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Escrito por José Joaquim

A Série B Nacional quando começou já tinha uma campeão antecipado, o Vasco da Gama, por ser chamado de ¨grande¨, e pela cota da televisão que era 20 vezes maior do que os valores recebidos por 18 clubes disputantes. O Bahia teve uma cota bem maior do que esses menos aquinhoados.

Esse título ficou pelo caminho e foi bater em Goiás, de forma justa, com antecipação de duas rodadas, e entregue nas mãos do melhor time do Campeonato, o Atlético-GO. 

Ao derrotar o Tupi depois de três viradas, pelo placar de 5x3, em um jogo bom de se assistir, o rubro-negro goiano tornou-se um campeão de verdade, com justiça, e com números espetaculares. Das 36 rodadas realizadas, esteve no G4 em 34, somou até o momento 70 pontos, 20 vitórias, 10 empates e 10 derrotas, marcado 57 gols e sofrendo 34.

Um título merecido e que foi comemorado por sua torcida que lotou o bom estádio Olímpico.

Por outro lado, o Vasco da Gama que era o favorito para a conquista do Campeonato, penou para ganhar do Bragantino com um time desmontado, inclusive sem o treinador Marcelo Veiga que foi demitido.

Um grupo desesperado, com um futebol de baixa qualidade, deixou o adversário abrir o marcador, conseguiu empatar e virar no segundo tempo com um gol de pênalti (2x1).

Com esse resultado respirou, somou 62 pontos, necessitando apenas de uma vitória para confirmar o acesso. Se tivéssemos mais rodadas o Vasco não iria voltar esse ano para a Divisão Principal do futebol brasileiro. Voltou a ter 97% de chances.

Enquanto isso, o Náutico foi goleado pelo Avaí por 3x0, que mereceu a vitória por ter sido melhor durante toda a partida, enquanto o alvirrubro que teve um bom início, amofinou-se e deixou o adversário tomar conta do jogo. 

A marcação da arbitragem dos lances que deram origem aos dois primeiros gols do time do Avaí foi correta. Assistimos várias vezes os lances, e sem paixão por ser um clube de nossa terra, ficamos convictos que foi falta através de um carrinho, e o pênalti aconteceu. Na realidade nenhum jogador do Náutico reclamou, confirmando o apito do árbitro.

Somos caçadores do apito amigo, mas desta vez isso não aconteceu. A equipe da Rosa e Silva que dependia só dele, agora terá que ganhar os seus jogos, que no papel são fáceis, mas na realidade pelo que vem jogando se tornarão complicados, e torcer por derrotas dos seus adversários.

O time alvirrubro tem 57 pontos, só pode chegar aos 63. Vasco e Avaí estão com 62, e com uma única vitória, ou dois empates em seus jogos atingirão números que esse não poderá alcançar. Suas chances de acesso foram reduzidas para 17%.

Enquanto isso o Bahia que é o quarto colocado está sendo protegido pelos Orixás baianos, mais uma vez isso aconteceu em seu jogo contra o Luverdense, que jogou com 10 atletas por um bom tempo, vencendo por 2x1, e mais uma vez o tricolor da Boa Terra conseguiu um gol milagroso, e empatou, chegando aos 60 pontos, três a mais do que a equipe de Pernambuco, e com um jogo em casa na próxima rodada com o virtual rebaixado Bragantino, que desmontou um time inteiro. Suas chances subiram para 82%.

O Londrina tem a mesma pontuação do Náutico, venceu o seu jogo contra o Sampaio Correa por 3x1, mas as suas chances são bem remotas (7%), por conta do número de vitórias (15), abaixo dos adversários. 

Não existem mais concorrentes e a briga irá ficar entre Náutico e Bahia, com uma boa vantagem para esse último, por conta dos seus jogos, Bragantino e o Atlético-GO já com o título de campeão e relaxado.

O clube pernambucano ainda está vivo, mas encontra-se respirando por aparelhos na espera de um milagre. Vai precisar de muitas rezas, e que os Deuses do Futebol possam derrotar os Santos que ajudam o clube da Boa Terra.

Na verdade o alvirrubro perdeu muito tempo com Alexandre Galo, e a chegada de Givanildo Oliveira assim o demostrou. Como existe vida, existe ainda uma esperança para que esse chegue ao acesso.

