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Escrito por José Joaquim

O jornal Folha de São Paulo publicou uma matéria na sua edição de ontem, analisando a situação do ex-presidente da Federação Peruana de Futebol, entidade que irá receber a visita do time do Circo para um jogo que será realizado na madrugada dessa quarta-feira.

O objetivo da publicação é o de apresentar as diferenças que existem entre o Peru e Brasil no tocante a uma mesma situação, desde que Manuel Burga e Marco Polo Del Nero, foram denunciados pelo FBI por corrupção na venda dos direitos de torneios de futebol na America do Sul.

José Maria Marin, ex-presidente da entidade do futebol brasileiro está sob prisão domiciliar em Nova York por conta de tais procedimentos.

Os poderes peruanos não deixaram passar em branco a situação do cartola, que foi preso poucos dias depois das denúncias do Departamento de Justiça dos EUA, ainda em 2015, e até hoje está confinado em uma prisão no deserto do país. 

Burga foi presidente da sua entidade por 12 anos, tendo deixado o cargo em 2014. Segundo informou o jornal, nesse período o ex-dirigente tentou sem sucesso a sua libertação, inclusive com proposta de uma fiança milionária.

Foi investigado pelos parlamentares do país, que confirmaram através dos documentos remetidos pelo FBI, que existiam indícios razoáveis de lavagem de dinheiro. No momento está aguardando a decisão sobre o pedido de extradição, que encontra-se nas mãos do Presidente da República do Peru.

Na verdade todos os procedimentos foram realizados na apuração dos fatos descobertos pela Policia Federal dos EUA, tudo dentro da ordem legal como manda uma democracia.

Enquanto isso na Republica Federativa do Brasil que completa no dia de hoje 127 anos, de altos e baixos, de governos e desgovernos, de ditaduras civis e militares, de gente séria e de desonestos, um cartola que tem as mesmas denúncias do que as do seu colega peruano, Marco Polo Del Nero, permanece lépido e fagueiro comandando o Circo do Futebol Brasileiro, com toda a pompa e homenagens.

Dois pesos para uma medida idêntica.

Em Brasilia, cidade que abriga os Três Poderes nada se fez para uma apuração sobre o cartola. Duas CPIs no Congresso terminaram em Pizza. A Bancada da Bola não permitiu uma maior profundidade nas investigações. O Ministério Público Federal que tem prestado serviços inestimáveis no combate a corrupção mantém um silêncio sepulcral.

Não estamos formando nenhum juízo de valor sobre Del Nero, se é culpado ou inocente, mas enquanto no restante da America do Sul as providências foram tomadas, com prisões na maioria dos cartolas, no Brasil nada se fez na busca da verdade, e o futebol nacional continua sendo dirigido por alguém que não pode acompanhar a seleção fora do seu território, por conta das algemas do FBI.

Pelo menos uma investigação da Policia Federal deveria ter sido realizada, para detectar a verdade, nada disso aconteceu, e de uma maneira surreal o esporte da chuteira da República Brasileira está sendo dirigido por um procurado da INTERPOL.

O mais grotesco é o silêncio de nossa imprensa que permanece com raras exceções, calada, surda e muda. Um trinômio muito ruim para a Democracia.

O mais grave, é que apesar da Lava Jato que os corruptos desejam abafa-la, o Brasil continua dando um péssimo exemplo para o mundo. 

Escrito por José Joaquim

Uma sociedade sem transparência é como um rio sem água. Não serve para nada. Há anos que debatemos esse tema com relação ao futebol brasileiro, e em especial o nosso, e ontem ao pesquisarmos os nossos arquivos nos deparamos com uma pesquisa formulada pela Pluri Consultoria em 2012, com base nos balanços de 2011 de 32 clubes, e o melhor colocado entre os de Pernambuco foi o Náutico, no 20º lugar, ou seja na rabeira da transparência.

Tal fato vem comprovar que nada mudou, ou seja, os nossos cartolas detestam tal palavra. Cinco anos após, continuamos com os mesmos problemas e os últimos acontecimentos com relação a sucessão do Sport foi a comprovação daquilo que sempre estamos debatendo.

De acordo com a Pluri, na ocasião o alvirrubro da Rosa e Silva, foi considerado como de nível médio com relação a disclosure. O clube não publicou o organograma, orçamento para o ano seguinte, relatório anual e a politica de governança. Somou 20 pontos.  

O Santa Cruz ficou na 23ª posição entre os 32 analisados. A pesquisa constatou que o Balanço não foi publicado no site do clube, o parecer dos auditores, também não foi aberto para os associados.

O nível de discosure foi considerado baixo. Não publicou o orçamento, assim como a politica anual de governança. Somou 15 pontos.

O Sport Recife foi o de pior pontuação entre os clubes da capital, 24º. O clube não disponibilizou o balanço no site, juntamente com o Parecer dos Auditores, o nível de disclosure nas informações foi médio, e baixo por não ter publicado o organograma, orçamento anual, e a política da governança corporativa. Somou 10 pontos nos sete critérios.

