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Escrito por José Joaquim

O Brasil é o lugar mais surreal do mundo. De tudo tem um pouco.

Um fato bem interessante é que tornou-se o  país dos ¨ex¨. Existem até os ¨ex-BBB¨, que são retratados pelas mídias como celebridades.

Isso é o que chamamos de imbecilidade juramentada de Odorico Paraguaçu.

O interessante é o que poucos observam o tema.

Quando um ¨ex¨ é definido em qualquer divulgação, fica a impressão que se trata de um novo desempregado na busca de um trabalho.

Temos ex-presidentes, ex-governadores, ex-prefeitos, ex-senadores, ex-deputados, ex-vereadores, que formam um coletivo politico de ¨ex¨. O incrível é que temos ex-corruptos, com o sistema de delação premiada.

Temos a ex-mulher, ex-amante (que hoje chama-se de namorada), ex-do-ex, ex-médico, ex-dentista, ex-filosofo, ex-atleta e tantos outros que circulam na sociedade.

Estamos abordando esse tema, porque no futebol existe um fenômeno bem acentuado, não existindo um ex-torcedor de um clube. Na crônica esportiva temos um ex-cronista, um ex-repórter, mas não encontramos um ex-rubro-negro, um ex-alvirrubro ou um ex-tricolor. Sem duvidas algo a ser analisado.

Existe um antigo chavão que o torcedor troca de mulher, troca de emprego, mas não troca de clube. Por isso não existe ¨ex¨. Tem controvérsias. 

Mas, o que mais nos impressiona no meio esportivo são os cartolas. Esses nunca são ¨ex¨. Começam na vida esportiva, sempre afirmando que irão ajudar seu clube, a Federação local, ou Confederação. Se apegam, sempre afirmando que estão no sacrifício, mas nunca o abandonam. Começam nas diretorias o seu aprendizado de vida e terminam às vezes nas presidências.

A vida de cartola é emocionante. Não eram conhecidos e, de repente passam a frequentar as páginas de celebridades, com suas fotos expostas. Uma viagenzinha aqui, uma acolá. Uma benesse aqui, outra lá, e vão levando uma vida emocionante.

O tema passa, mas esses continuam no sistema, como se fossem vitalícios de alguma Capitania Hereditária.

Nas Confederações e Federações, passam dezenas de anos, e para não virarem ¨ex¨ colocam um filho, um irmão, um amigo bem próximo para substitui-los, mas continuam nos gabinetes, na mesma vidinha de sempre, como um bom cartola.

E assim vão vivendo, e o esporte caiu na vala comum, na mesmice, com a falta de oxigênio que não acontece por conta da continuidade. O resultado é isso que estamos vivenciando.

Conhecemos apenas dois segmentos que não querem ser ¨ex¨, os dos aposentados, pois depois disso só a morte, e os cartolas que não querem perder as suas boquinhas.

O artigo é uma homenagem aos cartolas, numa terça-feira de Carnaval, e o que esses estão fazendo por nosso esporte, que hoje é ex-futebol.         

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- SÃO PAULO X RIO DE JANEIRO

* No último sábado o Palmeiras jogando contra um time do interior, a Ferroviária de Araraquara, colocou no Allianz Parque 26.201 pagantes.

No mesmo dia, nas semifinais da Taça Guanabara no Rio de Janeiro, com três clubes grandes atuando, inclusive com o antigo clássico dos milhões, os dois jogos somaram apenas 7.477 testemunhas. Devemos destacar que em ambas capitais, o Carnaval tomava as suas ruas.

Por outro lado apenas dois clubes paulistas, São Paulo e Palmeiras, em seus jogos em casa, totalizaram 183.780 pagantes, número bem superior ao que foi somado em todo o Campeonato Carioca, com 128.522.

Não temos duvida que o futebol paulista está melhor organizado, ao contrário do que acontece no Rio de Janeiro, quando passaram a semana discutindo torcida única e locais dos jogos, com o clássico sendo levado para Volta Redonda, e o outro jogo do Fluminense e Madureira, para o Los Larios na Baixada, um estádio acanhado e de difícil acesso.

O obvio aconteceu e o torcedor deu o seu recado não comparecendo aos eventos.

O mais grave é que no final dessa semana teremos o jogo final da Taça, com o FlaFlu, e ainda não sabem como proceder no tocante as torcidas e os locais.

