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Escrito por José Joaquim

O Chapecoense é um exemplo para os clubes do interior, e em especial para o Central Sport Club, da cidade de Caruaru-PE, que há anos vive sem lenço e documento, tornando-se um clube sazonal como os milhares que existem em nosso país.

Caruaru é uma cidade com 347.982 habitantes, que somados aos de sua área metropolitana sobe para mais de 600 mil. Uma excelente demanda para um clube sócio-esportivo.

Chapecó, é uma cidade de Santa Catarina, com 209.563 habitantes, e uma entorno que soma mais de 500 mil. São regiões mais ou menos paralelas, com situações econômicas diferentes. O Oeste catarinense com uma economia forte, e a região do Agreste de Pernambuco sem um potencial tão elevado como esse, mas com boas condições de apoiar um clube de futebol profissional.

A Chapecoense vem mostrando algo que sempre pregamos para o crescimento de um time profissional: Organização, seriedade, e sobretudo trabalho a longo prazo, onde cada um sabe muito bem o que fazer.

A cidade de Chapecó e a região circunvizinha abraçou a ideia de um clube forte para representa-la. Construíram e ampliaram o seu estádio que hoje abriga jogos internacionais como os da Copa Sul-Americana. Recebem bem os visitantes, sem as confusões que assistimos em outros locais. O jogo da última quarta-feira foi um bom exemplo.

Vem dando certo, com um bom Brasileirão e sobretudo uma excelente Copa do Continente, com chances de conquista-la.

Enquanto isso o Central míngua. Sem um projeto a longo prazo, sem o abraço de sua população, com uma edilidade que não entende a importância de um representante que possa fazer algo parecido com o time de Chapecó, vive fingindo que é um clube de futebol.

Por outro lado, as suas diversas diretorias, com raras exceções, não souberam motivar os torcedores, através de um marketing bem estruturado. Ou seja, nem abraça, nem foi abraçado. 

Há quanto tempo a nossa mídia esportiva não fala sobre a Patativa? Quando foi eliminado da Série D, as poucas notícias desapareceram.

Sem um trabalho positivo e sobretudo sério, não existe nenhuma luz no fundo do túnel, e com o agravante de não captar novos torcedores, que migram para os clubes da capital e de fora do estado.

A Chapecoense certamente não é o céu, mas sem dúvidas foi o que de melhor aconteceu nesse moribundo futebol brasileiro.

É hora dos caruaruenses acordarem, antes que o Central se torne apenas um nome na entrada do seu estádio.

Escrito por José Joaquim

Karl Marx escrevendo sobre o ¨Dezoito Brumário de Louis Bonaparte¨, citou uma frase antológica: ¨A história se repete pela primeira vez como tragédia e a segunda como farsa¨.

Há 15 anos e seis meses a CPI da CBF/Nike encerrava os seus trabalhos sem conseguir aprovar um relatório final. Uma vitória da bancada da bola. A comissão teve o seu fim sem produzir um documento oficial, desde que o relatório do Deputado Silvio Torres não seria aprovado, e por conta disso, o presidente Aldo Rebelo deu por encerrado os trabalhos.

Durante nove meses investigaram a corrupção do futebol brasileiro, e tudo terminou em uma grande e suculenta pizza. Um livro contendo o relatório final foi editado, mas a sua publicação foi suspensa por ordem judicial, mas alguns exemplares ganharam as ruas, e recebemos um desses do então Deputado Eduardo Campos, que participou da Comissão.

Na última quarta-feira a história se repetiu, desta vez como uma farsa mais uma vez preparada pela bancada da bola, com um relatório pífio, chapa branca, sem indiciamentos, de autoria do relator senador Romero Jucá, réu pela oitava vez da Lava-Jato. Não se podia esperar algo melhor.

O presidente da Comissão, senador Romário Farias, salvou o espetáculo degradante da maioria dos membros da CPI, ao elaborar um relatório paralelo, que não será aprovado, mas trata-se de um documento magnífico, que deveria ser publicada em um livro para conhecimento da sociedade brasileira, e sobretudo aproveitado pelas provas anexadas pelo Ministério Público Federal para que possa ser aberta uma investigação geral no futebol brasileiro.

O relatório contém 1024 páginas, e no final foi solicitado o indiciamento de vários personagens que prejudicam o esporte brasileiro há muitos anos, entre esses, Marco Polo Del Nero, Ricardo Teixeira, José Maria Marin, J.Hawilla, entre outros. Os detalhes são estarrecedores, o que não é novidade para quem acompanha o que acontece no esporte da chuteira no país.