Nos demais jogos realizados ontem, o Brasil de Pelotas empatou com o Oeste (1x1), Paraná foi derrotado pelo Criciúma (1x2), o rebaixado Sampaio Correa perdeu para o Londrina (1x3), e o Ceará jogando em casa foi surpreendido pelo Vila Nova (2x3). Já existe um campeão, e um G4 formado e que deverá continuar até o final dessas duas últimas rodadas. 

De acordo com a matemática tivemos mais um rebaixado, o Tupi, que veio fazer companhia ao Sampaio Correa. 

Escrito por José Joaquim

O Bloco das Ilusões é um patrimônio do nosso Carnaval, que deve ser perpetuado.

No futebol pernambucano também existe um bloco com esse nome, representado pelos clubes do interior que disputam o seu maior Campeonato, e que no inverso do primeiro não deveria continuar.

Sonhar é um direito, mas se iludir com o sonho é um devaneio.

Tais palavras devem ser aplicadas no esporte da chuteira local, que é caracterizado pela falta de objetivo na maioria dos clubes profissionais, principalmente os do interior do estado.

Durante anos estivemos analisando a razão da existência de agremiações apenas para uma competição na temporada, motivada pela imbecilidade de um Calendário que no seu contexto geral, não visa o futebol nacional ao deixar mais de 500 clubes ao relento por vários meses.

Exemplificando para um melhor entendimento, vamos narrar a saga daqueles que irão disputar a primeira divisão local.

A competição começa em janeiro, sem obedecer inclusive a pré-temporada determinada pelo Circo do Futebol, motivando a necessidade de uma preparação antecipada. Contratam a comissão técnica e jogadores. Estes tem custos de registros e transferências. O material tem que ser comprado para os treinamentos, além de outras atividades de um Departamento de Futebol.

Logicamente deveria ter uma disponibilidade no seu orçamento, que na verdade não existe, para a cobertura de tais custos. Compram fiado com a garantia de um dirigente.

Esses não tem atletas com contratos, não tem uma divisão de base, desde que não fazem um trabalho de formação. Contratam no mínimo 25 jogadores para o início da competição. Sem receitas, sem sócios, vivem em alguns casos de verbas das edilidades, que estão passando por serias dificuldades, e muitas vezes ao mudarem de comando as torneiras começam a secar. Os bolsos dos cartolas cobrem as despesas.

Não tem receitas de bilheterias, e recebem uma migalha da TV, um bombom para enganar. Antes de começarem a competição já tem o compromisso de quitar uma folha salarial. Os jogos não tem receitas de bilheterias, só prejuízos que terão que ter a cobertura.

No final, sem caixa, porque as receitas pouco deram para o pagamento dos custos. O mais grave é que os contratos com os atletas são de curto prazo, e mesmo aqueles que chamarem a atenção estarão de braços dados com seus empresários na busca de outros destinos.

Três desses clubes se classificarão para a segunda etapa da competição, e irão enfrentar alguns dos grandes com uma melhor receita nas suas bilheterias, mas que são pequenas por conta das capacidades dos estádios. Uma lama que pouco dá para a cobertura do rombo.

Aqueles que não se classificarem para uma competição nacional, fecham as portas até o final do ano quando a saga recomeça.

Que futebol é esse que dá às costas a mais de 500 clubes, que poderiam jogar durante os 10 meses do ano? Que imprensa é essa que não faz a cobrança para um melhor calendário?

São detalhes que mostram a vida real do nosso futebol, que continua vivendo de mentiras e ilusões.

Escrito por José Joaquim

Diego Souza, de 31 anos de idade, em uma jogada de 103 toques de bola e 44 trocas de passes em dois minutos e oito segundos, que terminou no seu segundo gol no jogo do Sport contra o Grêmio, nos trouxe de volta o verdadeiro futebol brasileiro que conhecemos e acompanhamos há muito tempo, e que foi trucidado por cartolas apedeutas que se apossaram das entidades que fazem esse esporte no Brasil

O futebol em nosso país é um cadáver insepulto, como alguns políticos que conhecemos, que estão na espera da cremação.

