Os esportes brasileiros estão em processo de falência. As Confederações, com exceção do Circo que tem uma vaca leiteira chamada de seleção, estão quebradas.

O Basquetebol com uma gestão desastrada, deveria ingressar no processo de recuperação judicial, desde que o seu débito representa hoje R$ 17,2 milhões, com um crescimento de 1.350% em seis anos. Não poderá quita-lo nem à longo prazo. A Natação pretendia cancelar todas as competições nacionais por falta de recursos. Recuou. O seu presidente está sendo investigado. Outros cartolas também o são, por supostas falcatruas.

Um panorama que visto da ponte é trágico e sem uma esperança maior para o futuro.

Uma sociedade só consegue evoluir se existirem normas e essas serem devidamente cumpridas. O Brasil é um país conhecido por ter muitas leis, muitos artigos e que não são acatados.

No futebol não existe nem a lei, nem a ordem, e tudo fica entregue ao aleatório, nas mãos de quem manda, que muitas vezes não são pessoas idôneas. O maior exemplo vem do Circo do Futebol Brasileiro (CBF).

Criaram a APFUT, que tem um pomposo nome: ¨Autoridade Pública da Governança do Futebol¨. Uma piada das muitas que ouvimos no Brasil. Sequer foi instalada, e cujo objetivo era o de fiscalizar o que determinava o PROFUT. Seria uma agencia com objetivos exclusivos, e sem uma abrangência maior nos esportes.

Há anos que escrevemos sobre a necessidade de uma Agencia Reguladora séria, o que aliás é difícil de se fazer nessa país dominado pela corrupção sistemática, que poderia normatizar e fiscalizar todas as atividades esportivas.

Tivemos o CND que foi extinto no nefasto governo Collor, que cumpria esse papel com competência, dando um rumo aos esportes, em especial, o futebol. Em nome de uma fictícia autonomia esses ficaram ao relento.

A autonomia transformou-se em anarquia, onde não se cumpre regulamentos, com um modelo de gestão oligárquica, sem respeitar os direitos. Mandam e desmandam. As datas dos jogos são modificadas ao bel prazer do dirigente de plantão. O Santos que o diga.

Os horários dos jogos são indecentes. O número de partidas que os clubes tem que disputar por conta de um calendário imbecil, elaborado por imbecis é o maior do mundo. Por conta disso os departamentos médicos dos clubes estão lotados.

Com o CND em atividade nenhum desses problemas existiria. Para que se tenha ideia, o Decreto 51.008, de 20 de julho de 1961, regulamentava os horários dos jogos, os intervalos das partidas (72 horas), com considerações sobre os temas. Tratava-se de um marco regulatório para que o segmento pudesse andar de maneira correta.

Infelizmente uma canetada de um presidente lunático destruiu o que tinhamos de bom nos esportes brasileiros, em especial no futebol. Hoje esse esporte é igual a uma panela, onde todos metem a sua colher, e no final a comida sai com péssimo sabor.

Abriram as porteiras e o gado saiu em disparada, e o resultado está sendo colhido, com a decadência de um esporte que já foi do povo. 

NOTA 1- O NÁUTICO TROPEÇOU NA PEDRA DO SEU CAMINHO

* Como tínhamos previsto em nossa postagem de ontem, o CRB era um pedra no caminho do Náutico, e um tropeço nesse jogo iria complicar a sua vida na luta pelo acesso.

Na verdade o time da Rosa e Silva pouco jogou. Ficou no Recife.

O primeiro tempo foi de péssima qualidade para as duas equipes. Na segunda etapa o Náutico continuou mofino, as substituições não fizeram efeito, enquanto a equipe alagoana melhorava no gramado, e finalmente após uma lambança de Marco Antonio conseguiu abrir o marcador, que foi o placar final (1x0).

O resultado foi péssimo para o alvirrubro de Pernambuco, desde que caiu para a 5ª colocação com dois pontos de diferença para o 4º, Bahia e quatro para o Avaí que derrotou o Paraná em outro jogo mequetrefe por 1x0, apesar do belo gol de bicicleta de Renato.

Na próxima rodada enfrenta em casa o Goiás, enquanto o time baiano recebe o lanterna e rebaixado Sampaio Correa, com a garantia de três pontos por ser um dos melhores mandantes da competição.

O time catarinense joga fora com o fraco Oeste, ou seja o Náutico mesmo ganhando da equipe alviverde de Goiás, poderá permanecer na mesma posição, e terá logo após um confronto direto com o Avaí como visitante, para decidir o seu futuro.