Alguns itens são bem explícitos, como o capítulo sobre as fraudes no registro de atletas de futebol, a promiscuidade entre o STJD e o Circo, com vários emails comprobatórios, email comprometedor do ex-diretor da Globo Esporte, Marcelo Campos Pinto, sobre a compra dos direitos de transmissão, além de valores altos recebidos pelos cartolas.  

Um material rico de detalhes e que não pode, nem deve ser esquecido, e sim aprofundado para que enfim possamos ter uma Lava Jato no futebol brasileiro, que envergonha o nosso país, e nos livrarmos de vez desse grupo que o domina por um longo tempo. 

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- UMA NOITE HISTÓRICA PARA CHAPECÓ

* Enquanto o Grêmio com o Mineirão lotado derrotava o Atlético-MG pelo placar de 3x1, dando um passo largo para a conquista da Copa do Brasil, a cidade de Chapecó vibrou com mais um feito do seu filho Chapecoense, que numa noite histórica empatou com o San Lorenzo da Argentina por 0x0, conseguindo a primeira vaga na final da Copa Sul-Americana.

Não respeitou o time do Papa Francisco.

Em Belo Horizonte o resultado foi justo para o time gaúcho, que fez um primeiro tempo impecável, dominando a partida perante um Galo totalmente batido. Na segunda etapa, uma pequena melhora do time da casa, mas de forma desordenada, e mesmo com um jogador a mais não conseguiu reverter o placar.

No interior de Santa Catarina, o Chapecoense soube conter o início da equipe portenha, equilibrou a partida, e teve o seu goleiro como o nome do jogo, principalmente pela defesa aos 49 minutos do segundo tempo, quando o adversário estava no tudo ou nada, garantido assim uma conquista inacreditável para o seu clube, com pouco tempo de profissionalismo, já alcançou algo que muitos veteranos ainda não conseguiram.

O Grêmio pelo que apresentou, e pela diferença de gols, deverá conquistar o título da Copa do Brasil, enquanto o Chapecoense tentará registrar o seu nome na história do futebol brasileiro com a conquista de um torneio Continental.

Um bom exemplo para os nossos clubes menores.

NOTA 2- A FRACA CAMPANHA DO VASCO

* O Vasco da Gama depende apenas das chuteiras dos seus jogadores para retornar a Série A Nacional. Para isso basta vencer o Ceará na última rodada no próximo sábado, no Maracanã. Nada mais do que uma obrigação por conta da diferença de recursos em relação aos demais disputantes.

Apesar disso, o clube da Cruz de Malta terá o pior acesso de um time chamado grande na Série B. Um levantamento do site sr goool, mostra que após a derrota para o Criciúma, no sábado, foi a 11ª em 37 rodadas.

Desde que Palmeiras e Botafogo jogaram a segunda divisão em 2003, o máximo de derrotas na série de dez participações de um dos 12 clubes chamados grandes, o maior número de derrotas tinha sido do Botafogo, com oito, em 2003 e 2008.

O exagerado número de derrotas não é o único motivo que faz o Vasco de 2015 sofrer contra times de orçamento muito menor. Depois que a Série B passou a ser disputada em pontos corridos, em 2006, todos os grandes subiram com mais de 70 pontos. A exceção é o Vasco em duas oportunidades, a atual quando poderá alcançar 65 pontos, e em 2014 quando somou 63.

A equipe vascaína marcou 52 gols e sofreu 40. O saldo positivo de apenas 12 tentos é o menor de um grande na divisão de acesso por pontos corridos. O Corinthians de 2008, terminou a competição com um saldo de 50 gols.

Com uma derrota contra o Ceará, se tornará um clube grande com viés de pequeno, e mesmo com a classificação no G4 a sua campanha com os recursos disponíveis é pífia.

NOTA 3- NO DESESPERO O INTER MIRA O TAPETÃO

* Sem perspectiva da continuidade no Brasileirão, o Inter estaria pensando em fazer uma denúncia contra uma suposta irregularidade do zagueiro Victor Ramos, que estaria atuando de forma irregular por conta de sua transferência para o Vitória logo após o final de seu empréstimo ao Palmeiras, em 2015.

O jogador tem seus direitos ligados ao Monterrey, do México, e, quando de sua transferência do Palmeiras para o Vitória, a negociação não teria seguido as recomendações do sistema TSM (Sistema de Mercado de Transferências), adotado pela FIFA.

Segundo os jornais de Porto Alegre, não aconteceu o retorno do atleta para a Federação Mexicana, que seria o correto já que era emprestado, e foi realizado de forma direta como uma transferência nacional.

Sobre esse assunto, o Bahia já entrou com uma denúncia sobre o mesmo caso em abril desse ano, durante o campeonato baiano, vencido pelo Vitória. O TJD-BA arquivou o caso, sob a alegação que esse seria da alçada do STJD. O tricolor baiano ingressou na corte mais alta, e até hoje o julgamento não foi realizado.

