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Escrito por José Joaquim

O imbróglio no futebol Mineiro envolvendo o Atlético-MG e Cruzeiro por conta da contratação do atacante Fred pelo time Celeste, mostra a necessidade de uma equipe multidisciplinar, composta por um psiquiatra, um psicólogo, um antropólogo e um sociólogo, para fazer uma análise sobre as cabeças dos cartolas e dos torcedores.

Dos cartolas já conhecemos muito bem os seus procedimentos, e o momento atual do esporte da chuteira representa a capacidade de cada um. Esses vivem em outro planeta.

O mais interessante é o torcedor, que não consegue entender o que acontece em seu clube e no futebol brasileiro, e quando chega no início de uma temporada a sua solicitação é de que esse faça uma ¨contratação de peso¨, sem questionar se as condições financeiras podem cobrir tal investimento.

O mais grotesco é que a mídia absorve tal visão.

Ao assistirmos os mais diversos programas esportivos, observamos as mensagens remetidas, que na sua maioria, versam sobre grandes contratações, aqueles que chamam de ¨peso¨.

Na verdade não se trata de um jogador com 120 quilos, candidato a Rei Momo de nosso carnaval, mas sim um atleta com o carimbo de renomado, que já esteve em agremiações importantes, e que pelo pensamento desse, poderá dar a definição para tudo que almeja.

Não contemplamos nenhuma observação do torcedor com relação à situação financeira do seu clube, o que poderá arrecadar, qual o planejamento, como vai pagar os seus débitos.

O seu horizonte só chega no item contratações de alto nível, que pelo seu sentimento poderá virar a balança para o seu lado.

Aliás, nomes de ¨peso¨ no Brasil desapareceram, hoje os veteranos são contratados, e quando existe algum diferenciado o salário é fora da realidade, com poucos clubes em condições de uma megociação.

O mais estranho de tudo é que pouco ouvimos falar sobre um bom trabalho de base com lançamentos de talentos que possam ocupar os espaços dos medalhões.

Com um treinador com um bom nível de inteligência, sério, gestores competentes, consegue-se organizar times bem competitivos, sem a necessidade de endividamento, e com condições de realizarem boas campanhas nas competições.

Nas mensagens que anotávamos, não vimos nada a respeito da implantação pelos clubes de um bom Centro de Formação de Atletas, que poderá produzir os jogadores de ¨peso¨, que todos pedem.

O exemplo vem do Flamengo que em três anos investindo no seu Centro vem colhendo bons frutos, e a negociação de Vinicius Junior com o Real Madrid, com muitos milhões de forma integral nos cofres do clube, reflete que o trabalho está dando certo.

O problema maior é que muitos dirigentes sucumbem perante essas pressões, e investem sem que tenham receitas para cobrirem os custos.

A equipe multidisciplinar certamente irá chegar ao seguinte diagnóstico: ¨O torcedor é paixão, é amor por seu clube, mas o futebol é um negócio, que existe razão, sobretudo uma boa gestão.

Observar o clube apequenar-se por causa das insanidades cometidas não é salutar, mas infelizmente isso acontece na relação do torcedor com o clube, que não mostra um poder de reação.

Na verdade cartolagem e torcida fazem parte do Bloco dos Napoleões Retintos.

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- RECIFE SEM FUTEBOL

* Mais um domingo sem futebol na capital.

O estadual é o de menor público entre as maiores federações do país, quando os torcedores o abandonaram por conta da pobreza técnica, dando a preferencia ao futebol europeu, ou os jogos da região Sudeste.

A Globo está ajudando a enterrar o cadáver putrefato do futebol de Pernambuco.

Já não temos público nos campos de jogos e tirar a única partida que seria realizada no domingo, transferindo-a para a noite de amanhã, é realmente jogar a última pá de terra.

O Sport mais uma vez teve o dia do seu jogo sendo alterado, e qual a razão de que tal fato acontece?

Muito simples a falta de coragem de seus dirigentes de enfrentarem a dona do nosso futebol, que se julga no direito de meter a mão na cumbuca em qualquer momento da competição para atender a sua grade de programação.

O torcedor que se lixe.

Se nos domingos o público está fraco, imagine numa segunda feira à noite, com alguns locais do Recife e, Olinda dando os seus primeiros passos carnavalescos.

Uns 30 trocados compram a dignidade dos clubes.

Os jogos da quarta rodada serão realizados no interior, o Santa Cruz descansa para a alegria de seus torcedores.

