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Escrito por José Joaquim

O Atlético-PR é um exemplo para clubes medianos, por conta do modelo sustentável adotado em sua gestão.

Na década de 2000 o clube paranaense teve apenas um rebaixamento no Brasileirão, em 2011, retornando  em 2013, ao conquistar o título da Série B de 2012, e nesse ano terminou o Brasileirão em 3º lugar.

Por outro lado o Furacão do Paraná é o único que tem a coragem de peitar a Globo, fato esse que aconteceu no atual campeonato estadual quando em conjunto com o Coritiba rebelou-se contra os valores das cotas, e resolveu então jogar sem a televisão. Bem diferente dos demais.

O clube recebe da televisão uma cota igual a do Sport Recife, mas tem um aproveitamnto maior do que esse, inclusive nas participações no Brasileirão.  

No campo  de jogo já chegou a cinco edições da Copa Libertadores, além de ostentar o título de Campeão Brasileiro.

O Atlético é um modelo de clube com planejamento estratégico. Com menos recursos de TV de que os maiores do Brasil, o rubro-negro do Paraná foi buscar fontes alternativas, e entre essas  da formação de jogadores e vendas para o exterior. Tem uma das arenas mais modernas do Brasil, inclusive a única com teto retrátil.

O modelo gerencial é baseado em clubes da Europa, com uma profissionalização em todos os seus setores, com as áreas trabalhando em sinergia, onde todos ajudam todos.

Implantou um dos melhores Centros de Treinamento e Formação do país, o CT do Caju, e hoje 66% do grupo de 33 jogadores foram formados na base. Um número bem alto, que ajuda a manter uma folha salarial estável.

Paga seus compromissos em dia, e não usa o modelo irracional de adiantamento de receitas.

Qual a razão do sucesso, já que os nossos clubes não conseguem chegar a tal patamar? Reposta simples: uma gestão profissional, através de uma governança coorporativa.

O número de seus torcedores em todas as pesquisas realizadas são equivalentes aos do Sport, e um pouco mais acima do Santa Cruz, mas nas comparações o clube paranaense dá de goleada com relação aos seus modelos gerenciais.

Essa analise teve com objetivo o de comprovar um tema que estamos sempre debatendo sobre uma boa gestão, ao mostrarmos que  é o caminho do sucesso para tudo, e o Atlético-PR é o maior exemplo.

Não é um clube milionário, mas conseguiu atingir um patamar bem importante no futebol, mostrando o que pode ser feito para que se tenha um futuro promissor.

Infelizmente o Nordeste é atrasado, vai continuar atrasado por conta da formação cultural do seu povo, e isso influencia no futebol que vive se arrastando por muito tempo. Não tem a visão do futuro.

Quantos dirigentes de nosso estado já estiveram em Curitiba para conhecerem esse projeto? Uma pergunta que irá ficar sem resposta.

* Dados do Estadão.com

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- NÚMEROS QUE ESPANTAM

* Ainda sobre a pesquisa do Ibope Repucom sobre a invasão estrangeira, um item que espanta é sem dúvida o numero de jogos televisionados e o acesso a centenas de times estrangeiros.

Somados, os 16 canais das TVs aberta e fechada transmitiram no primeiro trimestre de 2016, 728 jogos de futebol ao vivo. Desses apenas 115 foram de times nacionais.

Em média foram nove por dia- sem contar com as partidas oferecidas de forma exclusiva pelo sistema pay-per-view.

Por outro lado, o público brasileiro teve acesso a 224 times estrangeiros, oriundos de 30 países diferentes. São clubes onipresentes, estão em todas as telinhas.

Da Inglaterra, foram exibidos jogos de 37 equipes de quatro divisões, e seis competições diferentes.

A Itália viu-se representada por 35 clubes de três divisões. O Alessandria, da terceirona, foi tão exibido na TV fechada quanto Cruzeiro e Vasco nesse trimestre analisado.

O levantamento apontou que 115 times brasileiros tiveram jogos transmitidos para o país. A conta ficou inflada por conta da entrada do Esporte Interativo no mercado, ao adotar competições que eram ignoradas. Sem esse canal, o número de equipes contempladas chegaria apenas a 62.

A globalização é uma realidade irreversível, mas o futebol brasileiro não adequou-se para recebe-la, que motivou um efeito comparação entre o ruim e o bom, e é obvio que a escolha recaiu sobre esse último.

