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Escrito por José Joaquim

A experiência inovadora da dupla Atletiba com a transmissão do seu jogo na última quarta-feira pelo Youtube, foi assistida por 170 mil pessoas, o que representa 3 pontos de audiência, e mais 2 milhões de acessos. Entre esses, o nosso. Se contarmos os vídeos do pós-jogo dos dois canais o número irá chegar aos 3 milhões.

A importância desse número é bem relevante por conta das dificuldades encontradas pela população para a inclusão de tal plataforma.

A dupla paranaense entrará na história como a precursora de uma revolução que está em pleno andamento em todo o mundo, e que agora chegou ao Brasil pela primeira vez.

Hoje os televisores modernos tem aplicativos que permitem esse tipo de transmissão por uma tela grande. O mercado oferece um equipamento que é instalado no computador e na televisão, para que tal fato também aconteça.

O consultor de marketing Amir Somoggi em um excelente artigo ressaltou a importância da presença da internet e do streming, afirmando que sem dúvida irá abalar as estruturas do futebol brasileiro.

Segundo o consultor os jovens não assistem TV como seus pais e avós faziam. No Brasil de hoje, há mais audiência em vídeos na internet, do que a TV aberta. Isso demonstra de forma clara que as mudanças começaram na sociedade, menos no futebol.

A legislação brasileira com relação as transmissões dos jogos é daninha, quando não permite que um clube utilize uma nova plataforma quando o adversário tenha contrato com uma emissora de Televisão, mesmo que seja o mandante do jogo. 

Tal modelo dificulta a implantação de um novo sistema, e só foi possível com a dupla por essa não ter nenhum vínculo no estadual paranaense.

O Google já penetrou no futebol, e a Copa do Rei da Espanha está sendo transmitida pelo Youtube, com um custo por partida de 4,99 euros. Isso sem duvida é uma revolução.

Ainda segundo o Consultor, por meio do streaming, o Youtube tem um alcance muito maior do que a TV aberta e fechada, e permite que mais torcedores tenham acesso ao conteúdo.

Na realidade trata-se de uma revolução e o futuro está nas transmissões on-line, mas temos a certeza de que irá demorar muito a chegar ao nosso país.

O Brasil é vagaroso na aplicação de inovações em diversos setores.

Um bom exemplo temos no sistema de metrô, quando a Argentina, pais vizinho o implantou em Buenos Aires em 1913, e aqui a primeira linha foi inaugurada em 1974, ou seja 61 anos após.

O mesmo pode se dizer da telefonia móvel, que anda a passos de tartaruga. Já existe a 5G nos países mais desenvolvidos do mundo, enquanto a 4G em nossos país ainda está patinando.

O exemplo do jogo de Coritiba irá entrar para a história, mas ficará nos seus anais por muito tempo, para que um dia esse seja implantado em larga escala no futebol brasileiro. Vivemos em um país, que pensa muito pouco em seu futuro.

Que os nosso clubes possam ter um espelho na NBA, que tinha receitas estagnadas no item transmissões, no valor de U$ 930 milhões (2012), e com a criação da NBA League Pass, os torcedores do mundo podem pagar diretamente para a Liga e acompanhar os jogos por streaming teve uma grande evolução. Em 2016 os valores já superaram US$ 2,6 bilhões por ano.

O futuro no Brasil só a Deus pertence e nada mais. Os homens não se esforçam para que esse seja mais promissor.

Escrito por José Joaquim

Os nossos artigos analisam a realidade do futebol brasileiro, mostrando os seus problemas e apontando soluções. Pelo menos não nos omitimos com relação ao que acontece nesse esporte em nosso país, que está entregue a uma parcela despreparada, que do setor nada entende, e muito menos de finanças e gestão esportiva, e com muitos espertos no salão.

O Brasil é um país continental, mas o futebol age como uma Ilha, com a participação de poucos clubes, relegando os demais que povoam o Continente. Vivem na Ilha de Caras.

Há um bom tempo que analisamos os modelos adotados em países mais evoluídos do que o nosso, para mostramos aos nossos visitantes que existe uma luz no fundo do túnel para o futebol brasileiro, com uma única solução: expulsar o que não presta, e trazer para o seu meio o lado bom da sociedade.

Um excelente espelho é o futebol da Inglaterra, um país bem menor do que o Brasil, e que oferece alternativas bem maiores para o seu futebol. 