Lamentável.

NOTA 2- NÓS TEMOS O QUE MERECEMOS

* Não tínhamos lido uma entrevista do presidente da Federação Pernambucana de Futebol publicada ontem no Jornal do Comercio, mas fomos alertados pelo jornalista Claudemir Gomes sobre o teor dessa, em que foi tratado o assunto sobre a não marcação do pênalti a favor do Central contra o Santa Cruz.

¨O goleiro é enorme e estava de costas para ele, então não teve chance nenhuma de ver o lance, principalmente o braço dele. Foi uma falta de sorte para ele e para o Central. Os árbitros vão melhorando com o decorrer do Campeonato Pernambucano. Não há nenhuma duvida que o lance foi faltoso. Não há como responsabilizar o árbitro. Não foi problema técnico e nem de posicionamento¨.

Na verdade essa foi a justificativa mais surreal que já vimos no futebol.

O presidente de uma entidade de futebol inocentar um arbitro de um erro grotesco, ao afirmar que o goleiro do Santa Cruz está acima do peso e tapou completamente a visão do árbitro.

É sem duvida de fazer chorar.

Faltou ao jornalista que foi o responsável pela entrevista lembrar ao cartola que foi esse que em fevereiro de 2014 colocou na geladeira o mesmo árbitro, quando não marcou dois pênaltis à favor do Sport no jogo contra o Náutico, sendo o alvirrubro vencedor por 2x1, graças ao apito amigo.

O que esse iria dizer?

Existe um ditado que cabe muito bem no futebol de Pernambuco, ou seja: ¨Nós temos o que merecemos.

NOTA 3- O IMBRÓGLIO MINEIRO

* O atacante Fred ao rescindir o contrato com o Atletico-MG assinou um documento que foi devidamente registrado, cujo teor era de uma multa de R$ 10 milhões caso fosse para o rival Cruzeiro.

O time Celeste foi comunicado do fato e garantiu que pagaria essa multa.

O jogador que de besta não tem nada, e bem orientado, solicitou do seu novo time uma garantia do pagamento do valor que foi ajustado.

Isso foi firmado em um documento assinado pelas partes e ficou bem explicito que o Cruzeiro era o responsável pelo pagamento da multa.

Até hoje não cumpriu o acordado, e por conta disso, o Galo Mineiro ingressou com uma ação no Conselho Nacional de Resoluções dos Desportos, contra Fred, que deixou-o aborrecido com o atual clube, inclusive pensando em rescindir o contrato.

Realmente um imbróglio, devido a uma contratação mal feita, que ficará custosa, desde que o jogador terá que pagar de toda a maneira a multa rescisória, e fazer valer o que foi pactuado com a diretoria celeste que deu-lhe como garantia uma parte da cota da televisão que será depositada no BMG.

Qual a razão desse banco receber os valores do contrato e direito de transmissão?

Muito simples o tal investidor tão escondido pelo clube é nada mais nada menos do que essa instituição bancária, que está emprestando dinheiro com a garantia das cotas dos direitos de transmissão.

Lemos todos os documentos.

Esse é o ¨moderno¨ futebol brasileiro, que continua discutindo sobre quem nasceu primeiro o ovo ou galinha, e ao mesmo tempo morre de inanição.

NOTA 4- O FUTEBOL DO TUDO UM POUCO

* O atual futebol brasileiro é aquele que tem de tudo um pouco. Pré-temporada de 13 dias, jogos de fraca qualidade, ausência do púbico, arbitragens desastrosas.

É a repetição da mesmice de anos anteriores.

Os jogos com portões fechados são as novidades no sistema e que mostram a desorganização das entidades que fazem esses estaduais pelo Brasil afora.

As vistorias nos estádios que deveriam começar no mês de junho do ano anterior, acompanhadas posteriormente, são apenas fingimento, ou seja as federações estaduais fingem que as fazem, e os clubes fingem que irão atender o que foi solicitado.

No final, jogos de portões fechados.

Em alguns partidas a torcida foi proibida de acompanhar os jogos. Esses campeonatos na atual temporada, estão se especializando em partidas de portões com cadeados. Na verdade os clubes não prezam pelos estádios e sequer apresentam os laudos de segurança.

Segundo levantamento do site sr.goool, no Mato Grosso do Sul, o Morenão, que é o principal estádio do estado, não foi liberado, e os jogos serão sem publico.

