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Escrito por José Joaquim

Ao assistirmos ontem o programa Bola da Vez, da Espn, com o convidado Eurico Miranda, presidente do Vasco, ficamos convictos que o brasileiro ainda adora a cultura do salamaleque, oriunda do império.

Observamos tal fato nas entrevistas que são realizadas com personagens importantes, quando as perguntas efetuadas tem um único sentido, o de não desagradar.

Essa cultura é disseminada, e isso acontece no futebol e em outros esportes, nas entrevistas coletivas que são realizadas com dirigentes, profissionais dos clubes ou outras pessoas envolvidas no segmento.

Sem duvida o Brasil é o maior país ¨salamalequeiro¨ do mundo.

Nas coletivas, existe um certo receio de se questionar os personagens.

Quantas vezes sentimos o constrangimento quando uma pergunta mais profunda é realizada, levando aquele que está assim procedendo a fazer uma abertura cheia de salamaleques, quase pedindo desculpas pelo seu procedimento.

Na realidade, estamos citando um segmento que vive pressionado, desde que os dirigentes e profissionais detestam críticas, e quando uma pergunta sai do script preparado, a reação é imediata, chegando a intimidar quem ousou sair da linha programada. No final, quem ainda aguenta ouvir tais entrevistas, observa que foi uma festa de salamaleques.

Por conta disso, essas perdem o conteúdo. Esses só gostam de elogios e, do outro lado os torcedores recebem uma carga de fatos que não esclarecem os acontecimentos. Eles são divinos.

A vida de um jornalista esportivo não é fácil, inclusive com um mercado difícil com poucas opções, e além disso tem que contar com as pressões que são grandes, e ficam tolhidos de serem investigativos, e quando tentam são ameaçados.

Temos um caso pessoal sobre isso, embora não sejamos jornalista, fomos ameaçados de morte por conta de nossa participação em um programa esportivo. Essa é a triste realidade, imagine o que acontece com aqueles que vivem da profissão.

Dirigente esportivo tem suas raízes na Casa Grande, com o chicote nas mãos, destetando confrontos. O jornalismo politico e econômico é bem diferente do esportivo, desde que as criticas são formuladas, o sistema investigativo funciona, trazendo uma maior audiência por conta das verdades.

O futebol brasileiro vive na Ilha da Fantasia. 

Estagnado, apequenado em relação aos grandes centros, e todos continuam felizes, e não conseguem ousar criticar os cartolas, pois poderão encontrar pela frente alguém que baixará um ato proibindo as suas presenças no clube, ou então um outro que tentará coopta-los, trazendo-os para o seu lado.

Falta ao futebol brasileiro um jornalismo que busque nas suas entranhas, que denuncie as suas mazelas, posto que somente assim esse esporte poderá sair do atoleiro em que se encontra.

Quando abordamos o tema nos lembramos de alguns personagens do jornalismo esportivo de outras épocas, que tiravam as noticias debaixo do tapete, como Geraldo Freyre, José Menezes, Amaury Velozo, Paulo Morais, Claudemir Gomes (esse último ainda na ativa no setor), e tantos outros cujos nomes fugiram da memoria, que nos seus trabalhos enfrentavam a todos com perguntas duras, éticas e pertinentes, e que deixavam os torcedores com o conhecimento de tudo que acontecia na realidade.

Existiam também como nos dias de hoje, os cartolas que se sentiam ofendidos, mas em uma outra mesa de trabalho tinham editorias que lhes davam o suporte necessário.

Os muçulmanos tão perseguido hoje por Trump, foram aqueles que deram origem a esse termo há centenas de anos, quando saudavam um visitante com ¨As Saalamu Aleikum¨, ou seja ¨Que a paz esteja contigo¨. O Brasil colônia mudou o sentido e a transformou em um beija-mão.

Bons tempos que não voltam mais.

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- AINDA SOBRE O CASO BRUNO

* Ontem estivemos em vários locais e verificamos que a indignação com referência ao BOA pela contratação de Bruno, é de uma dimensão incomensurável.

Não encontramos nenhum ser que estivesse favorável a tal fato. A repulsa é unânime.

Assistimos trechos da entrevista na apresentação do jogador pelo time mineiro, e vimos uma frieza, um olhar de sociopata, de quem não tem o menor remorso pelo assassinato de Eliza Samudio, e aquilo que estava acontecendo era um fato normal de um novo jogador contratado.