NOTA 2- A BANALIZAÇÃO DOS CLÁSSICOS

* Sport e Santa Cruz disputarão uma das semifinais da Copa do Nordeste, com dois jogos.

No hexagonal do estadual pernambucano também irão somar mais dois, e pelo que a tabela de classificação da competição está indicando, irão jogar mais duas vezes na sua fase semifinal.

Em três meses deveremos ter seis clássicos com os dois clubes, o que representa uma banalização fora do limite.

Até agora o público tem sido bem reduzido, e deverá aumentar nos jogos da Copa do Nordeste.

Quanto mais é repetido um jogo entre os mesmos competidores, maior a indiferença do torcedor por conta da sua banalização. É a mesma coisa do que assistir um filme cinco vezes.

O mesmo fato está se dando no Rio de Janeiro, cujo campeonato alucinado terá 15 clássicos até o seu final.

Bem diferente em Minas Gerais e Rio Grande do Sul, quando haverá apenas três clássicos.

Além da banalização é a vulgarização do futebol, que é um produto que está sendo oferecido em excesso, sem retorno da demanda, que deseja jogos que tenham valor, e não de brincadeira como estão acontecendo no futebol carioca, em Pernambuco, com  clubes atuando para o cumprimento da tabela. 

Da maneira que está caminhando o nosso futebol, um clássico como esse, estará sendo vendido em alguma promoção de liquidação.

São coisas do futebol brasileiro.

NOTA 3- UM TIRO NO PÉ

* Não sabemos como o Regulamento da Federação Paulista permitiu que um clube vendesse o seu mando de campo, e atuasse os dois jogos na casa do adversário nas quartas de final do estadual.

Certamente a diretoria do Linense agiu por ganância, deixando de lado os interesses da torcida da cidade de Lins. 

Como poderá se fortalecer com atitudes como essa?

Apostaram que o São Paulo iria colocar um grande público no estádio, fato esse que não aconteceu, desde que o torcedor optou pelo segundo jogo.

A renda liquida do encontro do último domingo foi de R$ 60 mil, muito aquém do esperado pela venda da honra do clube.

Todo castigo foi pouco para o Linense, além de ser derrotado, deixou de ganhar bons recursos como aconteceu no jogo do Palmeiras que deixou em seus cofres mais de R$ 300 mil.

Futebol sem lei ou ordem não tem futuro, e fatos como esse não deveriam acontecer.

NOTA 4- QUE FUTEBOL É ESSE?

* O fato que vamos apresentar tem cara de piada, mas não é piada, e sim a verdade.

O Tocantins de Miracema que disputa o Campeonato de Tocantins, contratou o ex-jogador Athirson como seu técnico.

Esse chegou na quinta-feira, deu um treinamento, mal teve tempo para conhecer os atletas, e no dia seguinte retornou para o Rio de Janeiro, com a promessa da volta no domingo, para comandar o time no seu jogo contra o Sparta.

Na verdade tal fato aconteceu, mas esse só chegou ao estádio no segundo tempo, para assistir a derrota do Tocantins por 1x0.

O mais interessante é que a diretoria ao ser cobrada por conta dessa ação grotesca, afirmou que estava tudo bem, desde que ao contratar Athirson, ficou acertado que esse teria que ir sempre ao Rio de Janeiro, e que vai treinar a equipe até a sexta-feira e viaja novamente para a Cidade Maravilhosa.

Vão ficar precavidos, pois não sabem se esse irá retornar à tempo.

Como um futebol poderá evoluir com procedimentos como esse?

Realmente é a cara desse esporte no Brasil. 

NOTA 5- O ÁRBITRO DE VÍDEO NO CEARÁ

* O Nordeste que vem sempre no reboque da história, submisso, saiu à frente na utilização do árbitro de vídeo.

O Ferroviário está de volta a primeira divisão estadual, no último domingo enfrentou o Fortaleza pelo primeiro jogo da semifinal, derrotando-o por 2x0, com chances de chegar a uma final depois de muitos anos.

Nesse jogo tivemos a atuação do arbitro de vídeo, desde que o auxiliar da arbitragem, Arnaldo Souza, confirmou um gol de Mota do Ferrim, quando esse estava dormindo na área do tricolor.

O árbitro Magno Cordeiro confirmou sem reclamações do time adversário.

Na televisão, nós vimos que esse foi ilegal.

De repente o auxiliar que tinha voltado para a sua posição, resolveu anular o gol, com a alegação que tomara essa atitude para ficar em paz com a sua consciência. Uma conversa fiada.