Aliás um já aconteceu o do Novoperário e Comercial.

Mas as próximas rodadas terão outros inúmeros jogos nesse estádio com arquibancadas vazias.

Por outro lado, hoje, o URSO, atuará na Toca do Urso, em Novo Mundo, também de portões fechados.

O estadual paraense, por sua vez, registrou ausência de torcedores nos confrontos entre Paragominas e Água da Arena Verde, além de Cametá e Parauapebas do Parque do Bacuru.

O Vasco da Gama realizou suas duas primeiras partidas no Carioca sem torcida em São Januário, por conta de uma punição da Justiça.

A farra dos portões fechados continuou em Rio Verde, Goiás, com o Rio Verde time local enfrentando o time do Aparecidense sem público nas arquibancadas.

Já no estado de Alagoas o CEO ficou sem torcida no seu estádio de Olho D'Água da Foz, no jogo contra o CSE.

No campeonato de Mato Grosso, o Poconé venceu o Araguaia, e o jogo foi realizado de portões abertos.

Uma zorra total.

Resumo final: clubes que sabiam que iriam jogar em seus estádios não apresentaram os laudos, as federações não fiscalizaram com antecedência, e quem paga são os torcedores, que no caso vascaíno foram os culpados.

Essa é mais um capitulo da história dessa competição que sobrevive aos trancos e barrancos, e que não tem mais nada a oferecer.

NOTA 5- CLÁSSICOS SEM EMOÇÕES

* Os dois clássicos que foram realizados nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, tiveram poucas emoções.

Os times do Corinthians e São Paulo fizeram um jogo equilibrado no primeiro tempo.

Só isso e nada mais.

Enquanto tinham folego os seus jogadores puderam correr.

O alvinegro abriu o marcador aos dois minutos do jogo, com um gol de Jadson. Aos 26 Brenner empatou, e aos 33 Balbuena de cabeça deixou-o na frente, placar esse que perdurou todo o segundo tempo.

Nessa fase o São Paulo teve a posse de bola, mas não levou perigo a meta de Cassio, enquanto o Corinthians esperava a única bola para aumentar o marcador.

Um jogo sem emoções e com uma única torcida, que foi a alvinegra.

O técnico Dorival Junior do tricolor do Morumbi está com a cabeça à premio.

No Maracanã, Flamengo e Vasco se encontraram, em uma partida fraca, de pouca qualidade e com o rubro-negro trazendo de volta à sua equipe alguns titulares.

Quem tem problemas de sono deveria comprar a gravação dessa partida, que foi a rainha da sonolência.

Embora enfrentando adversários mais fracos nas três primeiras partidas, o time jovem do rubro-negro apresentou-se bem melhor do que o de ontem.

Quanto ao Vasco que teve o time desmontado pelo ex-presidente Eurico Miranda certamente sofrerá para passar para a fase de grupos da Libertadores. O time é fraco.

31.972 pagantes estiveram no Pacaembu, e 20 mil no Maracanã.

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- O FUTEBOL DOS EMPATES

* O problema é nacional e não apenas local. Com exceção de raros jogos de alguns times do Sudeste, os torcedores do futebol deram às costas aos seus estaduais.

Estádios vazios são as referencias, com uma ociosidade de 79%. Uma morte anunciada há um bom tempo.

O futebol de Pernambuco agoniza com o vazio de 85% da capacidade de seus estádios.

Nas três rodadas que foram realizadas, total de 15 jogos, o público foi de 21.986, com uma média de 1.466 por partida.

O jogo com mais torcedores foi o do Santa Cruz e Central (4.035), e Belo Jardim e Flamengo foi o menor (207).

Nenhum passou de 5 mil pagantes.

Um fato bem interessante está relacionado ao número de empates nos jogos realizados. Foram 9, um percentual de 60%.

Os mandantes somaram 5 vitórias (33,3%), e apenas uma conquista dos visitantes (6,7%).

Um futebol de empates e poucos gols. A média foi de 2,0 por jogo.

A ociosidade dos estádios é justificada por conta de tais detalhes.

Pobre futebol de Pernambuco, faleceu há um bom tempo, e somente os cartolas e a nossa imprensa ainda não tomaram conhecimento.

NOTA 2- JORNALISTA DETONA O SPORT TV

* O jornalista Luiz Ademar, ex-comentarista do Sport TV foi demitido da emissora e saiu atirando no escuro.