A Federação Inglesa (FA) tem responsabilidade de representar o país nas organizações internacionais, de organizar a Copa da Inglaterra,  promover o futebol feminino, a formação de treinadores, o apoio aos clubes amadores, e da arbitragem, entre outras atividades.

O sistema funciona através de uma serie de Ligas que são relacionadas entre si, que tem a Premier League como a sua maior competição abrangendo 20 clubes. A seguir vem a English Football League, dividida em três divisões de 24 clubes profissionais. A Championship (Segunda), a Football League One (Terceira) e a Football League Two (Quarta), trabalham em conjunto com a Premier League.

Os clubes que não estão nessas quatro divisões principais do futebol inglês se dividem em outras: a Football Conference (5ª Divisão), Conference North e Conference South (6ª Divisão), e uma série de outros campeonatos que compõem o sistema.

A partir da 5ª Divisão, cada liga tem as suas regras, mas existe uma cadeia produtiva, tendo uma sempre abaixo da outra, com acesso e descenso. O mais interessante é que as ligas menores cobrem zonas geográficas bem reduzidas.

As ligas da 5ª e 11ª divisão são controladas pela Football Association. Todos os clubes podem subir ou descer de divisão, mas existem exigências grandes com relação aos estádios, que é o ponto mais importante para que o acesso seja confirmado.

As oito divisões de maior porte abrigam 368 clubes atuando por todo o calendário. A Copa da Inglaterra tem a participação de 736 clubes de todas a divisões, e com jogos televisionados para o mundo, inclusive o Brasil.

Um modelo simples, bom para ser aplicado em um país continental como o nosso, e que adota algo que sempre destacamos que é a municipalização do futebol.

Os cartolas brasileiros ainda não entenderam a necessidade de ampliar o número de divisões nacionais. Demoraram muito para a implantação da Série D, que ainda não está bem consolidada, e relutam em pensar na Série E, para aumentar o leque de times profissionais com uma atividade anual.

Na verdade esses só pensam na seleção que lhe fornece o numerário para o pagamento de 15 diretores.

Só mesmo no Brasil.

Escrito por José Joaquim

Eric Hobsbawm, um dos maiores pensadores do mundo, já falecido, nos deixou um legado de vários livros sobre as diversas eras que a sociedade mundial contemplou.

Esqueceu de duas que estão sendo observadas no Brasil no mesmo período, a da Imbecilidade e da Chatice. Sem uma maior pretensão, aos poucos vamos formatando um bom material sobre esses dois temas.

Perguntamos aos nossos visitantes se existe nada mais chato, ao entrar em um restaurante observar uma mesa repleta, sem conversas, e os comensais com seus equipamentos eletrônicos trocando mensagens. O mais grotesco, é que muitas vezes essas são entre esses.

Nada mais chato foi a orientação dada no Carnaval para não tocarem músicas que fazem parte da cultura brasileira, como o Teu Cabelo Não Nega, Cabeleira de Zezé, por serem segundo os politicamente corretos, preconceituosas.

Maior chatice é não podermos mais chamar um amigo de ¨Negão¨, porque isso poderia ser passível de uma denúncia por crimes de racismo. Quantos ¨negões¨ conviveram conosco e nunca sentiram-se ultrajados. Existia igualdade, respeito e afetividade na sociedade.

Os musculosos das academias são numerosos. Pensam com os músculos e esquecem aquilo que tem na cabeça, os seus cérebros. Nada mais chato.

Na vida politica, no período eleitoral os candidatos são fabricados pelos marqueteiros, que fazem uma maquiagem, transformando-os em figuras que prometem uma cavalgada com o cavalo de São Jorge. São eleitos e ficam cavalgando com o dinheiro público. Esse contexto faz parte da Era da Chatice.

Obvio que o futebol não poderia escapar, pelo contrário produz um maior número de chatices por metro quadrado. 

Nada mais chato hoje do que assistir um jogo realizado no Brasil. Nada de novo, times ruins sendo apresentados como bons, os atletas medianos vendidos como craques, as táticas pragmáticas, 1x0 é uma verdadeira goleada, bolas alçadas, recordes de faltas e de pouco tempo de bola correndo.

E os narradores e comentaristas, que veem um jogo que não vimos. Ou eles estão em outro mundo, ou somos nós os chatos por não entender.

Nada mais chato é ir a um jogo de futebol e não encontrar torcedores, e sim um pequeno grupo de testemunhas.

O Carnaval não poderia ficar fora da Era da Chatice, e tem o Desfile das Escolas de Samba do Rio de Janeiro como o maior símbolo.