Para as nossas mídias vai tudo bem obrigado, e não observam clubes em decadência, ausência de craques, com exceção do Santos um processo de formação de jogadores bonzinhos, sem perspectivas, futebol de baixa qualidade, onde a bola alçada é a grande arma. Estão mais preocupados com os pensamentos ¨filosóficos¨ de dirigentes, técnicos e jogadores.

Tais ingredientes dariam para um prato no menu principal dos restaurantes com o nome ¨Futebol Brasileiro ao Vinagrete¨.

Existe uma má vontade dos treinadores para vencerem uma partida. A maioria tem a opção da tática 10-1, e nos vestiários já deixam claro, que o ritual será defesa, defesa, defesa, atacar jamais, a não ser que o adversário permita. O mais grave é que esse sistema está impregnando as categorias de base, e na última quarta-feira ao assistirmos o jogo pela Copa Brasil Sub-20, entre São Paulo x Sport, verificamos que a equipe da Ilha do Retiro não queria ganhar, e sim empatar.

Na realidade um modelo errado, desde que para as categorias menores o título não vale nada, e sim uma boa formação dos atletas. No Brasil é o inverso, a conquista é a meta, enquanto os personagens serão pouco aproveitados no futuro. 

O árbitro apita o início de um jogo, o placar em branco. Chutões, bola aérea, carrinhos violentos, sangue na cabeça dos jogadores, e a essência do futebol fica do lado de fora. Quando o time consegue por um milagre marcar um gol, começa o sistema do cai-cai, das simulações para ganhar tempo. A nova moda é contusões dos goleiros, que podem ser atendidos no gramado.

A pancadaria corre solta, carrinhos, voadoras da UFC, cotoveladas e cabeça a cabeça com sangue jorrando, fazem parte do contexto. Pobre bola, que é maltratada 96 minutos, e no final presta queixa no Juizado do Torcedor, por conta da Lei Maria da Penha, mas os infratores não são punidos.

Um fato bem interessante é o da ¨premonição¨ do jogador, que ao perceber que será substituído desaba no gramado para ganhar tempo. Quando time está perdendo sai correndo. No final 48% de bola em jogo e 52% de bola parada.

De vez em quando as bombas de gás explodem nas arquibancadas, ritual que faz parte do divertimento das torcidas organizadas, que é de brigarem entre si, com a torcida adversária e com a própria policia.

Apito final, os torcedores que estavam no estádio, em um jogo no horário espetacular das 22h00 não reagem, não protestam. São culpados pela omissão. Torcedor de futebol é como a maré, vai e volta de acordo com a lua.

Não falamos dos cartolas, porque seria necessário um tratado, mas todos sabemos que são os personagens mais difíceis de entender.

Obrigado Diego Souza pelos 2 minutos e oito segundos de um bom futebol, que serviu para mostrar que já fomos bons e eles não sabiam.

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- AS EMOÇÕES DA SÉRIE B

* O CRB abriu na noite de ontem a 35ª rodada da Série B sonhando com o acesso, e para que isso acontecesse teria que vencer os seus três últimos jogos.

Com o Rei Pelé lotado, o palco estava pronto para os primeiros três pontos. Só que esqueceram de acertar com o Paysandu, o adversário, que mandou no jogo, levou o desespero para o time alagoano, que perdeu-se no gramado e acabou derrotado pelo placar de 1x0, por uma equipe desfalcada mas com o desejo de terminar a competição de forma digna.

Essa partida servirá de exemplo para os clubes que estão lutando pela vaga no G4, que, mesmo sendo mandantes do seus jogos os resultados não estão garantidos.

No outro jogo da noite, depois de estar perdendo por 2x0 para o Joinville, o Goiás virou o placar e venceu por 3x2, afundando mais ainda o time de Santa Catarina.

No dia doje teremos a continuidade da competição com oito jogos, sendo que três desses interessam na briga pelo acesso, e um envolve o Náutico em um confronto direto com o Avaí, no jogo mais importante dessa reta final para o clube dos Aflitos.

Uma partida que terá o time da casa que é o melhor do returno (75,5%), o 3º melhor mandante da competição (66,67%), com a pressão de sua torcida por uma vitória, fato esse que poderá ajudar o alvirrubro da Rosa e Silva, que é o 4º na classificação do returno (60,42%), e o 8º como visitante (31,37%). O exemplo está no CRB.