Se o jogador recebeu condições de jogo no BID, ou o Circo errou, ou então a sua regularização está correta.

O Tapetão é o refúgio dos incompetentes.

NOTA 4- A ÁGUA CORRENDO PARA O MAR

* O Palmeiras é a bola da vez do futebol brasileiro. Com a confirmação do título do Brasileirão, a sua marca ficou mais valorizada.

O time alviverde de São Paulo fechou a renovação com o seu patrocinador, CREFISA, por mais um ano, no valor de R$ 78 milhões, que está muito acima do que recebem os demais clubes do Brasileirão.

Por outro lado, esse decidiu acertar com o Esporte Interativo para a TV fechada no período de 2019 e 2024.

A sua diretoria não teve pressa na negociação, e no final deu a preferência no lugar da Globo. Embora não tenha sido confirmado pelas partes, o valor que o Verdão irá receber no ato da assinatura do contrato, no tocante as luvas, será de quase  R$ 100 milhões de forma parcelada.

Dos times que disputam a Série A, o Esporte Interativo já havia acertado com o Atlético-PR, Coritiba, Ponte Preta, Santos e Figueirense (esse rebaixado para a B). O Bahia que briga pelo acesso é outro clube contratado.

A bonificação gorda pelos direitos de transmissão ajudará o Palmeiras na montagem do elenco para 2017.

Na realidade, apesar de começar apenas em 2019, a participação do EI é salutar, dando um basta no monopólio que hoje existe.

O rio corre sempre para o mar, que no futebol brasileiro é representado pelo alviverde do Parque Antarctica.  

NOTA 5- OS CAVALOS PARAGUAIOS

* Os três times cariocas estavam fazendo uma boa campanha no Brasileirão e o Vasco na Série B. De repente na reta final da competição cansaram e deram uma parada como bons cavalos paraguaios, ligeiros e frouxos.

Nas últimas cinco rodadas (15 pontos), ganharam apenas 3 jogos. O Fluminense não obteve nenhuma vitória.

FLAMENGO: 7 pontos (1 vitória e quatro empates). Na 32º rodada era o vice-lider, na 36º, ocupou a 3ª posição.

BOTAFOGO: 5 pontos (1 vitória, 2 empates e 2 derrotas). Caiu da 5ª posição para a 6ª.

FLUMINENSE: 3 pontos (3 empates). Na 32ª rodada estava na 9ª colocação, caiu para a 11ª.

VASCO: 5 pontos (1 vitória, 2 empates e 2 derrotas). Na 32ª rodada estava na 2ª colocação, caiu para a 4º, lutando ainda pelo acesso.

Uma parada brusca.

Escrito por José Joaquim

Pernambuco não existe no cenário esportivo brasileiro, e em especial o nosso futebol. A imprensa do Sudeste não publica uma única linha sobre o nosso estado. Somos inexistentes, e isso mais uma vez comprovamos pessoalmente nas viagens que realizamos. 

Nada mais grotesco do que uma foto do presidente da entidade do futebol local, ao lado do gerente do Circo, o escondido Del Nero, e de um representante do Náutico, solicitando um bom árbitro para o jogo do Oeste.

No futebol antigo os dirigentes eram chamados de paredros. Usavam paletó e gravata e gostavam de um bom uísque e de uma conversa inteligente. Eram na verdade comandantes com credibilidade e conceito na sociedade, sempre recebidos pelas autoridades com o maior respeito, pois sabiam que estavam ali representando os seus estados, e não solicitando um favor pessoal, nem algo fora de propósito.

Na verdade o alvirrubro de Pernambuco preocupar-se com o Oeste, é sem dúvida a prova maior da decadência do futebol local, que a cada ano se reduz ao nada. O Náutico tem que focar os dirigentes do Atlético-GO, que irá enfrentar o Bahia, e que poderá dar o seu acesso, assim como acalmar o ambiente interno por conta dos bichos e salários atrasados.

Conversamos com amigos de Goiânia, e fomos informados que mais de 7 mil ingressos já foram vendidos para o jogo das faixas, e isso poderá dar um impulso ao rubro-negro para uma vitória. Entretanto os seus cartolas são complicados.

Quanto ao Vasco da Gama, qualquer ajuda do Ceará será difícil, e apesar das pressões, a tendência é de uma vitória do time carioca.

O mundo moderno, da internet, dos tablets, dos celulares da maior geração enterraram os paredros, dando lugar aos cartolas modernos.

Esses trabalham diferente, mais para o marketing pessoal, mordomias, viagens, e outras benesses. Os novos cartolas adoram uma entrevista, pensam mais em si do que na coletividade.