Nem tudo está perdido, mas tornou-se muito complicado.

Nos outros jogos dos times que almejam o acesso, o Vasco continua capengando na competição, e foi derrotado pelo Brasil de Pelotas por 2x1. O Atlético-GO ao vencer o rival local por 4x2 foi o primeiro time a garantir o acesso, embora a matemática não confirme, mas com 64 pontos esse já pode festejar. O Ceará derrotou o Tupi por 2x1, e ainda sonha com o G4. Aliás um sonho impossível de acontecer.

Na terça feira o drama continua com uma rodada cheia. 

NOTA 2- UMA NOITE DE CUEVA

* A 34ª rodada do Brasileirão foi iniciada com dois jogos. No Maracanã com mais de 44 mil pagantes, o Flamengo mais uma vez não conseguiu superar o Botafogo, que vem fazendo um returno de alto nível.

No primeiro tempo sob o comando de Diego, o rubro-negro da Gávea foi melhor, mas pouco finalizou. Na segunda etapa o jogo equilibrou-se, o Botafogo com um sistema de marcação perfeito, teve mais chances de vitória do que o seu adversário. O placar final foi de 0x0. Bom para o time da Estrela Solitária, e péssimo para o da Gávea.

O Flamengo completou o quarto jogo sem vitória, e se o Palmeiras derrotar o Internacional no jogo de hoje, abrirá sete pontos de diferença, em 12 a serem disputados. Esse ainda corre o risco de cair para a 4ª colocação, dependendo dos resultados do Santos e Atlético-MG.

Enquanto isso numa noite de Cueva, que casou e batizou no Morumbi, e com a presença de 53.781 pagantes, que saíram satisfeitos com a goleada de 4x0 aplicada pelo São Paulo contra o Corinthians, no melhor jogo na competição do tricolor paulista.

Com essa vitória esse atingiu o número mágico de 45 pontos, e deu um adeus ao carrasco da degola.

Cuevas foi o personagem do jogo, marcou um gol e deu assistência para mais três. Uma aula de futebol, em um campeonato tão pobre de técnica e de bons jogadores.

O alvinegro de São Paulo está ficando longe do G6, e dando adeus a Libertadores. Uma queda vertiginosa, aliada a uma crise politica e moral, quando o ex-presidente Andrés Sanchez está sendo investigado pela Lava Jato do STF por suspeita do recebimento de propina da Odebrecht, a construtora do Itaquerão.

A 34ª rodada continua hoje, com diversos jogos, e um bem interessante que terá a disputa do Troféu Diogenes de Sinope, o filosofo grego que andava com a lanterna nas mãos, envolvendo o Santa Cruz x America-MG. Imperdível.

NOTA 3- AS ARENAS DA COPA E A CORRUPÇÃO

* A revista Veja sistematizou os nomes que estão sendo investigados no esquema de corrupção dos estádios da Copa:

MANÉ GARRINCHA- José Roberto Arruda, Agnelo Queiroz e Tadeu Filipelli.

ITAQUERÃO- Lula e Andrés Sanchez.

MARACANÃ- Sergio Cabral.

ARENA AMAZÔNIA- Eduardo Braga e Omar Aziz.

ARENA DAS DUNAS- Henrique Alves e José Agripino Maia.

Uma verdadeira goleada da corrupção.

NOTA 4- NADA SEM BASE SE CRIA

* Sempre achamos que o projeto do professor Roberto Dornelas para o basquetebol feminino em Pernambuco não tinha futuro.

Por maior que fosse o seu esforço, carregar um barco pesado como esse, com uma equipe com custos altos e sem patrocinadores, e mais ainda no Nordeste era um sonho de uma noite de verão.

O basquete feminino no Brasil agoniza há muito tempo, por falta de uma renovação e a formação de novos atletas. Dornelas é competente e sério. Começou conosco nas divisões de base, e era o melhor formador de atletas do estado. Deixou tudo isso de lado, e embarcou numa canoa que cedo ou tarde iria afundar.

O maior patrocinador era o próprio técnico que não aguentou, e com isso a Uninassau não poderia bancar os custos de forma isolada, ensejando uma redução do elenco, com dispensas de atletas, e da comissão técnica.

Pernambuco sempre foi um celeiro de atletas nessa categoria. Em nossa época só perdíamos para São Paulo que na ocasião era uma potência. Estávamos à frente dos demais estados.