Tivemos a preocupação de analisarmos mais uma vez os balanços de 2015 desses três clubes, e verificamos que a maioria dos critérios adotados pela pesquisa continuaram não sendo atendidos, o que mostra uma realidade de que a transparência nesses só existe no papel.

Os dirigentes deveriam entender um fator bem importante para suas gestões, ou seja, quanto mais confiança o mercado abre as suas portas, e com isso mais investimentos.

A lógica correta é bem simples: quanto maior for a credibilidade, melhor será o seu poder de atração e sobretudo a barganha para conseguir bons negócios com os investidores, que são seguidores da transparência.

Escrito por José Joaquim

Não existe a menor possibilidade do Brasil sair do marasmo em que se encontra, enquanto a educação continuar andando à passos de tartaruga. O nosso país é o maior exemplo de um péssimo sistema educacional. Isso se reflete nos esportes, que minguou no passar dos anos.

Até Marx, pai do socialismo, no seu famoso ¨O CAPITAL¨, afirmava que: ¨a educação no futuro unirá, para todas as crianças de uma certa idade, o trabalho produtivo com a instrução e a ginástica, e isso não apenas para aumentar a produção social, mas como único método de produzir homens completos¨. Isso foi escrito no século XIX, e estava certo.

A escola pública brasileira faliu, e com exceções pontuais não ensinam a cultura, e a formação esportiva. Pernambuco foi um estado que tinha bons equipamentos esportivos, em especial a cidade do Recife com seus Centros Sociais Urbanos, que uniam a educação com o lazer. Foram degradados, restando alguns como símbolos de um bom tempo.

Não temos uma referência para a formação de atletas, desde que a escola deixou de sê-lo, principalmente a pública que era um campo impulsionador dos esportes. Infelizmente o sistema faliu, e com isso, enterrou as possibilidades de um trabalho positivo na área de educação e lazer.

O Programa Terceiro Tempo, uma iniciativa do Ministério da Educação, foi uma boa proposta, no entanto descambou para a corrupção e desvio de verbas. Foi um Terceiro Tempo para aqueles que afanaram o dinheiro público. O interessante é que esse modelo foi copiado do governo francês, que obteve sucesso nos anos 60 e 70, com a recuperação dos esportes. A escola de tempo integral, e modelos como o Compaz que estão sendo implantados, poderiam atender uma boa demanda.

Vivemos sem dúvida na ¨Era da Imbecilidade¨.

O maior exemplo está nesses protestos feitos por alguns aloprados, do nada para o nada. A maioria não sabe sequer o que é a PEC dos Gastos, mas continuam nas ruas. São grupos formados por estudantes que não estudam, trabalhadores que não trabalham, intelectuais que não pensam e de juristas que nunca abriram um livro de direito.

Qual a razão de não protestarem para uma escola pública melhor, visto que essa é a ponta do iceberg para a recuperação nacional, através da formação do homem e do cidadão?

A importância da educação física nas escolas está interligada na formação e aptidões desde a mais tenra idade, entre os 7 e 14 anos, cujo papel  a ser desempenhado está comprovado através de vários trabalhos científicos. É na escola onde se encontra a grande massa da infância e juventude.

Sabemos que essas não possuem equipamentos esportivos, mas estão disponíveis nos clubes, que muitas vezes são ociosos. Um simples contrato entre o poder público e o privado resolveria o problema. Além disso seria um celeiro para os setores esportivos das entidades.

Com esse trabalho, feito de forma séria, sem a participação da corrução, em um prazo mediano, teríamos uma redução de menores assassinados, ou cometendo crimes no dia a dia, e os vazios dos Centros de Reabilitação, que na verdade não conseguem reabilitar ninguém.

Sem a boa escola o futuro do Brasil continuará cinza.

Escrito por José Joaquim

O Sport é um clube que gosta de manter as suas tradições, e entre essas a de ter um Papa e diversos Cardeais que orientam a sua vida. Faz parte da história rubro-negra.

O mais famoso foi Marcelino Lopes, que teve uma grande influência na vida da agremiação nas décadas de 50 e 60. Um personagem respeitado, e que prestou relevantes serviços ao clube. Era reverenciado como o Papa de todos rubro-negros. Nós o conhecemos bem de perto. Na construção da sede foi um dos seus maiores baluartes. Infelizmente foi esquecido e a nova geração não conhece a sua história. Aliás esse é um dos males dessa agremiação.

Eleição no Sport tinha que ter a sua benção, que convocava o Concílio dos cardeais para a aprovação do candidato.

Logo após a fumaça branca saia das chaminés da Ilha do Retiro, comunicando que havia um novo presidente, desde que o indicado seria eleito pelos sócios que seguiam a bula papal.

Até que dava certo, desde que nesse período tivemos excelentes dirigentes. Mantendo a tradição, da década de 80 até a nossa o Sport elegeu um novo papa, Luciano Bivar, que tem vários Cardeais que o seguem.