Todos os anos uma mesmice, as mesmas caras, e com as celebridades pagando para aparecer nas mídias.

Essa é a nossa Era da Chatice, movida a dinheiro, onde nos compram ou nos vendem se sequer sabermos. A internet dominou e dita as regras, e hoje é o porta voz de tudo que acontece. O jornalismo virou da UOL.

O tema da chatice é tão longo que poderíamos escrever um livro, mas não o fazemos, porque vivemos em um país em que qualquer um lança uma edição no mercado, e passa a ser chamado de escritor, constituindo mais um capitulo dessa Era da Chatice.

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- OS ILUMINADOS

* Na noite de ontem assistimos uma Missa de Requiém pela alma do futebol de Pernambuco, que teve como local a Ilha do Retiro. O dia era condizente com o ritual, a quarta-feira de cinzas, que foi escolhido pelos iluminados para a realização do evento.

O contexto foi formado por uma mistura de fatos grotescos. O rubro-negro pernambucano optou por imitar o também rubro-negro paranaense, Atlético-PR, que jogou o maior encontro do futebol local contra o Coritiba com o seu time misto no dia de ontem, com um público reduzido, e a inovação da transmissão pela internet.

O Sport tem o direito de escolha, mas não pode ser seletivo com os adversários. Ou jogava com time misto contra todos, ou não poderia seleciona-los. Contra o Santa Cruz atuou com os titulares. Ser ou não ser.

Além de ser um dia após o encerramento do Carnaval, o jogo da Ilha do Retiro foi televisionado de forma aberta pela dona dos direitos de transmissão, que paga um dizimo pelo contrato, e com mais um agravante, o horário das 21h45 que é indecente.

O mais grotesco é que no próximo domingo o returno será iniciado, com o mesmo jogo, mudando apenas o mandante, e assim teremos Náutico x Sport. Só em Pernambuco imortal.

O resultado de 1x1 foi justo por conta da mediocridade dos dois clubes, com o craque milionário André passeando no campo, e ainda perdendo um pênalti.

Sobre o jogo não vamos comentar, desde que isso é papel para os nossos analistas, mas sobre a  missa devemos enaltecer a maneira piedosa dos torcedores dos clubes que rezaram unidos pela alma de um defunto chamado de futebol de Pernambuco.

No clássico dos milhões, apenas 2.885 pagantes, ou fiéis, estavam presentes.

Amém

NOTA 2- O LEGADO DAS OLÍMPIADAS NA GRÉCIA

* O jornalista Jamil Chade, correspondente do jornal Estado de São Paulo na Suíça, publicou algumas fotos do Parque Olímpico que abrigou os Jogos que foram realizados em Atenas, em 2004.

O que vimos é um retrato do que irá acontecer em nosso país, com o legado da RIO-2016. Estruturas rachadas, o mato tomando conta, o vandalismo destroçando os equipamentos e o lixo dominando. As piscinas tornaram-se um depósito de dejetos.

Foram milhões de euros gastos para uma competição de 17 dias, que ajudou a provocar a queda do país, que até hoje vive uma séria crise econômica. Treze anos após, uma parte das instalações está delapidada.

Da mesma forma do que está acontecendo no Brasil, esses locais viraram pontos de disputas entre os políticos e autoridades, sem a visão do que iria acontecer no futuro.

O Rio de Janeiro de hoje, falido, é um reflexo dos bilhões torrados, que serviram para alimentar com propinas uma quadrilha que estava no poder, e que poderá ter o seu Parque Olímpico também depredado.

Uma vergonha.

NOTA 3- MAIS UMA DO FUTEBOL BRASILEIRO

* O modelo do futebol brasileiro que não consegue manter nos elencos seus profissionais, renovando a cada ano, deu origem aos resultados de uma pesquisa efetuada pelo Datafolha e publicada pelo jornal Folha de São Paulo, após ouvir os torcedores da cidade de São Paulo, que foi bem negativo para esse esporte. 

Os dados mostram uma dura realidade, indicando que a sua maioria não consegue identificar de memória, três jogadores de seus clubes. Os são-paulinos são os que conhecem menos (60%), contra 59% dos palmeirenses, 51% dos corintianos e 49% dos santistas.

A rotatividade dos clubes é muito grande, raros são aqueles que passam dois anos seguidos com boa parte do elenco. Não produzem mais os ídolos, e sim atletas comuns, que hoje estão aqui, amanhã acolá. Os empresários falam mais alto.