O trabalho efetuado desde o Mirim até o Juvenil como era chamado na época era excelente. Tudo isso foi jogado por ladeira abaixo, e o setor tentou se projetar com o projeto implantado pelo professor Dornelas, que cedo ou tarde iria sucumbir por não ter raízes.

Tínhamos um time de fora, sem o cheiro do mar da Boa Viagem. Como no futebol, os esportes olímpicos de nosso estado estão na UTI, e o único caminho será o da formação, onde as escolas públicas tem um grande celeiro.

Que o nosso professor volte às suas origens. 

NOTA 1- DI MARINHO FUTEBOL CLUBE

* De tudo um pouco aconteceu nos nove jogos realizados pela 34ª rodada do Brasileirão, que começou no sábado e será concluída na noite de hoje com o encontro entre o Grêmio x Sport.

Na sua maioria não vimos um bom futebol, a não ser do São Paulo contra o Corinthians (4x0) e o do Cruzeiro contra o Fluminense (4x2).

O Palmeiras ao derrotar o Internacional (1x0), ficou mais próximo do título, o que já era esperado há muito tempo. Sua distância para o segundo colocado, Santos é de 6 pontos, com apenas 12 a serem disputados. O jogo foi medíocre, e mais uma vez o alviverde paulista jogou mal.

Uma pelada milionária.

O Flamengo caiu para a terceira colocação, e o Atlético-MG estancou na quarta, após a derrota por 2x0 para o Coritiba. O Colorado voltou para a zona do rebaixamento.

Na disputa do troféu da lanterna, deu o Santa Cruz que venceu o América-MG por 1x0. Ambos morreram abraçados.

Nesse domingo teve também a queda de um treinador, Levir Culpi, do Fluminense, depois da goleada sofrida no Mineirão. Na reta final da competição, ainda existe a dança das cadeiras. Só mesmo em nosso futebol.

O time Celeste de Minas Gerais completou 44 pontos, e está praticamente livre do carrasco da degola. O mesmo caminho da fuga do rebaixamento aconteceu no Couto Pereira em Curitiba, quando o Coritiba jogando apenas com alma, conseguiu derrotar um desorganizado e atabalhoado Galo Mineiro. O Coxa somou 42 pontos, e assumiu a 14ª posição, empurrando o Sport para a 15ª.

Outro que superou o ponto mágico contra o rebaixamento, foi o afoito Chapecoense. A bola da vez foi o rebaixado Figueirense que foi derrotado por 1x0. O time de Chapecó chegou ao TOP 10 com 46 pontos.

Mirem-se em seu exemplo cartolas de Pernambuco.

O Santos com seus menudos, venceu a Ponte por 2x1, e assumiu a vice-liderança, de forma merecida.

Deixamos para analisar o jogo do Vitória x Atlético-PR no final da postagem, que na verdade não teve um futebol de qualidade, com pouco brilho dos dois clubes, mas vimos um só jogador virar a partida com um gol e uma assistência. Só não fez chover no Barradão.

Marinho, o Di Marinho para a torcida rubro-negra, com uma garra fora do comum, e com o bom futebol que tem, conduziu o seu time para a vitória por 3x2 contra o time paranaense, e com isso o rubro-negro baiano saiu da zona do rebaixamento, e encostou no Sport que é o 15º colocado.

Sem jogar o prejudicado foi o rubro-negro pernambucano, que ficou novamente bem próximo da zona de degola, distando apenas dois pontos de diferença para o Internacional, e ainda teve que assistir as fugas do São Paulo, Cruzeiro e Coritiba.

NOTA 2- O NÁUTICO NÃO DEVE DESANIMAR

* O Clube Náutico antes do seu jogo contra o CRB tinha quase 70% de chances para conquistar o acesso ao Brasileirão de 2017. O tropeço reduziu de forma radical o seu percentual para 33%, mas isso poderá ser revertido.

À sua frente estão o Atlético-PR já classificado, com 64 pontos, Vasco, com 58, Avaí, 58, e Bahia 56. O time alvirrubro soma 54 pontos. Obvio que ainda tem boas chances.

Ao analisarmos os jogos de cada um dos disputantes verificamos que o confronto direto com o Avaí, que é o melhor mandante, empatado com o Bahia, será o seu jogo mágico. Uma vitória o caminho do acesso estará garantido.

Faltam quatro rodadas para o encerramento da competição. Todos os disputantes terão duas partidas como mandante e duas como visitante.  