A Federação de Futebol do Rio de Janeiro é a cara do seu estado, que foi destruído e assaltado por políticos que tomaram conta do poder, fato esse que bem reflete nos demais segmentos.

Sem uma boa governança, sem bons gestores, e sem o Maracanã não haverá futuro para o futebol Carioca.

Um FlaFlu bem organizado seria um jogo de casa cheia, mas os cartolas preferem jogar para os fantasmas recebendo boas cotas da televisão.

Não é que o Campeonato Paulista seja um primor, mas os seus times mais importantes conseguem levar torcedores aos estádios, inclusive com promoções.

NOTA 2- UM MODELO INVERTIDO

* Em uma postagem anterior mostramos os valores que foram embolsados pelas Federações de Pernambuco e do Rio Grande do Norte, por conta das cobranças das taxas dos estaduais.

No Rio de Janeiro o assunto é mais sério, quando a FERJ arrecadou mais do que todos as rendas liquidas dos clubes disputantes, inclusive do Flamengo, que tem a maior torcida do estado.

A entidade cobra uma taxa de 10% sobre a renda bruta de cada jogo. Se tiver vendido um ingresso e o resultado for de R$ 30,00 essa levará R$ 3,00, enquanto os clubes tem prejuízos.

Em toda a competição essa embolsou R$ 383.076,00, valor acima do rubro-negro carioca, que teve uma renda liquida em seus jogos de R$ 278.953,93.

Apenas 10 clubes não tiveram prejuízos, e 6 pagaram para jogar, inclusive Vasco, Fluminense e Botafogo.

O time Vascaíno ficou no vermelho com R$-61.607,00, o Tricolor com um negativo de R$ -190.245,68 e, o da Estrela Solitária apresentou o maior rombo, com R$-500.548,90.

Claro que tem algo de errado no futebol brasileiro, quando os clubes se enforcam, e as entidades enchem os seus cofres, e o estranho é que não se ouve um grito de protesto.

NOTA 3- TORCIDA CORINTIANA É IGUAL A SOMA DOS RIVAIS EM SÃO PAULO

* Uma pesquisa realizada pelo Datafolha na cidade de São Paulo, mostrou que o Corinthians continua como o time de maior preferência pelos moradores da capital, com 36%.

O fato que deve ser destacado é que tal percentual representa a mesma quantidade de torcedores dos outros três times grandes.

Os adeptos são-paulinos representam 19% da população, os palmeirenses são 12% e os santistas, 5%. Flamengo com 2% e Vasco da Gama, 1%, são os clubes de outros estados que penetram na cidade de São Paulo.

Por outro lado, o segundo lugar entre os entrevistados ficou com aqueles que não torcem para time nenhum, 24%, quase um quarto desses. Tais números batem com a média nacional, mostrando que não somos o país do futebol, e sim do cinema.

A pesquisa detectou alguns pontos importante para serem analisados.

Em relação à última realizada em 2014, a torcida corintiana cresceu 1% (dentro da margem de erro). A diferença para os rivais aumentou, devido a queda dos torcedores do São Paulo, que eram 21% em 2014. Em 1993, o tricolor estava quase empatado com o alvinegro (32% a 31%).

Numa análise mais fria, esse não perdeu torcedores para outros times, mas não captou a nova geração de 14 anos em diante.

O Palmeiras que já teve 18% da torcida em 1998, também mostrou o mesmo problema do clube do Morumbi, com uma queda bem maior.

São dados bem importantes para que se conheça a realidade do futebol da maior cidade do Brasil, e que mostra mesmo para o Corinthians uma estagnação na busca de novos torcedores, mesmo com o aumento populacional.

NOTA 4- A TECNOLOGIA NA LINHA DE GOL

* A tecnologia da linha de gol foi a principal responsável pela vitória do Feyenoord líder do Campeonato Holandês, no seu jogo contra o PSV, pelo placar de 2x1, realizado no último domingo.

O gol da vitória aconteceu aos 37 minutos do segundo tempo, e foi validado por conta do sistema que mostrou no relógio do árbitro que a bola tinha entrado.

Se na Holanda a tecnologia do gol está sendo utilizada, aqui no Brasil a CBF com os equipamentos deixados pela FIFA depois da Copa de 2014, ainda não adotou com a alegação dos custos altos.

Para nomear diretores com salários médios de R$ 50 mil, o Circo não encontra problemas financeiros.