O que mais constrange é que o BOA um clube de empresários, está utilizando o assunto como uma peça de marketing, mas levou um tiro no pé ao perder os patrocinadores, com exceção da Prefeitura que ainda está titubeando para tomar uma providência.

Para que se tenha uma ideia sobre o ambiente na cidade de Varginha, o primeiro treino de Bruno, teve uma escolta policial para leva-lo ao Centro de Treinamento, ou seja o estado apoiando o crime. 

Só no Brasil que vive em uma eterna esculhambação, um fato como esse poderia acontecer. 

Um péssimo exemplo vem sendo dado, estimulando o crime, o criminoso está solto, enquanto o cadáver da vitima ainda não foi localizado.

Sabemos que trata-se de um fato jornalístico, mas na verdade as editorias dos meios de comunicação não deveriam ter dado autorização aos seus profissionais para tomarem parte de uma cena que representa o quanto anda o nosso país, quando os homens de bem trancam-se em suas casas, os bandidos ficam soltos, jogando futebol como o apoio das mídias.

Por outro lado para evitar qualquer risco, a Federação local deveria pedir uma junta médica com psiquiatras para atestar o grau de insaniade que o atleta carrega consigo, para evitar problemas no futuro.

Mais uma página negra no esporte da chuteira no país.

NOTA 2- OS CARTOLAS ENVOLVIDOS NO CASO FIFA NO BRASIL ESTÃO À PERIGO

* Segundo o jornalista Rodrigo Mattos, do Portal UOL, o STJ validou a troca de informações entre o Ministério Público Federal do país e o Departamento de Justiça dos EUA no caso chamado como FIFA, derrubando a medida que travava a interação.

Na realidade o fato está ligado a empresa Klefer e ao seu dono, Kleber Leite, que estava sendo investigado pela Justiça norte-americana.

Por outro lado, os outros acusados no caso FIFA poderão ser atingidos pela medida da ministra Laurita Vaz, presidente do Tribunal.

Marco Polo Del Nero, Ricardo Teixeira e Jose Maria Marin são os brasileiros réus no processo americano, acusados de receber propinas por contratos de alguns torneios realizados pelo Circo e pela Conmebol.

Por conta disso, o Ministério Público Federal poderá abrir novos processos para requisitar informações da investigação sobre eles para descobrir se cometeram crimes puníveis no Brasil. Bastará uma decisão da primeira instância para pedir os documentos.

Já existe uma investigação aberta na Policia Federal relacionada a Del Nero, com dados da CPI do Futebol.

Ricardo Teixeira também está sendo investigado porque foi constatada a movimentação de mais de R$ 400 milhões em suas contas.

Na verdade, cedo ou tarde o Juízo Final acontecerá, e levará todos de roldão.

NOTA 3- O BRASIL É O PAÍS DO CINEMA

* Já mostramos várias vezes que essa história de que o Brasil é a Pátria das Chuteiras ou o País do Futebol, nunca passou de uma grande piada.

Isso pode até ter acontecido em épocas mais antigas, mas hoje foi substituído pelas telonas dos cinemas.

Contra os números não existem argumentos.

Na semana que findou os dois filmes com maiores públicos foram LOGAN, com 1.119.350 espectadores, e uma receita de R$ 17.676.281, e o segundo colocado o estreante KONG- A Ilha da Caveira, com 596.671 bilhetes vendidos, para uma receita de R$ 10.698.374.

Somados os dois totalizaram 1.716.021 pagantes, com uma receita de R$ 28.374.655.

Para que se faça um efeito comparação, o Campeonato Estadual com maior receita e público é o de São Paulo, que leva uma goleada dos dois filmes em exibição.

Esse somou em 64 jogos 546.633 pagantes, com uma renda bruta de R$ 21.637.278,28.

Com essa demonstração será que alguém ainda terá a coragem de falar que somos o país do futebol?

Na verdade o cinema tem tudo que o futebol não tem, um bom estacionamento, uma boa lanchonete, boas poltronas, telas gigantes, público educado, e sem a presença das organizadas e do crime organizado.

NOTA 4- NO FUTEBOL FALIDO MAIS UM CLUBE PROFISSIONAL

* Vamos e venhamos, dar um destaque para um novo clube profissional  no futebol de Pernambuco, o Bonito Futebol Clube, é realmente o retrato desse esporte em nosso estado. Totalmente queimado.