Na verdade o quarto árbitro recebeu a informação da televisão que estava transmitindo o jogo, confirmando a sua ilegalidade, e de pronto o Arnaldo foi avisado.

É o apito de vídeo tupiniquim, que atua sem custos.

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- A RAPOSA MORREU AFOGADA NO CAPIBARIBE

* No futebol do domingo assistimos um bom jogo entre o Arsenal e Manchester City, que terminou com o empate de 2x2, com o apito amigo não marcando no final um pênalti à favor do time de Guardiola.

Bem movimentado, sem retranca e sobretudo gols que são importantes para quem assiste o futebol, tão diferente do que assistimos no Brasil.

No período da tarde tivemos um ótimo jogo pela Copa do Nordeste entre Sport e Campinense.

Diferente do que aconteceu em Campina Grande o time da Ilha do Retiro resolveu jogar futebol, em especial Diego Souza que no jogo de ida andou. Aos quatro minutos um gol de boa feitura, desequilibrou a equipe campinense, que assistiu o adversário jogar e marcar 2x0.

No segundo tempo o Campinense melhorou, marcou o seu gol, e voltou a ter a classificação nos pés, mas um terceiro gol do Sport, também de Diego Souza, dessa vez uma pintura de bicicleta, mudou o resultado para 3x1, levando a decisão para os pênaltis, com a vitória do Leão, e o afogamento da Raposa no Capibaribe que circunda a Ilha do Retiro.

Não foi um futebol de alto nível, mas bom de ser assistido pelo empenho dos dois clubes.

O treinador Ney Franco colocou o seu dedo, desde que deve ter observado as separações existentes na formação do time com setores espaçados, tirando Mansur, e colocando no meio de campo Fabiano. Acertou em cheio.

Por outro lado o bom público presente mostrou a face do nosso torcedor, que só gosta de decisões.

No outro jogo dessa competição o Bahia derrotou o Sergipe por 3x0, e conseguiu a última vaga para a fase semifinal.

Pelo futebol carioca, o FlaFlu  terminou com o placar de 1x1 enquanto o Botafogo derrotou o Resende por 3x2, com um gol de bicicleta de Sassá. Tudo dentro do previsível.

Foi uma tarde de bicicletas.

Mais tarde, o Palmeiras derrotou o Novorizontino pelo placar de 3x1, em um jogo bem movimentado.

Na verdade o melhor do domingo foram as bicicletas, e mais ainda a vitória do fantástico Roger Federer por 2 sets a 0, contra Rafael Nadal, conquistando o Masters 1000 de Miami.

O suíço é como vinho, quanto mais velho melhor, jogando ainda o tênis no mais alto nível.

Dignifica o esporte.

NOTA 2- AVANÇO?

* Ouvimos vários comentários sobre a nova fórmula de distribuição das cotas de televisão que vigorarão à partir de 2019 e permanecerá na estática até 2025.

Alguns clubes festejaram-na, mas se a colocarem no computador, certamente verificarão que as diferenças continuarão gritantes. 

A Globo detentora dos direitos de transmissão até 2015, demonstrou tal distribuição: 40% para todos, 30% pela classificação anterior, 30% pelo número de jogos transmitidos. 

O total será de R$ 1,8 bilhão. 40% desse valor será R$ 720 milhões, que corresponde a R$ 36 milhões para cada clube. Se seguissem o modelo inglês, esse seria de R$ 45 milhões. Uma boa diferença.

Sobraram para os outros dois itens R$ 1.08 bilhão, ou seja, R$ 540 milhões para cada.

Embora não tenha sido mostrado os percentuais pela classificação anterior, o modelo a ser seguido será o inglês, quando o primeiro recebe vinte vezes mais do que o último.

Um exemplo, o 20º recebe 1,5 milhões de euros, e o campeão 30 milhões de euros. A diferença é gigante, embora o mérito sem duvida deva prevalecer.

Quanto ao número de jogos que serão transmitidos, corresponderão aos da TV aberta de forma nacional, e mais uma vez Flamengo e Corinthians irão disparar, desde que esses são os donos dessas transmissões.

Também será estabelecida uma cota para cada jogo. Os clubes menores são pouco contemplados no canal aberto de forma nacional, e serão prejudicados desde que irão receber valores bem inferiores.

O ideal seria que tivesse um número mínimo de transmissão a ser considerado, mesmo que não tenha acontecido. Uma espécie de cota mínima. 