Assistimos o jogo entre o Avaí e o Paraná, clube que luta contra o rebaixamento, e vimos a agonia que o catarinense teve para ganhar por 1x0, com a torcida desesperada no estádio.

O Náutico tem que ser cauteloso, e deixar o jogo fluir normalmente. Com o tempo passando o time da casa terá que atender ao seu torcedor e buscar a vitória a todo custo. É aí que mora a vantagem da equipe pernambucana.

No outro jogo o Bahia terá um encontro com alto grau de dificuldade. O seu adversário, Luverdense ainda não foi derrotado no returno jogando em sua casa. Tem o 6º melhor aproveitamento como mandante (61,63%), enquanto o tricolor da Boa Terra não é um bom vistante, com um percentual bem fraco de 29,41%, com 3 vitórias, 6 empates e 8 derrotas. Sem dúvida enfrentará problemas na obtenção de uma vitória.

Finalmente o desesperado Vasco, que apesar de sua performance no returno com 47,67% de aproveitamento, tem um adversário mais fraco do que os que irão enfrentar os concorrentes. Visita o Bragantino, que mora na zona de rebaixamento há muito tempo (18º), e com 43,14% de aproveitamento como mandante, enquanto a equipe Carioca tem 45,10% como visitante.

Será uma rodada bem movimentada, e que poderá trazer algumas definições para o Campeonato. Só esperamos que não apareçam os apitos amigos.

NOTA 2- DINHEIRO NA MÃO É VENDAVAL

* Eurico Miranda deu continuidade a gestão atabalhoada de Roberto Dinamite, e o Vasco se encontra com os mesmos problemas, inclusive financeiros, mas entre os 20 disputantes da Série B é o único clube que tem a capacidade de captar recursos.

Para que se tenha uma ideia de como o dinheiro na mão é vendaval, o time da Cruz de Malta tem um orçamento para 2016 de R$ 231 milhões, só da televisão recebeu uma cota de R$ 100 milhões.

Comparando-se esse valor com o que recebeu o Atlético-GO, e mais 17 clubes que disputam a Série B, R$ 5 milhões, certamente com uma boa gestão esse estaria navegando em águas mansas e cristalinas.

Entretanto isso não aconteceu, e hoje vive uma situação dramática para o acesso à Série A Nacional de 2017, enquanto o time goiano já classificou-se está nadando tranquilo na busca do título. As suas receitas estão previstas para R$ 16 milhões, e serão gastos com o futebol no ano todo R$ 15 milhões.

Tal fato comprova o que já escrevemos por várias vezes, ou seja, clubes com menores recursos, bem gerenciados podem fazer boas campanhas, melhores do que alguns abastados.

NOTA 3- AS CONTAS DO INTER E VITÓRIA

* Os estatísticos são as peças mais importantes na reta final da Serie A, para que possam fazer as projeções do futuro de dois clubes, Internacional e Vitória, que estão lutando contra a degola.

O time baiano precisa fazer 6 pontos, nos seus jogos como mandante contra o Figueirense e Palmeiras. Com isso chegaria aos 45 pontos, número mágico para fuga da ZR. Como visitante terá duas pedreiras, Santos e Coritiba, que ainda está na zona do perigo, e necessita dessa vitória.

Com as duas conquistas o time baiano iria somar 12 vitórias. Por conta dessa perspectiva de 45 pontos do adversário, o Colorado necessita de 46 para livrar-se dos critérios técnicos, ou seja duas vitórias e dois empates nos seus últimos quatro jogos.

Não temos dúvida que a situação do Vitória é um pouco melhor. O time gaúcho terá que vencer os seus dois jogos em casa, contra Ponte Preta e Cruzeiro, e empatar nos encontros do Corinthians e Fluminense. Para conseguir tais objetivos teria que ter um aproveitamento de 66,8%, bem longe do atual que é de 37%.

Empatando nos 45 pontos, ficaria também com 12 vitórias, e o desempate seria pelo saldo de gols, que hoje é -5 para o clube baiano e de -6 para o gaúcho.

Será uma ¨peleia¨ até o final, e que poderá ter influências externas.