Assumiu a presidência por várias vezes, como também renunciou em outras, e sempre ajudou o clube quando solicitado. Nunca esteve ausente. Eleições  na Ilha do Retiro tem que ter a chancela papal, que é exercida de forma bem clara. Esse tem uma orientação correta, a de não aprovar qualquer aventura no seu sistema presidencial.

Uma tradição bem antiga está se mantendo. Por isso sempre aconselhamos aos que tentam disputar uma pleito no rubro-negro pernambucano, que antes de uma tomada de posição consultem o Papa, que tem a decisão final.

No momento o Concílio se reúne em Toquinho, uma praia famosa de nosso litoral Sul, e de lá sairá o novo cartola do clube, mas a fumaça será vista mais uma vez da Ilha do Retiro.

Logo após na sacada da sede teremos o anúncio de que ¨Habemus Presidente¨.

Na verdade esse fato não é de exclusividade da família rubro-negra, desde que outros clubes brasileiros tem o mesmo sistema.

No São Paulo tivemos Juvenal Juvêncio, que já faleceu, e a vaga papal continua em aberto. Leco o atual mandatário do tricolor não tem a postura papal.

O Palmeiras é o clube com uma Papa mais longevo, Mustafá Contursi, cujos candidatos terão que ter o seu selo. Paulo Nobre, o atual presidente foi abençoado por esse. Fez uma boa gestão e será o próximo após a renúncia do atual.

No futebol de Pernambuco o mais famoso foi Rubem Moreira, que casou e batizou na Federação de Futebol, e até hoje é considerado como o maior presidente dessa entidade.

Como o conhecemos concordamos, desde que na sua época o estado tinha voz altiva no cenário nacional, ao contrário de hoje que segue à reboque.

Com relação ao Sport, que o nosso Papa consiga com a inspiração Divina escolher um bom candidato, que possa refundar o clube, e sobretudo torna-lo transparente, para que dúvidas não sejam levantadas.

AMÉM.

Escrito por José Joaquim

O Brasil é um país onde uma parte da sociedade aplaude os corruptos, e apedreja aqueles que os estão combatendo. O maior exemplo está na Lava Jato, cujos componentes estão prestando um relevante serviço no combate a corrupção que está encravada em vários segmentos da nação, e existe um movimento para abafa-la, fato esse que a sociedade do bem não irá permitir.  

Os nossos coxinhas e as mídias ufanistas estão abraçados a uma seleção que representa a podridão do futebol brasileiro, esquecendo que a entidade dona desse time tem três péssimos exemplos de gestores envolvidos em investigações policiais, Ricardo Teixeira, José Maria Marin e Marco Polo Del Nero.

Vivemos um momento surreal, quando o currículo é esquecido por conta de uma vitória no gramado. A casa cedo ou tarde irá cair, com a Lava Jato adentrando no futebol com a abertura do inquérito determinado pelo Ministro do STF, Teori Zavascki, para averiguar denúncias de corrupção contra o ex-presidente do Corinthians, Andrés Sanchez.

Tal fato não foi repercutido como deveria ser pelo seu grande alcance. Mas os analistas acharam um novo herói para ser aclamado, o técnico Tite, que é a bola da vez. Até quando não sabemos.

Não vamos julgar o cartola, mas devemos caracterizar que as denúncias não tem nenhuma vinculação ao seu mandato de deputado federal, e sim como dirigente do alvinegro paulista, e da delação da Odebrecht que o cita, inclusive com nome nas planilhas dos pixulecos.

Enfim a Lava Jato chega ao futebol brasileiro. Trata-se de um momento histórico que foi percebido por poucos, mas é real. Uma investigação é um novelo, e qualquer fio da meada puxado, poderá abrir a caixa preta desse esporte. Uma investigação é uma bola de neve, que vai crescendo quando essa vai rolando.

Enquanto o esporte está sendo deixado de lado pelos poderes de investigação do Brasil, investigadores americanos apuram suspeitas de que os cartolas do futebol foram beneficiados por contratos obtidos pela Odebrecht, empresa foco da Operação Lava Jato.

Segundo o jornalista Jamil Chade, do jornal Estado de São Paulo, tanto o escândalo da FIFA, quanto o da empresa brasileira estão sendo analisados pelo Departamento de Justiça dos EUA.

Segundo a matéria, os investigadores estão cruzando informações no que se refere à construção de estádios para a Copa de 2014. O resultado do inquérito pode alimentar o julgamento dos cartolas brasileiros e mesmo europeus.

Essas investigações contra Sanchez torna-se mais importante desde que poderá solicitar informações do FBI, que já conta com um bom número de documentos.

Se nesse fio que poderá ser puxado da meada originar delatores, poderemos ter uma delação premiada pela primeira vez no futebol brasileiro, e quem sabe os bastidores insondáveis, escondidos nos ¨bunkers¨ de concretos poderão ser escancarados.

Certamente se isso acontecer muita gente deixará de dormir.

Em Pernambuco tem um personagem que se resolvesse delatar os bastidores do futebol, não sobraria pedra sobre pedra.