NOTA 1- A RAPOSA MORREU AFOGADA NO CAPIBARIBE
* No futebol do domingo assistimos um bom jogo entre o Arsenal e Manchester City, que terminou com o empate de 2x2, com o apito amigo não marcando no final um pênalti à favor do time de Guardiola.
Bem movimentado, sem retranca e sobretudo gols que são importantes para quem assiste o futebol, tão diferente do que assistimos no Brasil.
No período da tarde tivemos um ótimo jogo pela Copa do Nordeste entre Sport e Campinense.
Diferente do que aconteceu em Campina Grande o time da Ilha do Retiro resolveu jogar futebol, em especial Diego Souza que no jogo de ida andou. Aos quatro minutos um gol de boa feitura, desequilibrou a equipe campinense, que assistiu o adversário jogar e marcar 2x0.
No segundo tempo o Campinense melhorou, marcou o seu gol, e voltou a ter a classificação nos pés, mas um terceiro gol do Sport, também de Diego Souza, dessa vez uma pintura de bicicleta, mudou o resultado para 3x1, levando a decisão para os pênaltis, com a vitória do Leão, e o afogamento da Raposa no Capibaribe que circunda a Ilha do Retiro.
Não foi um futebol de alto nível, mas bom de ser assistido pelo empenho dos dois clubes.
O treinador Ney Franco colocou o seu dedo, desde que deve ter observado as separações existentes na formação do time com setores espaçados, tirando Mansur, e colocando no meio de campo Fabiano. Acertou em cheio.
Por outro lado o bom público presente mostrou a face do nosso torcedor, que só gosta de decisões.
No outro jogo dessa competição o Bahia derrotou o Sergipe por 3x0, e conseguiu a última vaga para a fase semifinal.
Pelo futebol carioca, o FlaFlu terminou com o placar de 1x1 enquanto o Botafogo derrotou o Resende por 3x2, com um gol de bicicleta de Sassá. Tudo dentro do previsível.
Foi uma tarde de bicicletas.
Mais tarde, o Palmeiras derrotou o Novorizontino pelo placar de 3x1, em um jogo bem movimentado.
Na verdade o melhor do domingo foram as bicicletas, e mais ainda a vitória do fantástico Roger Federer por 2 sets a 0, contra Rafael Nadal, conquistando o Masters 1000 de Miami.
O suíço é como vinho, quanto mais velho melhor, jogando ainda o tênis no mais alto nível.
Dignifica o esporte.
NOTA 2- AVANÇO?
* Ouvimos vários comentários sobre a nova fórmula de distribuição das cotas de televisão que vigorarão à partir de 2019 e permanecerá na estática até 2025.
Alguns clubes festejaram-na, mas se a colocarem no computador, certamente verificarão que as diferenças continuarão gritantes.
A Globo detentora dos direitos de transmissão até 2015, demonstrou tal distribuição: 40% para todos, 30% pela classificação anterior, 30% pelo número de jogos transmitidos.
O total será de R$ 1,8 bilhão. 40% desse valor será R$ 720 milhões, que corresponde a R$ 36 milhões para cada clube. Se seguissem o modelo inglês, esse seria de R$ 45 milhões. Uma boa diferença.
Sobraram para os outros dois itens R$ 1.08 bilhão, ou seja, R$ 540 milhões para cada.
Embora não tenha sido mostrado os percentuais pela classificação anterior, o modelo a ser seguido será o inglês, quando o primeiro recebe vinte vezes mais do que o último.
Um exemplo, o 20º recebe 1,5 milhões de euros, e o campeão 30 milhões de euros. A diferença é gigante, embora o mérito sem duvida deva prevalecer.
Quanto ao número de jogos que serão transmitidos, corresponderão aos da TV aberta de forma nacional, e mais uma vez Flamengo e Corinthians irão disparar, desde que esses são os donos dessas transmissões.
Também será estabelecida uma cota para cada jogo. Os clubes menores são pouco contemplados no canal aberto de forma nacional, e serão prejudicados desde que irão receber valores bem inferiores.
O ideal seria que tivesse um número mínimo de transmissão a ser considerado, mesmo que não tenha acontecido. Uma espécie de cota mínima.
No final de tudo se somarmos cada item, as distâncias não serão reduzidas, a não ser que um desses consiga chegar na parte de cima da tabela.
Quando os clubes maiores não fizeram ressalvas, é que tudo já estava combinado e as contas realizadas.
Na realidade o ideal é que não houvesse o monopólio na transmissão dos eventos, mas esse é um problema do CADE que não funciona a contento, o que aliás não é novidade no Brasil.
NOTA 3- O FUTEBOL AÉREO E AS CONCUSSÕES
* Uma reportagem publicada no Jornal Extra-RJ trouxe algo que estamos discutindo há um bom tempo com os nossos visitantes, que está relacionado aos choques de cabeças nos jogos de futebol no Brasil.
Não temos nenhuma partida realizada em nosso país onde as cabeças não sejam batidas algumas vezes.
O neurocirurgião Jorge Pagura que preside a Comissão Nacional de Médicos do Futebol, afirmou que a concussão é o inimigo oculto do esporte, e hoje é a segunda causa de atendimentos em campo, e perigosa para um trauma no cérebro.
Assistimos a vários jogos do futebol europeu, e não verificamos um índice tão alto de cabeças se chocando, o que mostra a melhor qualidade do jogo nesse Continente, quando a bola rola, e a falta de técnica dos jogadores brasileiros, que tem o jogo aéreo como arma.
O assunto é tão real, que os clubes já levam para os estados as toucas de natação que são utilizadas para o estancamento do sangue, e com o escudo do time.
NOTA 4- INVASÃO ESTRANGEIRA
* Uma pesquisa do Ibope Repucom sobre a penetração do futebol estrangeiro junto ao torcedor brasileiro, mostrou algo que sempre estávamos mostrando em nossos artigos, através da realidade das ruas.
As pesquisas de opinião começaram a encontrar brasileiros natos como torcedores exclusivos de equipes estrangeiras. Tal fato jamais tinha acontecido em nosso país.
O perfil desse torcedor é jovem, tem de 16 a 29 anos, está na classe A ou B e acessa internet rápida pelo celular.
A comercialização de uniformes oficiais comprova a tendência do crescimento internacional. A Netshoes vende quatro camisas do Barcelona para cada uma do Botafogo ou do Fluminense.
O Barcelona, que é o maior caso de sucesso da década esportiva, tem hoje 10,2 milhões de simpatizantes ou torcedores no Brasil- considerando-se brasileiros de 16 a 29 anos.
Nesta faixa já é a quinta torcida do país, à frente de Vasco, Cruzeiro e Atlético-MG. O Real Madrid soma 4,9 milhões de torcedores. O Manchester City forma o Top 3, com 2,5 milhões.
Contra fatos não existem argumentos contraditórios, ou seja, o futebol brasileiro com a sua estrutura alienada, ultrapassada e corrompida tem perdido a guerra para centros que sabem fazer um bom futebol.