NOTA 4- NA PARAÍBA OS INDISCIPLINADOS SÃO BENEFICIADOS

* Os clubes como sempre aprovam os regulamentos dos estaduais sem um estudo mais aprofundado dos artigos.

Isso acontece em todo o Brasil, e com mais força em nossa região.

Na vizinha Paraíba, o Conselho Técnico de sua Federação de Futebol aprovou o inusitado.

O artigo 10 do Regulamento do Campeonato de 2017, no item Critérios de Desempate, prevê ¨maior número de cartões vermelho¨, maior número de cartões amarelos¨.

Os clubes mais indisciplinados serão contemplados, se os quatro critérios anteriores terminarem empatados.

No Rio Grande do Norte, os clubes também aprovaram o Regulamento com a presença do Palmeiras Futebol Clube, que foi rebaixado e não irá disputar o Campeonato.

Por isso e por outras coisas é que o futebol do Nordeste já faleceu há muitos anos.

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- TRANSPARÊNCIA É A ALMA DO NEGÓCIO

* O processo eleitoral do Sport acendeu um debate sobre as contas do clube, em especial os seus débitos.

O assunto vem ao encontro de artigos que escrevemos sobre a transparência nos clubes de futebol, principalmente na Região Nordestina. No Sul e Sudeste os balancetes trimestrais são publicados nos seus sites, e todos podem acompanhar o que se passa nos intramuros. Infelizmente em Pernambuco e em especial no Sport o assunto é como pé de cobra. Ninguém sabe, ninguém vê.

Não existe algo mais proveitoso para qualquer segmento de nossa sociedade do que a transparência, fato esse que nossas entidades ainda não perceberam. Na década de noventa, durante quatro anos estivemos na diretoria do Sport. Dois anos na Vice-Presidência Administrativa e responsável pela arrecadação, e dois anos como Vice- Executivo, acumulando as atribuições anteriores. Tínhamos transparência.

Todos os meses o Conselho Deliberativo recebia o Balancete do clube, com os devidos detalhes, que também era remetido para a imprensa. Na época ainda não existia o site para tal contato. As dúvidas eram respondidas de forma aberta, bem cristalina. Hoje é o inverso.

Os sócios e torcedores do clube só tomam conhecimento de sua vida financeira no mês de abril de cada ano, quando o Balanço Anual é publicado. Inês muitas vezes já está morta.

A gravidade é que por conta da falta de transparência, a onda de boatos corre solta, com diversas versões sobre os débitos, fato esse que não iria acontecer se todos tivessem acesso aos números pelo menos trimestralmente.

O clube é uma sociedade com milhares de sócios, e esses tem o direito do conhecimento de sua realidade, que lhes é negada por dirigentes que guardam os segredos em suas gavetas.

Na realidade, a Transparência é a alma do negócio.

NOTA 2- PROCURA-SE UM CRAQUE

* Os destaques do Brasileirão de 2016 são jogadores acima de 30 anos, o que demonstra que o processo de formação de atletas não vem cumprindo com a sua obrigação, ou seja revelar novos talentos. Os bons são contados à dedo.

O Santos é o clube com mais jovens que apresentam um bom futuro. Gabriel de Jesus, do Palmeiras que anda desaparecido, é uma boa revelação. Muito pouco diante do universo total. Zé Roberto (42), Renato (37), Ricardo Oliveira (36), Cleber Santana (35), Fred (33), Robinho, Diego e Diego Souza (31), são as estrelas do espetáculo.

Assistimos diversos jogos pela Copa do Brasil Sub-20, e procuramos nos times um jogador que possa ter um vislumbre de craque no futuro. Todos são de medianos para baixo. Nada a comemorar. Os celeiros estão vazios.

Os campos de peladas desapareceram com a ocupação urbana, e o sistema adaptou-se as escolinhas de futebol, inclusive nos clubes, que não conseguem lapidar atletas para o futuro. São todos iguais. Irmãos gêmeos medianos.

Não existem mais atacantes de área (camisa 9). O artilheiro do Brasileirão é Diego Souza, um meia. O armador, antigo camisa 10 desapareceu, o melhor da competição é um estrangeiro, Cueva, do São Paulo, seguido por um veterano do Chapecoense, Cleber Santana.