O fato foi divulgado em algumas mídias e não o tínhamos analisado por conta da gravidade das declarações, desde que seria necessário um maior aprofundamento do problema.

Em uma conversa no Twitter, Ademar detonou a casa que trabalhava, afirmando que a sua direção o orientava a falar mal dos clubes que assinaram com o Esporte Interativo para a transmissão do Brasileiro a partir de 2019.

¨Amigos, sinceramente, depois de minha saída, nunca mais assisti a programação do canal. Os programas estão cada vez piores. Pegam gente de fora do futebol, com nome em outras áreas, e deixam vomitar merdas. São os modernos¨. Disse o jornalista.

Além disso, Luiz Ademar explicou a orientação para falar mal sobre os clubes que assinaram com o Esporte Interativo.

¨Claro que pediram! E eu disse que sou jornalista e não entendo de negócios. Falaram que o meu emprego dependia disso. E voltei a falar, sou jornalista e falo o que julgo correto. Não sei se esse foi o motivo, mas fui atingido no corte! Sem problemas¨, explicou.

¨Pediram para não alisar os clubes que não assinaram. Todos. Mas como nunca fiz e disse que era jornalista e não executivo, desistiram de mim em todos os sentidos¨ completou.

Não podemos duvidar do jornalista, mas na verdade tal denuncia é um pouco esquisita, desde que é impossível a direção de um canal esportivo mandar falar mal de clubes.

É o mesmo que um dirigente de futebol autorizar os seus jogadores abrir um jogo. No meio de tanta gente, meia hora depois todo o país saberia. 

Por outro lado, tomamos conhecimento que a saída de Luiz Ademar estava só na espera que esse deixasse a presidência da ACEESP, e quando isso aconteceu a demissão chegou.

As denuncias são graves e que deveriam ter uma resposta da direção do Sport TV, que até o momento está muda.

São coisas do jornalismo brasileiro.

NOTA 3-  ACREDITEM SE QUISER

* De acordo com o jornal britânico ¨Daily Mail¨, Neymar do PSG com R$ 2 mlhões por semana é o jogador que tem o maior salário no futebol mundial.

É seguido pelo argentino Lavezzi do Hebei China Fortune com 1,8 milhão por semana.

O mais incrível é que o brasileiro Oscar, do Shangai (China), detém a terceira posição, empatado com Messi.

O salário semanal de ambos é de 1,7 milhão.

Acreditem se quiser, o melhor jogador do mundo de acordo com a temporada de 2017, Cristiano Ronaldo, está na quinta colocação, com um salário de R$ 1,4 milhão/semana.

Será que o desejo do jogador de sair do Real Madrid está atrelado ao problema salarial?

Na verdade, hoje o futebol chinês enlouqueceu.

O que estão gastando com o futebol é coisa de um outro planeta.

NOTA 4- A CARAVANA DA MISÉRIA DESFILANDO EM BRASÍLIA

* O Campeonato Brasiliense teve o seu inicio com 4 jogos desde que o encontro entre o Ceilândia e Paranoá foi adiado por conta da Copa Verde.

Os jogos realizados somaram 4.209 pagantes nos estádios, com uma média de 842 torcedores por jogo.

O Gama foi o único time que não pagou para jogar, e o que recebeu maior número de torcedores no seu jogo contra o Bolamense, com 1.724 pagantes e um resultado positivo de R$ 14.961,32.

O Santa Maria foi o que time que ostentou o maior prejuízo (-R$ 2.227,28), no jogo contra o Luiziânia, com apenas 694 torcedores.  

O menor público  foi do encontro entre o Sobradinho e Formosa, com apenas 235 pagantes, e um vermelho de - R$ 1.156,56.

O mais grotesco foi o público presente ao Mané Garrincha, o estádio que custou 1,6 bilhão, no encontro entre o Brasiliense e Real, com 988 torcedores perdidos no mundão. O prejuízo foi de R$ -546,50.

Paracatu e Samambaia deu um vermelho de -R$ 1.425,00.

É a Caravana da Miséria desfilando na Praça dos Três Poderes.

NOTA 5- O DONO DO CLUBE

* Todo clube de bairro tinha um dono.

Era o que guardava o seu material, que acertava os amistosos, que convocava os jogadores, e ainda por cima era o técnico.

No futebol profissional existem ainda os coronéis que dão sempre a palavra final sobre as assuntos dos clubes. 