Será mais um entre as dezenas que brincam de jogar bola sem trazer algo de bom para esse esporte.

A recuperação do nosso futebol não está atrelada a criação de novos clubes, e sim de um projeto global que possa trazer o seu desenvolvimento.

Criar e filiar entidades não faz parte do processo.

Em todos os segmentos existe a necessidade de um caminho a ser percorrido até que se chegue ao objetivo, o de jogar uma segunda divisão local.

Um time profissional não é um pedaço de papel com uma Ata. Representa um conjunto de exigências, entre essas a estrutura, população da cidade, proximidade de outros clubes profissionais na região, entre outros pontos.

O processo deve ser iniciado com uma municipalização colocando-o para atuar, para que seja estudado a possibilidade de mais tarde disputar uma competição profissional. Outro problema são os times ligados a políticos e as Prefeituras. Já nascem temporários.

Temos um exemplo o Chã Grande que tinha o Prefeito na época como dirigente, mas ao perder as eleições esse desapareceu do mapa futebolístico.

Chegou o momento de deixar a pirotecnia de lado, e trabalhar com uma realidade latente, a de que não precisamos de novos clubes profissionais, e sim de um trabalho sério e competente.

NOTA 5- O COMPLÔ DEU CERTO

* Os jogadores do Leicester ajudados pelo auxiliar técnico Craig Shakespeare, armaram um complô e derrubaram o treinador Claudio Raniere.

Deu certo, os resultados como em um passe de mágica começaram a aparecer. Foram dois jogos seguidos com vitórias, com a fuga para bem longe da zona de rebaixamento.

Na tarde-noite de ontem, mais uma conquista e essa da maior importância, ao derrotar o Sevilla no jogo de volta da Liga dos Campeões com a necessidade de virar o placar que era contrário, contando ainda com a perda de um pênalti pela equipe adversaria, fechou o jogo com o resultado de 2x0, passando para a fase de quartas de final, que sem dúvida é um fato épico.

Os revoltosos mostraram que podiam fazer mais e o fizeram.

No outro jogo, a Juventus da Itália derrotou a equipe do Clube do Porto, pelo placar de 1x0.

Enquanto isso no Brasil, o Botafogo recebeu a visita do Estudiantes (ARG), com o Nilton Santos recebendo um excelente publico, para o seu primeiro jogo pela Copa Libertadores na fase de grupos.

Saiu-se bem com uma vitória de 2x1, em um jogo bem disputado, e com o direito de mais um gol de bicicleta.

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- SOS FUTEBOL 

* O futebol de Pernambuco emitiu um sinal de SOS, solicitando socorro para o seu navio que está com o casco furado, e naufragando. O público de 3.651 pagantes no jogo Náutico e Santa Cruz, aprofundou mais os rombos nos cascos da embarcação que leva como passageiros os clubes do estado.

Pesquisamos sobre esse ex-clássico desde 1971, e não encontramos um público como esse, que demonstra que está existindo algo de estranho em nosso futebol.

O que mais preocupa é a maneira como o fato é tratado, com a aparência de uma anestesia geral em todos os segmentos.

A população de nossa área metropolitana cresceu e os torcedores foram reduzidos. Na realidade falta um projeto de refundação do futebol de nosso estado.

O estadual agonizando, e está levando consigo a Copa do Nordeste, que foi inchada para atender interesses da televisão, e cujos resultados estão bem claros.

Essa competição não pode e não deve ter mais do que 16 participantes. divididos em quatro grupos, com 12 datas. Esse era o projeto inicial, e foi um sucesso. Meteram a colher e estragaram o bolo.

Por outro lado com a continuidade do estadual, na verdade o calendário não permite a presença de doze clubes, a não ser que a formatação atual continue, com o massacre do futebol interiorano, com a queda cada vez maior de público.

Na realidade, com apenas 13 datas poderá ser feita uma competição com a garantia de jogos entre si de todos os participantes, mas para que isso possa acontecer, deverá haver a redução para 10 agremiações.

Outro ponto importante é que a Copa do Nordeste e o Estadual não podem acontecer de forma paralela, ocasionando um desgaste na repetição de jogos dos clubes locais entre si, banalizando-os.