Na verdade o futebol brasileiro no campo da renovação seguiu o Brasil no seu contexto geral, que não formatou uma nova geração de bom nível intelectual, e que irá refletir em seu futuro.

Até hoje não se consegue explicar o desaparecimento dos talentos, que tornaram-se raros no esporte da chuteira.

Temos um exemplo na Seleção do Circo, quando nas décadas de 50, 60 e 70, existiam centenas de profissionais com condições de atuarem nesse time, e hoje o que temos são vários bonzinhos e raros craques, que não chegam a dois ou três profissionais.

Tudo é golaço e não é bem assim. O desejo de achar um ídolo é tão grande, que um gol mais bonito, a mídia já o transforma em craque.

Os ufanistas voltaram com a vitória da seleção do Circo sobre uma Argentina que está ocupando a 6ª colocação na tabela de classificação das Eliminatórias Sul-Americanas da Copa do Mundo, e sem vitórias nos seus quatro últimos jogos: derrota para o Paraguai (em casa), empates com o Peru e Uruguai, e na noite de ontem para o Brasil.

Pobre futebol brasileiro que não tem bons pensadores.

NOTA 3- DOLCE FAR NIENTE

* Na manhã de ontem o STJD promoveu uma reunião extraordinária em Belo Horizonte.

Para justificar algo estranho e que fere a ética, desde que os nove integrantes desse órgão, foram convidados pelo Circo para o jogo entre a sua seleção e a da Argentina.

Além dessas benesses, os auditores receberam de Marco Polo Del Nero, ¨O Escondido¨, ingressos para assistirem o clássico Sul-Americano, válido pelas eliminatórias da Copa do Mundo.

O Circo é quem sustenta financeiramente as atividades desse Tribunal, originando uma dependência grave, mas, um auditor receber benesses de uma entidade que amanhã poderá está indiciada em um processo esportivo é algo que não se pode entender, e que fere no mínimo o princípio da ética.

O custo de uma viagem como essa é bem alto. 

Uma verdadeira DOLCE FAR NIENTE às custas do futebol brasileiro.

Está tudo dominado.

NOTA 4- A SUPER LIGA ARGENTINA

* Vinte e sete clubes da Primeira Divisão Argentina assinaram uma ata de fundação da Super Liga que irá realizar um Torneio Nacional independente da AFA, que terá mudanças na forma de disputa , e também na distribuição das verbas dos direitos de transmissão.

Até janeiro de 2017, os clubes da Argentina continuarão vinculados ao programa que foi implantado pelo governo de Cristina's Kitchnen em 2009, cujo contrato está sendo encerrado pelo novo governante.

O modelo que será implantado pela Super Liga, terá como base uma melhor distribuição de receitas, a diminuição dos participantes de 30 para 22.

Sobre a nova distribuição das verbas da TV, a nova entidade seguirá o do futebol inglês, ao contrário do atual que favorece dois clubes, o Boca Juniors e River Plate.

Sabemos como é difícil de acontecer mudanças no futebol Sul-Americano, principalmente no Brasil e Argentina, mas se a nova Liga prosperar será um avanço que poderá chegar ao nosso atrasado país.

NOTA 5- REI MORTO, REI POSTO

* Um antigo ditado bem conhecido no Brasil, ¨REI MORTO, REI POSTO¨, pode ser aplicado no Corinthians.

O ¨amigo¨ da Odebrecht, e articulador oficial da construção do Itaquerão, o ex-presidente Lula, tinha uma foto sua pendurada no gabinete da presidência do Corinthians, que estava constrangendo alguns conselheiros do clube, por conta das denúncias da Operação Lava-Jato, que envolveu inclusive a construção do estádio, com propinas voando de todos os lados.

O retrato simbolizava a gratidão do clube ao ex-presidente por tal participação. De repente esse sumiu, soprado pelos ventos de Curitiba.

Na verdade o Rei Morreu, e foi Posto de lado pelos seus antigos áulicos.

Isso faz parte da vida.

Aliás essa história do Itaquerão ainda vai dar muito samba.

Na noite de ontem o Ministro do STF Teori Zavascki, autorizou a abertura de inquérito para investigar o ex-presidente do Corinthians, Andrés Sanchez por corrupção nas obras da Arena do seu clube.

É a Lava-Jato chegando ao futebol.