Há algum tempo atrás postamos uma Nota sobre o Atlético-PR que é um clube com milhares de sócios, mas com um dono, um verdadeiro senhor feudal, e que esse estava desejando também o cargo de CEO, para ser o maior executivo do rubro-negro do Paraná.

Mário Celso Petraglia é o atual presidente do Conselho Deliberativo, diretor de futebol, e presidente da CAP que é a representação formal do Conselho de Administração que gerencia a Arena.

Na última quarta-feira o cartola reuniu a diretoria do clube, que deve ter apenas um figura simbólica como presidente, para comunicar que o Furacão contratou um CEO, cujo nome era: Mário Celso Petraglia.

Não sabemos se o cargo vai ser remunerado, como também se esse tem competência para ocupa-lo, mas de uma coisa temos a certeza de que o cartola é o Atlético, assim como o Atlético é do cartola, o dono de tudo.

Só mesmo no Brasil

NOTA 6- UM OUTRO MUNDO

* O Yeovil Football Club é um time da 4ª Divisão da Inglaterra, que tem como sede a cidade de Yeovil, com 45 mil habitantes, recebeu na noite de ontem o Manchester United para um confronto pela Copa da Inglaterra.

O time de Manchester entrou com quase todos os titulares e ainda promoveu a estreia de Alexis Sánchez que foi o melhor jogador em campo, e era bem obvio que iria ganhar o jogo.

No final o placar foi de 4x0 à seu favor.

Isso era factível, mas a importância do evento serviu para mostrar o nível do futebol inglês, quando vemos uma equipe da 4ª divisão bem organizada, com profissionalismo, comissão técnica, e um estádio, o Huish Park, com capacidade para 9.665 pessoas, com qualidade bem superior a alguns de diversos clubes brasileiros que disputam as divisões menores.

Todos os espaços estavam ocupados, e os torcedores locais com toucas, cachecóis com os símbolos do clube. A perenização fortalece o futebol e o da Inglaterra é um bom exemplo para essa batalha que lutamos há um bom tempo.

Um jogo como esse mesmo com clubes com diferenças gigantescas dá gosto de se assistir, e ao mesmo tempo lamentando o abandono desse esporte no país.

Escrito por José Joaquim

No dia de ontem tanto nas ruas como pelas mensagens no telefone, fomos cobrados por amigos sobre o pênalti não marcado que poderia ter dado a vitória para o Central que seria importante para que esse fique entre os oito melhores classificados no final do turno, e a razão de que o árbitro não seja indiciado pelo Tribunal Esportivo.

Tal fato só acontece por conta da impunibilidade da arbitragem que é protegida pela legislação, inclusive para um erro como o que vimos no jogo entre o Santa Cruz e o time de Caruaru.

Na realidade do nosso futebol, quando um dirigente, um treinador ou um jogador protesta contra o ¨status quo¨ dominante, de imediato aparece um procurador da Justiça Desportiva ingressando com uma denúncia contra esses.

Centenas de casos ocorrem pelo Brasil afora.

Os árbitros cometem vários desatinos, e quantos são denunciados pela Procuradoria Desportiva?

Quantos julgamentos assistimos nos diversos tribunais desportivos que tenham a arbitragem no banco dos réus? Poucos e raros.

Existe uma tese sobre o assunto, e que tem fundamento, de que as regras do futebol fazem do arbitro um soberano nas quatro linhas.

Os seus critérios são interpretativos e, por conta disso, denúncias contra pênaltis não marcados, ou confirmados de forma ilegal, gols de impedimentos, não podem ser efetivadas, desde que se esses fossem condenados os tribunais receberiam centenas de processos, explodindo as competições.

Por outro lado, temos o artigo 58-B do CBJD que deixa bem claro a impunibilidade da arbitragem com relação as suas decisões, quando determina que essas são definitivas, ou seja estragam tudo em nome da lei.

Enquanto o Código tem as suas restrições, a Comissão de Arbitragem que poderia tomar as devidas providências, não o faz por conta do corporativismo.

Criaram uma reciclagem, para que o árbitro possa estudar com mais afinco as várias regras do jogo, algo na verdade apenas para iludir os iludidos de plantão.

Se os erros grotescos fossem punidos com rigor, inclusive com o afastamento do quadro, certamente não iriamos contemplar tantos resultados alterados pelos árbitros inimputáveis perante a lei.

