracterizam o Hamlet de chuteiras, e estão com as mesmas duvidas, a do ¨ser ou não ser¨.

O que seria melhor para todos?

Receberem um pouco menos, em dia, ou em pedaços, e muitas vezes anos após nos Tribunais pelo Brasil afora?

Na realidade os clubes chegaram a exaustão, e como poucos tem um patrocínio como o da Crefisa no Palmeiras, terão que enfrentar esse problema de forma corajosa e aberta, inclusive em conjunto.

O Ser ou não ser não reflete apenas nos profissionais, nas gestões endividadas sem perspectivas para o futuro, que vivem na roleta russa, pegando recursos de um lado, para quitarem débitos de um outro.

O esporte da chuteira em nosso país chegou ao limite máximo da irresponsabilidade, necessitando de um salvador para colocar nas cabeças dos cartolas de que a farra acabou, e o momento é atual é de pés no chão, como forçosamente vem acontecendo em alguns clubes.

Existe hoje a necessidade de uma implantação de um teto salarial no futebol brasileiro, tanto para técnicos como para jogadores, e acabaria com essa farra abusiva dos agentes, e sobretudo mudaria a ordem de valor para todos, acabando de vez com esse vai e vem orientado pelos mais interessados.

Com esse teto sendo cumprido com rigor, com multas pesadas para os que o ultrapassarem, os desperdícios iriam desaparecer e a demanda financeira estaria estabilizada.

Os clubes entram numa ciranda perigosa, e para terem um atleta disputado no cenário do futebol, gastam mais que podem, firmando contratos que não são cumpridos.

Na verdade não podem pagar salários do nível europeu, desde que as economias são bem diferentes.

O Brasil e nenhum  outro país sul-americano não oferece condições de pagar o que estão dispendendo com seus profissionais da bola, inclusive os executivos, desde que os salários estão acima de suas realidades, e para isso tem uma boa solução, uma ação conjunta, e a aplicação desse teto salarial, que será sem duvidas bom para todos os segmentos envolvidos.

Os jogadores receberão menos, os clubes equilibrarão as suas finanças, e só um setor seria perdedor, os agentes que brincam com essa ciranda financeira.

Pelo menos observamos hoje que tal fato começou a despontar em diversas contratações de treinadores procedidas por alguns clubes, com salários dentro de uma realidade e com o apoio dos torcedores.

Temos uma visão de que o futebol brasileiro poderá ter um futuro melhor do que o que se avizinha, mas para que isso possa acontecer, certamente uma boa parte da cartolagem terá que ser afastada do sistema.

O Ser ou não Ser decidirá o amanhã.

Escrito por José Joaquim

Relendo um estudo que elaboramos por solicitação da Diretoria de Competições do Circo do Futebol datado de janeiro de 2003, sobre a reformulação do futebol brasileiro entre esses o calendário, que hoje é o tema mais discutido por conta de sua insanidade na distribuição dos eventos esportivos, verificamos que quinze anos após nada mudou e tudo continua como dantes, totalmente estagnado.

Quando a entidade solicitou esse trabalho na época pensava em abrir um debate mais amplo para o futebol nacional, mas como tudo que aparece nesse segmento ficou apenas no papel, desde que não havia o sentimento dos dirigentes para uma reforma.

Um dos pontos que foi abordado na ocasião estava relacionado aos estaduais, em especial no tocante à sazonalidade da grande maioria dos clubes, causando prejuízo na revelação de novos jogadores, visto que o mercado de jogos ficava reduzido na maior parte do tempo da temporada futebolística.

Mostramos no estudo que o futebol nacional para evoluir necessitava de melhores estádios para o conforto dos torcedores, que era sem duvida a base da pirâmide da evolução.

Com a Copa do Mundo de 2014 várias arenas foram edificadas, e cujo legado ficou estampado nos elefantes brancos. Com locais dignos, uma grande demanda seria recebida, e com essa, patrocínios, renda de bilheteria e evolução dos clubes.

Sugerimos o licenciamento para que um clube pudesse participar das competições esportivas profissionais, e para receber o alvará anual deveria apresentar o plano financeiro e a capacidade de absorção de recursos.

Nada mudou.

Por outro lado o trabalho sugeria a criação de mais duas divisões do futebol nacional, para que todos pudessem ter um calendário anual, que seriam as Séries D e E.

A primeira corresponderia a quarta divisão e só foi criada em 2009, e a segunda que seria a quinta sequer foi pensada. A última divisão seria regionalizada com a participação dos clubes que não tinham espaços nas demais Séries, com acesso para a divisão mais acima, e classificação para a Copa do Brasil.

Com a criação da Série E sobrariam 18 datas, e o assunto calendário, a overdose de jogos, que hoje tanto se discute já estaria resolvido, muito embora na ocasião não houvesse um debate como o atual.

Na ocasião as federações estaduais pressionaram a entidade maior para extinguir a Copa do Nordeste, fato esse que aconteceu.

No estudo mostramos que essa era um ponto por demais importante para garantir a consolidação dos clubes do Nordeste e que deveria ser ampliada com a implantação de uma Segunda Divisão, ocupando as datas dos estaduais.

A ausência dessa competição deu inicio ao processo de decadência dos clubes da região.

Deu no que deu.

A maioria sazonal e com graves problemas financeiros.

Nada se fez, e os projetos que outras federações também enviaram foram rasgados, ou engavetados, possivelmente sem as analises adequadas, e quinze anos após sem as mudanças chegamos ao fundo do poço.

Um fato interessante aconteceu em 2013 com o falecido Bom Senso, quando o grupo divulgou suas propostas para o futebol brasileiro, e um dos seus temas foi o da criação da Série E.

O futebol brasileiro sofre do problema de lentidão, e das mesmices patológicas.

Temos um exemplo pessoal, quando preparamos um projeto para o Sport em 1974, e só conseguimos implanta-lo dezessete anos após, em 1991, e com a obtenção do sucesso.

Há uma estagnação em todos os setores, inclusive com a perda de qualidade.

São coisas do futebol brasileiro que continua viajando na mesma velocidade das antigas Marias Fumaças.