Não temos duvida de que tudo pode ser corrigido, mas para isso torna-se necessário cabeças que pensem e forma coletiva e não individual.

O SOS tem que ser ouvido, e atendido pelos cartolas.

NOTA 2- A PRÉ-TEMPORADA DO SPORT

* O Sport como os demais clubes brasileiros não teve uma pré-temporada como manda o figurino, e isso influenciou na formação da equipe.

O clube com o Estadual e a Copa do Nordeste, está treinando para o Brasileiro que começa em maio, e complementando a fase inicial que ficou pela metade.

Os adversários fracos servem para estudos e análises, e a sequência que se aproxima é sem dúvida promissora para tal trabalho, inclusive os resultados já estão sendo sentidos com um time mais equilibrado.

Jogou contra o Boa Vista de Saquarema-RJ, pela Copa do Brasil, e venceu por 3x0. A seguir recebeu em casa outro time fraco, Juazeirense-BA, com mais uma goleada, com 5x0.

Pela ordem mais três times para terminar a sua pré-temporada, o Boa Vista no jogo de volta, o Belo Jardim pelo estadual, e o Sampaio Corrêa, em São Luiz, pela Copa do Nordeste. Chegará assim ao clássico contra o Santa Cruz, devidamente calibrado.

Uma compensação para o malfadado Calendário do Futebol Nacional, ajudado também pela diferença técnica em relação aos seus adversários.

Uma pré-temporada de luxo, jogando contra times profissionais, se preparando para uma competição maior.

São coisas do futebol brasileiro.

NOTA 3- REQUENTAR UM TREINADOR É UM PECADO

* O futebol cearense está pior do que o de Pernambuco, e isso também está refletindo nas arquibancadas, com os jogos sendo realizados com pouco público, tanto no estadual, como na Copa do Nordeste.

No último domingo assistimos uma parte do encontro entre Fortaleza e Altos-PI, pela Copa Regional, com o estádio com poucos torcedores, que é estranho para um clube que sempre teve uma boa demanda.

O time piauiense é limitado, e mesmo assim o tricolor do Pici não obteve a vitória, empatando em 1x1, e selando praticamente a sua saída da competição, desde que irá depender de um milagre na última rodada.

Se chamarem o árbitro alemão, o impossível poderá acontecer.

O que mais nos chamou atenção foram as vaias uníssonas dirigidas ao time, e em particular ao treinador Marquinhos, que até agora não correspondeu com resultados após a sua volta ao comando do time.

Na verdade o retorno do treinador foi um equívoco, desde que esse tinha deixado o Fortaleza às vésperas de um mata-mata da Série C, por um clube da Primeira Divisão, o Figueirense, que terminou sendo rebaixado, enquanto o tricolor foi eliminado da competição.

O estado do Ceará já teve um bom futebol, mas hoje vive do passado, sem bons gestores, e sem um único clube na divisão maior do futebol.

É lamentável.

NOTA 4- O APITO AMIGO NO FINAL DE SEMANA

* Obvio que pelo menos  em um jogo nas dezenas que foram realizados no final da semana teríamos um apito amigo. Isso aconteceu na cidade de Caxias no encontro entre o Internacional e o Juventude, clube local. 

A derrota do Colorado foi definida num erro do árbitro Diego Real que foi o nosso apito amigo da rodada. O pênalti só existiu na visão do apitador, quando trocou uma bola no peito, por uma no braço. Foi grotesco.

A diretoria do Inter deitou falação, acusando a Federação de tentar impedir a conquista do seu hepta e que o campeonato estava sob suspeita. As mesmas conversas de nossos cartolas.

Na realidade o Juventude merecia a vitória, não dessa forma, mas pelo que apresentou durante o jogo.

Com relação ao árbitro, esse já vinha apitando mal no decorrer da partida, e não teve má intenção, foi ruindade mesmo.

O interessante é que em 2015 Diego Real marcou dois pênaltis polêmicos que favoreceu o Colorado em seu jogo pelo estadual contra o Cruzeiro. O time perdia por 2x0, e como o jogo era eliminatório, o placar ameaçava a sua campanha. O primeiro foi perdido, o segundo convertido.

No final o Inter fez o seu gol de empate e ganhou a partida nos pênaltis.

Isso caracteriza que não houve má fé, desde que tinha errado à favor em um jogo, e contra em outro.