No final de tudo se somarmos cada item, as distâncias não serão reduzidas, a não ser que um desses consiga chegar na parte de cima da tabela.

Quando os clubes maiores não fizeram ressalvas, é que tudo já estava combinado e as contas realizadas.

Na realidade o ideal é que não houvesse o monopólio na transmissão dos eventos, mas esse é um problema do CADE que não funciona a contento, o que aliás não é novidade no Brasil.

NOTA 3- O FUTEBOL AÉREO E AS CONCUSSÕES

* Uma reportagem publicada no Jornal Extra-RJ trouxe algo que estamos discutindo há um bom tempo com os nossos visitantes, que está relacionado aos choques de cabeças nos jogos de futebol no Brasil.

Não temos nenhuma partida realizada em nosso país onde as cabeças não sejam batidas algumas vezes.

O neurocirurgião Jorge Pagura que preside a Comissão Nacional de Médicos do Futebol, afirmou que a concussão é o inimigo oculto do esporte, e hoje é a segunda causa de atendimentos em campo, e perigosa para um trauma no cérebro.

Assistimos a vários jogos do futebol europeu, e não verificamos um índice tão alto de cabeças se chocando, o que mostra a melhor qualidade do jogo nesse Continente, quando a bola rola, e a falta de técnica dos jogadores brasileiros, que tem o jogo aéreo como arma.

O assunto é tão real, que os clubes já levam para os estados as toucas de natação que são utilizadas para o estancamento do sangue, e com o escudo do time. 

NOTA 4- INVASÃO ESTRANGEIRA

* Uma pesquisa do Ibope Repucom sobre a penetração do futebol estrangeiro junto ao torcedor brasileiro, mostrou algo que sempre estávamos mostrando em nossos artigos, através da realidade das ruas.

As pesquisas de opinião começaram a encontrar brasileiros natos como torcedores exclusivos de equipes estrangeiras. Tal fato jamais tinha acontecido em nosso país.

O perfil desse torcedor é jovem, tem de 16 a 29 anos, está na classe A ou B e acessa internet rápida pelo celular.

A comercialização de uniformes oficiais comprova a tendência do crescimento internacional. A Netshoes vende quatro camisas do Barcelona para cada uma do Botafogo ou do Fluminense.

O Barcelona, que é o maior caso de sucesso da década esportiva, tem hoje  10,2 milhões de simpatizantes ou torcedores no Brasil- considerando-se brasileiros de 16 a 29 anos.

Nesta faixa já é a quinta torcida do país, à frente de Vasco, Cruzeiro e Atlético-MG. O Real Madrid soma 4,9 milhões de torcedores. O Manchester City forma o Top 3, com 2,5 milhões.

Contra fatos não existem argumentos contraditórios, ou seja, o futebol brasileiro com a sua estrutura alienada, ultrapassada e corrompida tem perdido a guerra para centros que sabem fazer um bom futebol.

Escrito por José Joaquim

Os investimentos no futebol de um clube esportivo tem os seus limites delineados, por conta da capacidade de absorção de recursos. Chega a um determinado ponto que torna-se impossível um maior desenvolvimento, e isso impede a sua evolução.

No Brasil existe um pensamento retrógrado que não permite de que os clubes de futebol possam criar empresas para administra-los.

Desde 2016 está tramitando no Congresso Nacional um projeto do deputado Otávio Leite, que cria esse modelo, denominado de Sociedade Anônima do Futebol (SAF), mas a bancada da bola tem conseguido barrar o seu encaminhamento.

De acordo com o projeto, o clube sócio-esportivo pode criar uma empresa, segundo normas empresariais, como conselho administrativo, diretoria remunerada, e com chance de participar do mercado financeiro, podendo comercializar ações.

Nenhuma novidade, desde que a Lei Pelé de 1998 já acenava para tal linha de ação, mas a cartolagem que não deseja perder o poder, jamais pensou no assunto.

Tal modelo de gestão chegou aos clubes europeus e atingiu o Continente Sul-Americano. O Colo-Colo é regido por uma empresa chamada Blanco Y Negro, que atua desde 2005.

O maior acionista é o atual presidente, Aníbal Mosa, que está fechando com empresários chineses a venda de suas ações que representam 29,8% do capital. Trata-se de algo muito relevante por ser o primeiro investimento chinês no futebol fora da Europa.

O mesmo ocorre com o Atlético Nacional de Medellin, campeão da última Libertadores, que tem como maior acionista o grupo Ardila Lülle. 

