NOTA 1- SÃO PAULO X RIO DE JANEIRO
* No último sábado o Palmeiras jogando contra um time do interior, a Ferroviária de Araraquara, colocou no Allianz Parque 26.201 pagantes.
No mesmo dia, nas semifinais da Taça Guanabara no Rio de Janeiro, com três clubes grandes atuando, inclusive com o antigo clássico dos milhões, os dois jogos somaram apenas 7.477 testemunhas. Devemos destacar que em ambas capitais, o Carnaval tomava as suas ruas.
Por outro lado apenas dois clubes paulistas, São Paulo e Palmeiras, em seus jogos em casa, totalizaram 183.780 pagantes, número bem superior ao que foi somado em todo o Campeonato Carioca, com 128.522.
Não temos duvida que o futebol paulista está melhor organizado, ao contrário do que acontece no Rio de Janeiro, quando passaram a semana discutindo torcida única e locais dos jogos, com o clássico sendo levado para Volta Redonda, e o outro jogo do Fluminense e Madureira, para o Los Larios na Baixada, um estádio acanhado e de difícil acesso.
O obvio aconteceu e o torcedor deu o seu recado não comparecendo aos eventos.
O mais grave é que no final dessa semana teremos o jogo final da Taça, com o FlaFlu, e ainda não sabem como proceder no tocante as torcidas e os locais.
A Federação de Futebol do Rio de Janeiro é a cara do seu estado, que foi destruído e assaltado por políticos que tomaram conta do poder, fato esse que bem reflete nos demais segmentos.
Sem uma boa governança, sem bons gestores, e sem o Maracanã não haverá futuro para o futebol Carioca.
Um FlaFlu bem organizado seria um jogo de casa cheia, mas os cartolas preferem jogar para os fantasmas recebendo boas cotas da televisão.
Não é que o Campeonato Paulista seja um primor, mas os seus times mais importantes conseguem levar torcedores aos estádios, inclusive com promoções.
NOTA 2- UM MODELO INVERTIDO
* Em uma postagem anterior mostramos os valores que foram embolsados pelas Federações de Pernambuco e do Rio Grande do Norte, por conta das cobranças das taxas dos estaduais.
No Rio de Janeiro o assunto é mais sério, quando a FERJ arrecadou mais do que todos as rendas liquidas dos clubes disputantes, inclusive do Flamengo, que tem a maior torcida do estado.
A entidade cobra uma taxa de 10% sobre a renda bruta de cada jogo. Se tiver vendido um ingresso e o resultado for de R$ 30,00 essa levará R$ 3,00, enquanto os clubes tem prejuízos.
Em toda a competição essa embolsou R$ 383.076,00, valor acima do rubro-negro carioca, que teve uma renda liquida em seus jogos de R$ 278.953,93.
Apenas 10 clubes não tiveram prejuízos, e 6 pagaram para jogar, inclusive Vasco, Fluminense e Botafogo.
O time Vascaíno ficou no vermelho com R$-61.607,00, o Tricolor com um negativo de R$ -190.245,68 e, o da Estrela Solitária apresentou o maior rombo, com R$-500.548,90.
Claro que tem algo de errado no futebol brasileiro, quando os clubes se enforcam, e as entidades enchem os seus cofres, e o estranho é que não se ouve um grito de protesto.
NOTA 3- TORCIDA CORINTIANA É IGUAL A SOMA DOS RIVAIS EM SÃO PAULO
* Uma pesquisa realizada pelo Datafolha na cidade de São Paulo, mostrou que o Corinthians continua como o time de maior preferência pelos moradores da capital, com 36%.
O fato que deve ser destacado é que tal percentual representa a mesma quantidade de torcedores dos outros três times grandes.
Os adeptos são-paulinos representam 19% da população, os palmeirenses são 12% e os santistas, 5%. Flamengo com 2% e Vasco da Gama, 1%, são os clubes de outros estados que penetram na cidade de São Paulo.
Por outro lado, o segundo lugar entre os entrevistados ficou com aqueles que não torcem para time nenhum, 24%, quase um quarto desses. Tais números batem com a média nacional, mostrando que não somos o país do futebol, e sim do cinema.
A pesquisa detectou alguns pontos importante para serem analisados.
Em relação à última realizada em 2014, a torcida corintiana cresceu 1% (dentro da margem de erro). A diferença para os rivais aumentou, devido a queda dos torcedores do São Paulo, que eram 21% em 2014. Em 1993, o tricolor estava quase empatado com o alvinegro (32% a 31%).
Numa análise mais fria, esse não perdeu torcedores para outros times, mas não captou a nova geração de 14 anos em diante.
O Palmeiras que já teve 18% da torcida em 1998, também mostrou o mesmo problema do clube do Morumbi, com uma queda bem maior.
São dados bem importantes para que se conheça a realidade do futebol da maior cidade do Brasil, e que mostra mesmo para o Corinthians uma estagnação na busca de novos torcedores, mesmo com o aumento populacional.
NOTA 4- A TECNOLOGIA NA LINHA DE GOL
* A tecnologia da linha de gol foi a principal responsável pela vitória do Feyenoord líder do Campeonato Holandês, no seu jogo contra o PSV, pelo placar de 2x1, realizado no último domingo.
O gol da vitória aconteceu aos 37 minutos do segundo tempo, e foi validado por conta do sistema que mostrou no relógio do árbitro que a bola tinha entrado.
Se na Holanda a tecnologia do gol está sendo utilizada, aqui no Brasil a CBF com os equipamentos deixados pela FIFA depois da Copa de 2014, ainda não adotou com a alegação dos custos altos.
Para nomear diretores com salários médios de R$ 50 mil, o Circo não encontra problemas financeiros.
Na ultima semana contratou o 15º, Antônio Carlos Mengale, que há algum tempo faz parte do esquema da entidade.
Para o bem do futebol não existem recursos, mas para salários da cartolagem e dos diretores todos os meses saem dos seus cofres quase R$ 1.3 milhões.
É uma vergonha.
NOTA 5- A VITÓRIA DOS TRAÍRAS
* A mídia inglesa nas análises sobre a demissão de Claudio Ranieri, técnico do Leicester, deixou bem claro que os jogadores o derrubaram, inclusive pedindo a sua saída ao dono do time.
Na realidade no jogo de ontem entre o campeão da temporada anterior da Premier League e o Liverpool isso ficou comprovado com uma boa atuação, conseguindo uma vitória firme pelo placar de 3x1, que o tirou da zona da degola.
Na maioria das demissões de treinadores pelo mundo afora, inclusive no Brasil, o vestiário é o definidor.
Por uma coincidência do destino, o assistente técnico de Ranieri chama-se de Craig Shakespeare, nome do maior escritor inglês de todos os tempos, e que tem uma obra famosa quando tratou da traição à Julio Cesar, cujo um dos mentores foi o seu protegido e possível filho, Brutus.
Os traíras venceram, os torcedores sentiram a realidade, e apoiaram o treinador demitido com cânticos, cartazes, máscaras e faixas.
São coisas do futebol e dos traidores.