Com exceção do time catarinense, os adversários do Náutico são fracos. Goiás (C), Tupi (F) e Oeste (C). Nesses três jogos poderá somar 9 pontos, que daria 63 no total e 19 vitórias, que é o caminho para o sucesso. Isso mostra a importância de decisão do jogo de Santa Catarina, onde o empate seria um bom resultado, caso o alvirrubro vença o time goiano.

O Bahia recebe em casa, Sampaio Correa e Bragantino. Sem dúvida seis pontos garantidos por conta de sua performance como dono do campo de jogo. Enfrentará como visitante, o Luverdense que não perdeu em casa nesse returno, só vitórias, e o melhor time do campeonato, Atlético-GO. Dois jogos complicados, para quem precisa de 9 pontos.

Quanto ao Avaí, seus jogos em casa são contra o Náutico e Brasil de Pelotas, e fora com Oeste e Londrina. O primeiro luta contra a degola e o segundo ainda sonhando contra o rebaixamento. O time catarinense necessita de 7 pontos para chegar com tranquilidade ao G4 final. Poderá até ser menos, mas a garantia se dará com esse número, e o empate com o Náutico não será ruim para o seu projeto. Soma 17 vitórias, e mais duas e um empate certamente o time estará no Brasileirão de 2017.  

Quanto ao Vasco da Gama que teve uma queda violenta na competição, ocupando a 11ª posição no returno, acreditamos que não corre perigo e os seus jogos no São Januário irão garantir o acesso (Luverdense e Ceará). Fora joga contra o Bragantino e Criciúma.

O foco do time pernambucano é o Bahia, que é um excelente mandante e um péssimo visitante, mas depende também de sua capacidade para vencer os seus dois jogos em casa, e derrotar o Tupi em Juiz de Fora.

É difícil, mas não é impossível.

NOTA 3- FALTOU RESPEITO

* O Santos que já tinha publicado uma nota em repúdio a atitude do Circo do Futebol, por conta da mudança do horário do seu jogo contra a Ponte Preta, entrou no gramado com um protesto nas camisas dos seus atletas com os dizeres: ¨FALTOU RESPEITO¨.

Sem dúvida tinha razão, e mais ainda por conta da atitude dos gestores do Circo, que já tinham combinado a mudança do horário, e só avisaram ao time santista na última sexta-feira, 48 horas antes da partida.

Por outro lado algo grotesco aconteceu durante o jogo. Os jornalistas do Sport TV passaram o primeiro tempo sem uma única citação ao protesto. Como as letras eram grandes, certamente foram avisados para falar algo sobre o assunto, e o fizeram antes do início da segunda etapa, mas de forma orquestrada, sem criticas ao Circo, e ao mesmo tempo defendendo o horário, afirmando que esse trouxe o público ao estádio.

Chegaram ao limite quando referenciaram que os torcedores tinham declarado que vieram ao estádio por conta da derrota do rival Guarani para o Boa. Uma conversa fiada de quem não tem liberdade de expressão.

Como vivemos no Brasil na era da imbecilidade, essa gente pensa que todos são imbecis.

Quanto ao jogo, no calor de 38 graus dentro do gramado, o Santos jogou mal no primeiro tempo, quando a Ponte conseguiu abrir o marcador, mas no segundo graças as mudanças do técnico Dorival Junior, o time virou e ganhou por 2x1, colocando o Flamengo na 3ª posição.

O mais importante na equipe peixeira foi a de terminar a partida com cinco jogadores da base em campo.

O maior celeiro do futebol brasileiro está na baixada santista.

NOTA 4- UM BRASILEIRO DE CARÁTER

* Não poderia deixar passar em branco um texto da coluna de Tostão publicada em vários jornais do Brasil. Um exemplo que nesse país afanado por uma quadrilha que tomou conta do poder, ainda existe gente de caráter, e o ex-jogador está nesse meio.

¨A maioria da sociedade brasileira aguarda a aprovação pelo Congresso Nacional, da Lei de Combate a Corrupção, proposta pelo Ministério Público Federal. É preciso mudar as regras, a estrutura atual. É o que deve acontecer também na CBF. Não basta trocar os nomes.

Dias atrás, recebi um convite de alguém da Federação Mineira de Futebol, intermediária da CBF, para ser um dos embaixadores da entidade no jogo entre Brasil e Argentina.

Iria a algumas solenidades e seria homenageado antes da partida.

Parece que não me conhecem e/ou queriam me corromper.

Nunca aceitaria um convite de uma entidade em que o ex-presidente está em prisão domiciliar e que o atual não pode sair do país, com medo de ser algemado. Não estou também atrás de uma boquinha¨.