Somos de uma geração que sabia a escala do seu time, que estava memorizada. Os elencos duravam mais de dois anos,  quando chegava um novo atleta, esse encontrava um ambiente ideal para chegar de imediato na memória dos seguidores.

Hoje um clube contrata mais de vinte profissionais por ano, e isso promove a falta de identificação da parte do torcedor. Tal fato tem o poder de influenciar na queda das arrecadações, em especial no consumo de produtos dos clubes.

A simbiose atleta/clube/torcedor é sem dúvida importante para o futebol, mas os cartolas ainda não entenderam.

São coisas do futebol brasileiro.

NOTA 4- QUATRO BRASILEIROS NO RANKING DOS 100 CLUBES MAIS VALIOSOS

* O site Transfermarkt divulgou a relação dos 100 clubes mais valiosos do mundo,  entre esses quatro brasileiros, que estão na rabeira da lista. O mais bem colocado é o Cruzeiro, na 77ª posição, com 77,25 milhões de euros(R$ 253,4 milhões).

A seguir o São Paulo, com 70,48 milhões de euros (R$ 231,1 milhões), na 84ª colocação, o Atlético-MG na 86ª, com 69,5 milhões de euros (R$ 227,9 milhões), e o Palmeiras na 97ª posição, com 63,28 milhões de euros (R$ 205,2 milhões).

Um fato nos chamou a atenção está relacionado a soma dos valores dos clubes brasileiros, que não chega a metade do Real Madrid, o líder do TOP 100, com 766,1 milhões de euros (R$ 2,5 bilhões).

Na verdade isso retrata o tamanho do nosso futebol.

Escrito por José Joaquim

O futebol brasileiro ficou mal acostumado com as cotas de televisão, que terminou se tornando a sua tábua de salvação.

Os cartolas não tem a capacidade de discutir sobre a ausência de público nos estádios, o impacto que acontece na economia do futebol, e continuam vivendo na Ilha da Fantasia.

O torcedor é a alma de um clube. Compra os ingressos para os jogos, produtos licenciados, em boa parte são associados com pagamentos mensais.

Um palco de jogo vazio é como uma missa sem fiéis, quando o padre perde a motivação, no caso do futebol são os atletas. 

Um estádio lotado tem um alto índice de vendas de produtos alimentares, e de bebidas, e dos produtos dos clubes.

Muitas vezes as receitas da parte comercial representam em alguns casos, valores iguais ou maiores do que as rendas liquidas de bilheterias que sofrem algumas vezes mais de 40% de descontos.

São milhões que deixam de entrar nos cofres das agremiações.

Quanto maior o público, maior será a receita em todos os segmentos, inclusive na venda de ingressos. 

Para que se tenha uma ideia do tamanho do futebol em nosso país, o público pagante na temporada de 2016 foi de 5.760.085, com uma média por jogo de 15.188, e uma receita bruta de R$ 203.832.200,28. Os estádios tiveram uma ociosidade de 60%.

Enquanto isso, a Bundesliga, a Liga maior do futebol alemão, com menos jogos desde que o campeonato tem 18 clubes, teve um público de 13 milhões de torcedores, uma receita bruta de 528 milhões de euros (R$ 1.7 bilhões). A média de público por jogo foi de 42,2 mil.

Por outro lado a população brasileira é de aproximadamente 203 milhões de habitantes, enquanto a da Alemanha é de 82 milhões.

Na verdade um efeito comparação com os números mostram a pobreza de nosso futebol, e o crescimento de um país, que chegou no fundo do poço, mas que teve a competência de aproveitar o legado da Copa do Mundo de 2006, para transformar-se em uma potencia do futebol mundial.

Para levar público aos estádios torna-se necessário uma boa gestão no comando do futebol, algo que não temos, e como os clubes são acomodados preferem viver a sua vida da maneira como está, sem maiores esperanças para o futuro.  

O Circo não tem a mínima credibilidade e isso afeta o torcedor.

Não existe saída para esse esporte no país, a não ser a criação de uma Liga Profissional, sob o comando de pessoas sérias e sobretudo competentes, para que possam formular um projeto que a ociosidade nos estádios seja reduzida, e com isso o aumento de todas as receitas atinentes a um jogo de futebol. O atual modelo esgotou-se.

Essa é uma solução, mas temos a convicção que nunca irá acontecer, desde que o Brasil tornou-se um país sem futuro, depois do assalto que sofreu por muitos anos, levando consigo o futebol.