Na ultima semana contratou o 15º, Antônio Carlos Mengale, que há algum tempo faz parte do esquema da entidade.

Para o bem do futebol não existem recursos, mas para salários da cartolagem e dos diretores todos os meses saem dos seus cofres quase R$ 1.3 milhões.

É uma vergonha.

NOTA 5- A VITÓRIA DOS TRAÍRAS

* A mídia inglesa nas análises sobre a demissão de Claudio Ranieri, técnico do Leicester, deixou bem claro que os jogadores o derrubaram, inclusive pedindo a sua saída ao dono do time.

Na realidade no jogo de ontem entre o campeão da temporada anterior da Premier League e o Liverpool isso ficou comprovado com uma boa atuação, conseguindo uma vitória firme pelo placar de 3x1, que o tirou da zona da degola.

Na maioria das demissões de treinadores pelo mundo afora, inclusive no Brasil, o vestiário é o definidor.

Por uma coincidência do destino, o assistente técnico de Ranieri chama-se de Craig Shakespeare, nome do maior escritor inglês de todos os tempos, e que tem uma obra famosa quando tratou da traição à Julio Cesar, cujo um dos mentores foi o seu protegido e possível filho, Brutus.

Os traíras venceram, os torcedores sentiram a realidade, e apoiaram o treinador demitido com cânticos, cartazes, máscaras e faixas.

São coisas do futebol e dos traidores.

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- UM MUNDO DIFERENTE

* O torcedor brasileiro hoje só tem uma alegria, que é a de assistir os jogos dos Campeonatos Europeus, e especial os da Inglaterra.

Depois de assistirmos as mediocridades dos jogos da Copa do Nordeste, que é uma competição entre os ruins, tivemos no dia de ontem a oportunidade de recebermos em casa dois jogos espetaculares em todos os sentidos no contexto do futebol.

Enquanto em nosso Brasil tropical, três grandes clubes não conseguiram colocar em seus jogos 10 mil pagantes, como aconteceu com o Rio de Janeiro, e na Copa do Nordeste o maior foi de um pouco mais de 3 mil, no jogo River e Sport, os dois eventos ingleses colocaram mais de 150 mil. Outro mundo.

O Tottenham enfrentou o Stoke City, e deu uma aula de futebol. Há muito que não víamos um jogo com tanta perfeição da parte de um time. Harry Kane, seu atacante marcou 3 dos quatro gols da partida, e foi o melhor em campo.

Um fato que deve ser destacado é a presença de um argentino no comando de um time da Premier League, no caso Mauricio Pochettini, que mudou a vida do Tottenham, que está brigando para a classificação na Liga dos Campeões.

O outro jogo foi pela final da Copa da Liga Inglesa, que teve como palco o estádio de Wembley símbolo do futebol britânico, envolvendo o Manchester United e o Southampton, com a vitória do primeiro por 3x2, e uma atuação brilhante do seu atacante Ibrahimovic.

Um encontro de alto nível, com grandes jogadores, e sobretudo um excelente público.

Cada dia ficamos mais certos de que o Brasil está quase chegando à terceira divisão mundial, após um bom tempo na segunda.

O futebol brasileiro é de uma pobreza franciscana, com a gravidade de que já fomos os melhores do mundo.

NOTA 2- OS TÉCNICOS ARGENTINOS

* A possibilidade de um técnico brasileiro de treinar um time importante do futebol europeu é quase zero.

Vanderlei Luxemburgo no Real Madrid, e Felipe Scolari no Chelsea, foram dois micos tupiniquins. 

O máximo hoje para atuar fora do Brasil é a China ou os Países Árabes, que são emergentes no futebol.

Com a Argentina acontece o contrário, desde que conta com vários técnicos em times relevantes da Europa.

Falamos na Nota anterior de Mauricio Pochettino, técnico do Tottenham, que hoje está entre aqueles mais cotados do futebol europeu. O outro argentino consagrado é Diego Simeone, do Atlético de Madrid, que faz um excelente trabalho, e bem situado no mercado da Europa. 

Na Espanha outros dois técnicos portenhos fazem sucesso, Jorge Sampaoli, do Sevilla, o número um para o Barcelona, e Eduardo Berizzo, que vem fazendo um bom trabalho no Celta de Vigo.

Um outro, Marcelo Bielza irá assumir o Lilles, clube francês na próxima temporada.

São duas escolas bem diferentes e com nível cultural distante, e isso influencia na formação profissional.