Pernambuco na época dos paredros tinha seus três clubes na divisão principal nacional. De repente, na ausência desses, diminuímos, e hoje iremos nos contentar com apenas um, que lutou o tempo todo contra a degola, desde que o segundo foi rebaixado. Integramos o sistema gangorra.

Sem os paredros os nossos clubes são os que mais atuam em horários impróprios, mas ninguém protesta, aceitam tudo com submissão.

Quantas tardes dos domingos o futebol pernambucano não teve jogos às 16h00? A televisão transmite para o estado partidas dos times do Sudeste, em especial dos queridinhos Flamengo e Corinthians.

Quantas vezes o cartola da entidade pernambucana foi ao Circo protestar contra tal discriminação? Muito pelo contrário, silencia, e viaja para tirar uma foto com um personagem que é a cara do Brasil da Lava Jato, pedindo um árbitro para o jogo de um filiado.

Retornamos ao tempo, com uma nostalgia, e na convicção de que éramos felizes e não sabíamos, com a presença de nossos antigos paredros, e que conhecemos bem de perto.

Escrito por José Joaquim

Sabemos que o futebol brasileiro tem um comando bem discutível, por conta da folha corrida de alguns cartolas, mas no item arbitragem é o pior do mundo, com o troféu Bola de Ouro da mediocridade.

O mais interessante é que essa profissão é considerada como 100% honesta, desde que os comentários dos pós-jogos estão sempre focados no velho ditado- ¨Errar é humano¨. Será que isso é verdade? Uma pergunta difícil de ser respondida.

Não vamos fazer juízo de valor com relação aos árbitros brasileiros, desde que seria uma leviandade, mas em um país com corrupção em todos os poderes, esse setor ser o único que não foi afetado, é algo para se estudar. Se isso acontece sugerimos que um árbitro seja candidato a presidente da República, cargo esse que há anos vem deixando à desejar nesse segmento.

As vezes nos questionamos sobre o que é pior: um péssimo juiz bem intencionado ou um bom árbitro mal-intencionado. A resposta vem rápida: Nem um, nem outro, o pior é a arbitragem brasileira.

Em todas as rodadas do Brasileiro, seja em qualquer de suas divisões, pelo menos três jogos em cada uma são afetados pelos seus erros.

No domingo passado assistimos o jogo Cruzeiro e Santos, e o árbitro Heber Roberto Lopes fechar os olhos para o gol do empate do time Celeste, com Manoel dormindo na banheira.

Além disso, o mediador perseguiu durante toda a partida Arrascaeta, do time mineiro, e conseguiu no final do jogo expulsa-lo, Foi a sua apoteose. Estava consagrado. Com o empate o Palmeiras ficou com o troféu nas mãos.

Na realidade a conquista do time palmeirense é justa, foi o melhor em toda a competição, e não podemos afirmar que teve uma ajuda para tal. Um campeão de verdade.

Na último jogo da rodada, que foi realizado na segunda-feira, mais uma do apito amigo, com um pênalti marcado contra o Internacional, pelo soprador Rodolfo Marques, que foi inexistente de forma explícita, e escondido durante o desenrolar do jogo pela Sport TV. Por conta disso o Corinthians ganhou a partida por 1x0.

Devemos destacar que o time Colorado merece a situação que se encontra, virtualmente rebaixado, fato esse que não aconteceu por conta exclusiva das arbitragens, e sim pelos seus problemas internos protagonizado por atores canastrões, que hoje estão propagando um complô do Circo Brasileiro de Futebol, contra a equipe gaúcha. Desculpas esfarrapadas, na terra dos Farroupilhas.

O erro foi grotesco. Se repetirmos o vídeo centenas de vezes, não iremos entender o comportamento do árbitro, como também em alguns lances que foram sempre contrários ao Internacional.

Os nossos analistas acham que uma arbitragem ruim é apenas aquela que influi no resultado do jogo, mas, existem falhas gritantes, muitas vezes inexplicáveis, para quem entende um pouco de futebol, e que prejudicam uma partida.

Do lado do Circo, a sua Comissão de Arbitragem é composta por pessoas que vivem no sistema por um bom tempo, nada fazem para muda-lo. As desculpas são as mesmas, de que os árbitros recebem orientações, uma boa estrutura para apitar, mas no final escalam alguns que não tem a minima condição de atuar.

No século XIX, o naturalista francês Saint Hilaire cunhou uma frase que tornou-se polêmica: ¨Ou o Brasil acaba com a saúva, ou a saúva acaba com o Brasil¨. Poderia ser transferida para a nossa Comissão de Arbitragem que está destruindo o nosso futebol.