A solução existe, e está ligada a implantação do árbitro de vídeo, que poderia resolver todas as duvidas inerentes ao jogo, e certamente os problemas seriam resolvidos.

Enquanto os maiores centros futebolísticos utilizam o VAR, no Brasil a entidade maior do futebol fica discutindo o custo do sistema para a sua implantação em nossos estádios.

Na verdade o arbitro de vídeo em nosso país em uma experiência em Pernambuco, tornou-se o ¨arbitro de vídeo amigo¨.

O erro cometido pelo árbitro Gleydson Leite foi grotesco, desde que o goleiro do Santa Cruz utilizou os mesmos procedimentos do futebol americano para desarmar o adversário.

Com o VAR funcionando o fato seria resolvido.

São coisas do futebol brasileiro.

Escrito por José Joaquim

O Brasil tem muitos clubes e pouco futebol. O modelo adotado no país é desprovido de algo que se chama de racionalidade, desde que contempla para a grande maioria uma vida de um urso polar, quando hiberna por um longo período.

Já debatemos muito sobre esse tema, e quando assistimos os jogos de nossos clubes vimos que existe algo muito errado, desde que a formação que vem sendo feita não tem produzido nada.

Os que tem chance de atuar na equipe profissional carregam os erros de um trabalho mal formatado.

Há anos que estudamos o futebol mundial, e o do nosso país é um dos raros que trabalha de forma sazonal, refletindo na sua qualidade e na formação de novos talentos.

No futebol espanhol que é um dos melhores do mundo, o modelo de gestão é totalmente diferente do que acontece no Brasil.

A Liga de Futebol Profissional administra várias divisões.

A principal (1ª), chamada de La Liga, é uma das mais importantes do sistema. Abriga 20 clubes, com o campeonato em pontos corridos. Os times classificados, 1º ao 4º lugares, disputam a Liga dos Campeões, o 5º e 6º se classificam para a Liga Europa. Os três últimos são rebaixados.

A 2ª Divisão é chamada de Liga Adelante. É formada por 22 clubes, e o seu campeonato é também regido pelo sistema de pontos corridos. Os dois melhores ascendem de forma direta, e do 3º ao 6º disputam um play-off para a terceira vaga do acesso. Os quatro últimos são rebaixados para a chamada Segunda Divisão B, que na verdade é a Terceira Divisão.

Essa tem uma participação de 80 clubes, divididos em 04 grupos regionalizados, com 20 equipes em cada um.

O modelo é de pontos corridos em dois turnos, mas para o acesso, os quatro primeiros de cada grupo, totalizando 16, disputarão o Torneio Promocíon à Segunda.

São divididos em quatro chaves, que tem na cabeça os campeões, com duas fases de mata-mata. No final os quatro vencedores são promovidos a Segunda Divisão.

Quanto ao descenso, os quatro últimos são rebaixados de forma direta, e o 16º de cada grupo participam de um torneio, para que possam ser conhecidos aqueles outros dois que cairão para a Quarta Divisão.

A Quarta Divisão espanhola, que é chamada de Tercera División, é disputada por 364 clubes, divididos em 18 grupos.

Cada um representa uma região da Espanha, sendo que a Andaluzia devido ao seu tamanho participa em dois grupos. São 16 grupos de 20 clubes cada e 2 com 22. O sistema de disputa é de pontos corridos em dois turnos, onde jogam entre si em cada grupo.

Os quatro primeiros colocados de cada um (72), classificam-se para o Torneio Promocíon a Serie B, que é disputado em um sistema eliminatório, para que se conheça os 18 que terão acesso para a Terceira Divisão. Os 3 últimos de cada grupo são rebaixados para 1ª Divisão Regional.

O último setor é chamado de Divisões Regionais da Espanha.

Trata-se na verdade da Quinta Divisão, constituída por vários setores regionais ou territoriais. Sua organização corre ao cargo das 19 Federações Territoriais que integram a Real Federação Espanhola de Futebol.

São mais de 3.000 clubes participando da competição que tem na sua Preferente uma forma de acesso à Quarta Divisão.

Ainda existe uma Copa Nacional, a Copa Del Rey, como a nossa Copa do Brasil, com a participação de 83 equipes com todas das duas maiores Series, 20 da terceira e 19 da Quarta.

Na verdade é um modelo que contempla a perenização do futebol, com clubes jogando o ano todo e, sobretudo, com a regionalização em algumas divisões.

Um bom exemplo para o Brasil.