Além disso, os brasileiros se julgam os donos da verdade, e que descobriram o futebol.

Como uma nova geração está assumindo o controle dos bancos do futebol brasileiro, deveria tomar como parâmetro os colegas do país vizinho, que na realidade são reconhecidos em todo o mundo, e são bons no trabalho que fazem.

NOTA 3- O NOVO MODELO DE GESTÃO

*Não é piada, nem um texto de humor.

O fato que vamos narrar na realidade aconteceu, muito embora tenha ficado guardado com sete chaves.

Nem o palmeirense PVC, famoso jornalista paulista tomou conhecimento.

Todos que acompanham o futebol de São Paulo, sabem que a Crefisa patrocinadora do Palmeiras, manda no clube. São muitos os seus milhões, e todos com juízo obedecem o que a presidente da empresa Leila Pereira determina.

A estreia do colombiano Borja no último domingo esteve para não ser concretizada.

O presidente do clube, Mauricio Gallieri, teve que convencer a dona da empresa que o jogador deveria jogar para atender o técnico.

Quase não conseguiu, desde que essa iria viajar e gostaria de estar presente no primeiro jogo do seu contratado.

Depois dos apelos, abriu mão, mas saiu vitoriosa na certeza de que o clube está em suas mãos cheias de dinheiro.

Um novo modelo de gestão.

NOTA 4- ELAS GANHAM E ELES PERDEM

* Nos estaduais os clubes tem prejuízos em seus jogos.

Por outro lado as Federações ganham, pois descontam as suas taxas das receitas brutas.

Escolhemos dois campeonatos regionais com públicos fracos, o Potiguar e o Pernambucano.

No primeiro a FNF com sua taxa de 8%, arrecadou em 20 partidas, R$ 37.162,00. Tal montante é duas vezes maior do que a arrecadação do Globo e ABC finalistas da Copa Cidade de Natal. O primeiro acumulou R$ 18.851,34 e o segundo, R$ 15.893,32.

Na terra de Mauricio de Nassau, onde o futebol morreu e  ninguém sabe, ninguém viu, a FPF recolheu aos seus cofres R$ 50.827,12, maior do que nove dos clubes disputantes, inclusive o Náutico que somou aos seus cofres apenas R$ 41.865,88.

O Santa Cruz com R$ 110.863,20, e o Sport com R$ 72.134,80 ficaram acima da entidade.

Que modelo de futebol é esse, quando elas ganham, e eles perdem?

Escrito por José Joaquim

Enquanto o Carnaval rola em todo o Brasil com as suas mesmices de sempre, e como os visitantes do blog o prestigiam com seus acessos, resolvemos continuar postando artigos nesse período, para que o debate sobre temas esportivos possam continuar.

Alguns motes muitas vezes surgem de forma inesperada, e no dia de ontem encontramos um jornalista esportivo dos mais famosos do estado, hoje aposentado, que criticou o modelo atual dos formadores de opinião, com algumas observações de bom nível, e isso nos inspirou para a elaboração de um artigo focando o tema.

O futebol não é um fato isolado, que poderá viver apenas com o talento dos seus jogadores e a participação de torcedores, quando a sua estrutura passa por um processo de cupinização.

Tudo isso acontece e passa ao largo, desde que o formador de opinião deixa de lado o senso critico quando a bola começa a rolar, para virar um torcedor apaixonado entre outras coisas.

O maior exemplo dessa alienação se dá no caso do Circo, que tem um comando sem a credibilidade necessária, e cujo presidente não consegue assistir filmes policiais por conta dos personagens do FBI.

Ignorar os desmandos, a organização de campeonatos, os modelos de cartolas, a falta de transparência é sem duvida um comportamento fora da realidade, e que muitas vezes revela as paixões clubísticas, assim como as pressões das editorias, fatos esses que não deveriam acontecer, para que a opinião possa ser livre de tais grilhões.

Com poucas exceções os programas esportivos dos rádios e sobretudo das televisões, são piores do que as torcidas organizadas. Sem conteúdo e com muito humor entre os participantes.

O formador de opinião não é assessor de imprensa, e sim um ser livre que possa emitir as suas análises para um maior entendimento do torcedor que o acompanha.

O dia a dia de um clube tornou-se uma banalidade, uma vez que as noticias são apresentadas pela sua assessoria de imprensa, que são repetidas pelos formadores como dogmas. As mazelas são escondidas, não são divulgadas, e os torcedores recebem água de cheiro, no lugar em que muitas vezes a lama abunda.