Ainda existe uma luz no fundo do poço desse país que esteve entregue a corrupção por um longo e nebuloso período.

NOTA 5- SPORT JOGA PRESSIONADO CONTRA O GRÊMIO

* O último jogo da 34ª rodada será realizado na noite de hoje na Arena do Grêmio, envolvendo o time da casa e o Sport Recife, que voltou a ter uma situação preocupante com o resultado do jogo do Vitória da Bahia, que chegou aos 39 pontos, um a menos do que o rubro-negro da Ilha do Retiro. O sofrimento irá continuar.

O Grêmio optou mais uma vez por um time misto, e terá um desfalque de seis jogadores do time titular, inclusive o seu maior nome, o atacante Luan.

O time rubro-negro é um desastre como visitante. Tem uma performance vergonhosa, na 16ª colocação com apenas 8 pontos conquistados (2 vitórias, 2 empates e 12 derrotas).

A equipe gaúcha como mandante está na 8ª colocação, com 44 pontos ganhos. Um fato a ser anotado, é de que esse time misto ainda não perdeu um único jogo, e com um visitante como o Sport certamente poderá ter mais uma vitória.

É só aguardar.

Os torcedores de nosso estado tinham desconfiança do peso das bolinhas utilizadas nos sorteios promovidos pela Federação de futebol local nos anos 60 e 70. Era a época das bolinhas geladas.

Em 1973 ainda jovem dirigíamos o Departamento de Futebol do Sport, e desconfiados, conseguimos uma balança de ourives para o sorteio da arbitragem do jogo decisivo do campeonato estadual contra o Santa Cruz. A foto do nosso diretor, Orlando Araújo, entrando na entidade com esse equipamento nas mãos correu por todo o Brasil, mesmo sem a existência da internet. O interessante é que várias bolas foram condenadas.

O jornalista Hiltor Monbach, do jornal Correio do Povo, nos despertou com uma postagem sobre o sorteio do mando de campo da final da Copa do Brasil, com base no provedor UOL que apresentou uma reportagem bem detalhada com vários vídeos, mostrando que a Globo muito antes da hora marcada para que fossem indicados os dois estádios, já tinha definido que a segunda partida seria na Arena do Grêmio. Uma grande premonição. 

http://uolesportevetv.blogosfera.uol.com.br/  

O sorteio dos mandos de campo das finais da Copa do Brasil aconteceu na manhã da última sexta-feira (4) na sede do Circo, no Rio de Janeiro, e ficou definido que o Grêmio decide em casa.

Porém, com mais de 24 horas de antecedência, os mandos da decisão foram anunciados pela TV Globo no seu telejornal Hora 1, na madrugada da quinta-feira (3), poucas horas depois de serem conhecidos os vitoriosos nas semi-finais transmitidas pela própria emissora¨

¨Estão definidas as duas finais entre o Atlético-MG e Grêmio. A primeira partida vai ser em Belo Horizonte no dia 23, e no dia 30 tem o jogo decisivo, então, em Porto Alegre, disse no ar, e ao vivo, às 5h55, a apresentadora do noticiário Monalisa Perrone, logo após a exibição do VT com repercussão das semi-finais feito por Cleber Machado, narrador do jogo de volta entre Grêmio e Cruzeiro.

Muitos internautas estranharam o fato e o vídeo do Hora 1 com Cleber Machado foi bastante repercutido na manhã da sexta-feira.

Bombardeado por telespectadores com questionamentos no Twitter, o também apresentador de telejornal na Globo, Chico Pinheiro, torcedor atleticano assumido, justificou a um seguidor se tratar possivelmente de um erro da emissora apenas. ¨Foi falha nossa. Ela deu a notícia na madrugada de ontem, seis horas depois de Galo e Inter. Tinha 50% de chances de acerto.

Certamente que a jornalista Monalisa Perrone não tem bola de cristal, ou foi traída pelo clubismo quando deu a notícia, que pela qualidade da Globo deveria ter sido retificada no momento, fato esse que não aconteceu, e até ontem não foi publicada nenhuma nota da empresa sobre o assunto.

Em pleno século XXI, com toda a modernidade, podemos ter um novo caso de bolinha gelada. Só mesmo no Brasil e no Circo do futebol.

Os torcedores do Internacional estão solicitando que a emissora defina se o clube será rebaixado ou não. O mais estranho é a alienação de nossa mídia esportiva, que não tratou do assunto. Foi salva pelo competente Hiltor Mombach.

São coisas das bolinhas e do futebol brasileiro.