O árbitro foi suspenso e não apitará mais na competição. Uma reprise do que acontece em todo o país. 

NOTA 5- PULANDO DO BARCO DO BOA

* A pressão da sociedade brasileira, em especial a mineira está fazendo efeito com relação a contratação do condenado pela Justiça, o ex-goleiro Bruno, pelo BOA de Varginha-MG. Por conta disso, os patrocinadores estão abandonando o clube.

Os primeiros a pularem do barco furado foi a Nutrends (suplementos alimentares), que era o segundo maior patrocínio, seguida pela Cardiocente (clínica de exames cardiológicos), e pela Magsul (clinica de ressonância magnética).

Na tarde de ontem, foi a vez do seu maior patrocinador, o Grupo Góis & Silva, que em nota publicada comunicou o seu afastamento do clube.

A diretoria do BOA insiste na contratação, afirmando que está tomando uma atitude social para a recuperação do jogador. 

Recuperação para quem não cumpriu a pena imposta pela justiça?

Trata-se de algo que merece o repudio da sociedade brasileira, que deve continuar com a cobrança, agora dirigidas a Kanxa fornecedora de material esportivo, que com certeza irá repensar a sua participação para que o seu material não seja usado pelo assassino de Elisa Samudio. 

Por outro lado a Prefeitura local, que paga uma verba mensal de R$ 32 mil, o fornecimento de hospedagem dos atletas, alimentação, transporte, a concessão do estádio com todas as despesas pagas, deveria romper com o BOA, para não acobertar uma transação nefasta como essa.

Será uma vergonha para a edilidade a continuação dessa parceria.  Varginha não merece isso.

Escrito por José Joaquim

No último domingo, 12 de março, o futebol brasileiro tomou conhecimento da renúncia de Ricardo Teixeira, presidente do Circo Brasileiro de Futebol, por suspeitas de corrupção.

O cartola tinha poder total, mandando e desmandando em tudo relacionado à esse esporte. Um verdadeiro senhor feudal. 

Teixeira tinha vários políticos em sua agenda, ajudava-os em suas eleições, e por isso escapou de duas CPIs, além de vários indiciamentos, com uma condenação. O retrato real do país.

O que mudou? A resposta é simples. 

A estrutura da entidade pouco foi modificada, desde que o seu sucessor José Maria Marin foi um produto da conchambrança com os dirigentes das Federações ao mudarem o Estatuto do Circo para acolher o sucessor de Teixeira. Deu no que deu.

Esse  jamais iria dar fim ao sistema de corrupção que existia na entidade. Sua ficha não era limpa como deveria ser.

Foi uma tragédia no comando do picadeiro do Circo, com um legado trágico, o fiasco da Copa do Mundo que foi realizada no Brasil, com a goleada de 7x1 para a Alemanha, que ficará marcada na história de nosso futebol.

Com pouco tempo na entidade, terminou sendo preso na Suíça por corrupção, lavagem de dinheiro com referência aos contratos de direitos de transmissão. Até hoje está sob a custódia do FBI, nos Estados Unidos na espera de seu julgamento.

Era o momento de uma virada de mesa, mas o sistema não permitiu ao eleger mais um membro do esquema, o conhecido Marco Polo Del Nero, na ocasião, presidente eterno da Federação Paulista de Futebol.

O que mudou?

Nada, pelo contrário, mais um investigado pelo FBI pelos mesmos motivos do seu antecessor, José Maria Marin, e com todos os poderes, pouco tem feito por nosso futebol. Não pode sair do Brasil para não ser preso. 

Os resultados são bem claros, a queda de qualidade, inclusive com derrotas de sua seleção, como também aquelas das categorias de base, além de medidas pirotécnicas sem possibilidade de serem aplicadas.

O futebol brasileiro já foi poderoso, reconhecido no mundo, mas vem há décadas sendo dirigido por um sistema que não é sério, sem credibilidade, e que afeta nos seus resultados. As ociosidades nos estádios é a resposta dos torcedores para quem comanda o esporte da chuteira no país.

A saída de Teixeira não mudou uma linha daquilo que era delineado sob o seu comando, contando com a leniência das Federações, que também sofrem com o continuísmo grotesco dos seus cartolas, e dos clubes que fingem que nada acontece no futebol brasileiro.