O futebol brasileiro estagnou, parou, assumiu a sua decadência principalmente pela ausência de opiniões que levantassem o que estava acontecendo por um longo período, e com isso suscitando um debate mais positivo sobre o assunto.

A importância do formador de opinião em todos os segmentos da sociedade, é sem duvidas de alta relevância, principalmente pelo poder que tem em suas mãos ou vozes de levar aos consumidores o que de real acontece, e que poderia influenciar as mudanças no status quo.

Sem bons profissionais do jornalismo não teremos um esporte de qualidade, em especial o futebol. Estes tem que assumir a liderança do processo, e as suas contribuições fazem parte de um dos ponto mais importantes para a seriedade e desenvolvimento do setor.

Mamão com açúcar é bom no café da manhã, mas em nossos noticiários essa iguaria certamente não é bem recebida.

Estamos atravessando um dos piores momentos da história do futebol brasileiro, que vive de ilusões passageiras. O público foi misturado ao privado, e sem os bons formadores de opinião a luta para que isso seja modificado certamente ficará mais tortuosa.

Precisamos de muitos Tostões com suas análises que nos levam a pensar, fato esse que está ficando raro no setor.

Escrito por José Joaquim

Não desistimos da luta para mudar o futebol brasileiro, fato esse que é muito difícil de acontecer por conta de um sistema que o envolve, blindando-o, e que conta com uma boa parte das mídias esportivas, cujos jornalistas estão alimentando uma cobra venenosa que irá engoli-los no futuro.

Existe um ditado conhecido no Brasil que é uma realidade: ¨Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura¨. Temos a convicção que isso irá a acontecer, e as mudanças que advirão ao país em um futuro bem próximo, irão chegar nesse esporte. Teremos o dia do Juizo Final, com a separação do joio do trigo.

Há vários anos que mostramos que os estaduais com os modelos aloprados estão superados e enterrados. Servem para alimentar as entidades que os realizam, e não trazem nada de novo ao sistema, que esgotou-se e precisa de novos projetos, entre esses a perenização dos clubes.

Como um ser pensante normal pode absorver uma competição como a realizada em nosso estado? Começou em janeiro nas datas destinadas a pré-temporada, com 9 clubes, classificando-se apenas três desses, com os seis restantes disputando outro torneio para que se possa conhecer os dois rebaixados. No final começa a hibernação.

Nenhum receberá um grande clube em sua cidade, que agrega torcedores. Isso é justo ou irracional?

Somos estudiosos dos temas esportivos, em especial do futebol, e ao analisarmos dez estaduais que estão sendo realizados, verificamos que apenas o Paulista apresenta uma boa média, graças ao jogos do São Paulo e Palmeiras, com 8.737 pagantes por jogo. O segundo colocado é o Mineiro, com 4.064, seguido pelo Gaúcho, com 3.216. Dos sete restantes nenhum passou dos três mil, e dois dos mil, e entre esses o de Pernambuco, com 728 pagantes por jogo.

A Copa do Nordeste que poderia ser um bom caminho, foi estuprada pelos cartolas, quando a incharam, e tirou o público dos estádios. Com menos clubes, e uma Segunda Divisão paralela, com acesso e descenso, certamente seria salutar, mas os gênios não permitem.

Voltamos a insistir na Série E regionalizada, que iria completar o sistema, agregando os clubes que tenham condições de disputa-la, com uma estrutura adequada, com bons estádios, boa demanda, que deixariam as cavernas, para a perenização.

As televisões regionais certamente teriam interesse na sua transmissão, e a própria Caixa Econômica que é a dona das camisas dos clubes brasileiros, poderia participar desse projeto, com um retorno da mais alta valia.

Quantos empregos seriam gerados?

A municipalização poderia ser implantada para os clubes menores, que aspiram a profissionalização, mas que tenham também uma estrutura para tal. 

Os sistemas funcionariam com acesso e descenso, receitas distribuídas de forma equitativa, com tabelas inteligentes e promoções bem elaboradas.

Na soma geral o lucro seria a da massificação do futebol, apresentação de novos talentos,  e sobretudo um processo maior de formação que seria a base da pirâmide.

O problema é que os que fazem o esporte da chuteira no país, não entenderam que o modelo atual morreu.