Na Europa, os exemplos são bem maiores: Bayern de Munique, tem 25% de suas ações divididas entre as multinacionais Adidas, Audi e Allianz (nome do seu estádio). Tais ações foram negociadas pelo próprio clube, e não podem passar de 49% do capital.

Outro caminho proposto pelo SAF é a da colocação das ações na Bolsa de Valores, permitindo aos torcedores compra-las e  tornarem-se seus sócios. Na realidade o futebol brasileiro não tem suporte financeiro para a sua internacionalização.

As diferenças entre nossos clubes e os europeus é igual a distância do planeta Terra ao planeta Marte, e isso nós acompanhamos no dia a dia.

A chegada de investidores sérios, com nomes firmados no mercado internacional, sem dúvida iria reforçar os seus caixas, e com isso um maior desenvolvimento. Não cabem aventureiros ou picaretas. 

Não podemos e não devemos viver apenas das cotas de televisão que aprisionam a todos, e sim torna-las uma a mais do contexto global de suas finanças.

O futebol brasileiro está na Idade da Pedra, com Fred Flintstone comandando.

Escrito por José Joaquim

O Paraná tem um desafio na tarde de hoje que é o de derrotar o time principal do Atlético-PR, na primeira etapa da fase de mata-mata do campeonato local.

Foi o primeiro lugar na fase de classificação com 28 pontos, enquanto o adversário que atuou com um time reserva somou apenas 12, e ficou no último lugar.

A importância desse jogo é sem duvida a tentativa de recuperação da equipe paranista no cenário estadual e nacional. O Paraná é o melhor exemplo de gestões amadoras e desastradas.

Surgiu em 1990 como o clube de maior patrimônio do Brasil, graças a fusão do Colorado Esporte Clube e Esporte Clube Pinheiros, com o luxo de ter dois estádios de futebol.

Foram dez anos de sucesso, conquistando no período seis estaduais, participando sucessivamente da Série A Nacional, da Copa do Brasil, entre outros torneios.

A partir de 2002 começou a sua queda, por conta de gestões atabalhoadas, que o levaram ao fundo do poço com débitos estratosféricos.

Nessa temporada o clube irá completar 10 anos fora da Primeira Divisão, e tal fato ajudou a piorar a sua situação.

Foi perdendo ano a ano o patrimônio em vários leilões judiciais para pagamentos de dividas contraídas de forma desordenada. A cada acúmulo de débitos, uma área era entregue para os seus pagamentos.

Na última quinta-feira, a sede social do Boqueirão, em frente à Vila Olímpica, foi arrematada pelo valor de R$ 9,1 milhões, metade do lance inicial que era de R$ 18,1 milhões.

Esse patrimônio foi a leilão para pagar uma ação de um ex-professor de futsal. Obvio que foi por conta da falta de pagamentos de salários, e que foi empurrada com a barriga por longos anos. Deu no que deu. Uma outra sede, do Tarumã, foi leiloada em 2013.

Com todas as receitas bloqueadas pela Justiça, o Paraná colocou em uma imobiliária parte do terreno da sede social na Avenida Kennedy, para venda. Pede R$ 60 milhões pela área de 18 mil metros quadrados. Parte dessa está arrendada por 20 anos para uma empresa de eventos.

Um outro fato mais grave para  situação do clube foi a decisão do Tribunal Federal da 4ª Região (TRF-4), que confirmou que o clube perdeu para a União, o processo de posse da Vila Capanema, local que abriga o estádio que é utilizado para seus jogos, determinando que o governo federal pague uma indenização.

Sem o equipamento, deverá utilizar a Vila Olímpica, caso a União não aceite a permuta do Durival de Britto por uma outra propriedade de sua posse.

Fizemos questão de mostrar que dinheiro nas mãos é vendaval, quando não se sabe aplica-lo. De um clube poderoso, respeitado no país, o Paraná aos poucos foi se desfazendo dos seus bens para o pagamento de dividas contraídas por gestões, na sua maior parte trabalhistas.

Aquele que foi o maior clube do estado luta hoje pela sua recuperação, o que será difícil mesmo com uma vitória, desde que perdeu uma demanda grandiosa de torcedores que estavam no processo de escolha, e que tomaram outro caminho.

Muitas vezes somos repetitivos com relação as gestões de nossos clubes, mas iremos continuar mostrando que sem uma governança profissional outros Paranás irão surgir.

Se um dia não tiver mais patrimônio para vender o que será desse clube?