O Circo é uma entidade com a lona esfarrapada, sendo remendada ano a ano, e o futebol que teve em suas mãos a oportunidade por duas vezes de mudar, não o fez, resolvendo continuar com o sistema apodrecido que reinava nessas ocasiões. 

O mais grave é a omissão do torcedor, que protesta contra jogadores, treinadores, e esquecem o problema maior que aflige o esporte, e que está ligado ao Circo e as Federações filiadas.

Por outro lado a imprensa esportiva, setor esse que passa por dificuldades no atual momento brasileiro, fecha os olhos para o que acontece, desde que aquela de maior poder é a dona do futebol e da audiência.

A queda de Teixeira sequer foi lembrada na sua data, refletindo o mundo irreal em que vivemos. Nada mudou no reino do esporte da chuteira, e tudo continua como dantes sem uma perspectiva de melhora. 

O futebol brasileiro está se acostumando a viver em um esgoto sanitário.

Escrito por José Joaquim

Assistimos na última sexta-feira a um programa esportivo de uma emissora de TV, com um debate focado no publico do futebol brasileiro, e um membro da bancada afirmou que antigamente era melhor.

Na verdade existe uma desinformação sobre o tema, pois, apesar do crescimento da população, com cerca de 114.007 milhões de pessoas que dizem gostar de futebol, o público tem um lento crescimento e não fica distante do que acontecia décadas atrás.

Com as novas arenas ascenderam as esperanças que os estádios deixassem de lado as suas ociosidades, mas na verdade isso não aconteceu, embora em 2014 ano da abertura dessas praças esportivas a média de público pagante cresceu em relação a 2013, saindo de 14.951 pagantes/jogo para 17.196. Os números de 2014 representam apenas 8,3% da população que poderia frequentar jogos de futebol.

Os públicos presentes aos estádios no Brasileirão demonstram o outro lado do esporte, e se mantêm numa estagnação desde 1967, quando começou o Torneio Roberto Gomes Pedrosa, substituído pela Taça do Brasil e finalmente em 1971 pelo atual campeonato.

Nos quatro anos da década de 60, a média de público foi de 20.221 por partida, e depois disso nunca mais vimos esse patamar.

Partindo-se para os anos de 70, essa caiu  para 15.548 torcedores. A competição tinha um novo formato.

Na década de oitenta aconteceu uma pequena evolução, apresentando uma média de 16.100 torcedores/jogo, e na de 90 uma queda radical, com apenas 12.503 torcedores por jogo.

Na década de 2000, com os campeonatos de pontos corridos (à partir de 2003), aconteceu uma evolução após 2005. De 2001 a 2010 essa foi de 15.474, graças ao novo sistema. De 2011 a 2016 a média ficou em 14.928 torcedores por partida, embora tenha evoluído em 2014 para 16.555, subindo para 17.052 em 2015, e com uma queda em 2016 para 15.251.

O crescimento nesses dois anos citados foi por conta das novas arenas de São Paulo e do Rio Grande do Sul.

A realidade é que o público cresceu de forma tímida, permanecendo quase no mesmo nível de anos anteriores, e as bilheterias que eram o sustentáculo para as receitas dos clubes, com raras exceções foram deixadas de lado, e a TV passou a ser a maior financiadora, e para essa e seus patrocinadores pouco importa se os estádios estarão cheios e sim as poltronas, que irão dar o Ibope necessário para a alegria dos investidores.

Quem faz publicidade no futebol, inclusive nos clubes, querem saber da audiência e não quantos torcedores estiveram nos estádios.

Por outro lado o torcedor brasileiro adota a cultura dos resultados, ou seja, se o time vai bem frequenta os seus jogos, no inverso desaparece.

O interessante é que são quase cinco décadas de competição, e só conseguimos em sete anos ter uma média acima de 20 mil torcedores. Em 1967 (20.540), 1969 (22.017), 1970 (20.259). Em 1971 ano que começou o Brasileirão a média foi de 20.360, 1980 (20.792), 1983 (22.953) e 1987 (20.887).

Algo de estranho aconteceu, quando a população aumentou e o público foi reduzido. Se somarmos os telespectadores das poltronas, o  número de torcedores dobraria.

Infelizmente não temos no Brasil pessoas que estudem e discutam o futebol no seu contexto, e por isso fatos como esses passam despercebidos.