Os cartolas do futebol brasileiro não se emendam.

O pós jogo do FLA-FLU foi repercutido não pela possível qualidade da partida, e sim pelo protagonismo de Sandro Meira Ricci, e o medíocre bate-boca dos que comandam o Palmeiras, Flamengo e Fluminense. 

O palmeirense Paulo Nobre levantou dúvidas sobre a lisura do Campeonato, por conta das pressões dos flamenguistas. Criticou a arbitragem por ter validado o gol dos tricolores, e depois tê-lo anulado. Afirmou que houve influência externa, que é proibido pela FIFA. Palavras, nada mais do que palavras. Recebeu o troco de Eduardo Bandeira dirigente flamenguista.

Esqueceu que o lateral Egídio do seu time, em 2015 foi expulso, e minutos após ¨desexpulso¨. Na ocasião os adversários protestaram afirmando que houve o aviso da televisão, que de fato aconteceu. 

Na verdade a atuação de Sandro Meira Ricci no clássico, foi atabalhoada. Faltou-lhe coragem de escrever na súmula do jogo o que tinha ocorrido no segundo gol do Fluminense. Deveria receber o ¨Troféu Cara de Pau¨.

Uma pergunta ao presidente do Palmeiras: Se o fato fosse favorável ao seu clube, estaria protestando com tanta veemência?  

Existe um ditado em nosso país: ¨Farinha Pouca, meu pirão primeiro¨, e nada melhor para enquadrar a nossa cartolagem, que sempre puxa tudo para o seu lado.

A ética do futebol é individual. Cada clube tem uma própria. Nunca ouvimos um dirigente criticar a arbitragem por um erro favorável ao seu clube. Só acha ruim quando é desfavorável.

Nesse debate, foi deixado de lado um fato importante, inclusive por nossa nossa imprensa, que é partidária, ou seja, o gol foi impedido, e não poderia ser validado. O futebol foi salvo. O empate não seria o resultado justo por conta de um gol ilegal, que foi visto por milhares de torcedores.

Por outro lado o Palmeiras que foi dominado pelo Cruzeiro, e não teve a competência para supera-lo, achou uma maneira de desviar o assunto, e passou um recibo por conta da presença do Flamengo bem colado na pontuação, que causou tremores no Palestra.

O futebol brasileiro afundando, os cartolas puxando a brasa para a sua sardinha, com discursos preparados para seus torcedores.

Só existe uma única realidade, a gestão do futebol nacional está há muito tempo numa estação de esgoto que é o seu devido lugar.

Não suportamos mais tanta hipocrisia.

O Brasileirão está pobre de técnica, de público e de gols, mas a sua tabela de classificação promete emoções até o final. Dos 20 clubes disputantes, pelo menos 15 tem objetivos.

Dois brigam pelo título, Palmeiras e Flamengo, dois pelo G3, que classifica diretamente para a Libertadores, Atlético-MG e Santos. Com o aumento de vagas para essa competição, seis aspiram uma classificação no G6, alguns com maiores chances e outros com menores.

A lista começa com o Botafogo e termina com a Ponte Preta. Um Top dez lutando por algo até a última rodada.  Na parte debaixo da tabela, cinco clubes lutam contra a degola, São Paulo, Vitória, Sport, Internacional e Figueirense. Com relação ao time catarinense podemos considera-lo como um possível rebaixado, e com poucas chances de reação. Santa Cruz e América-MG já tiveram suas cabeças cortadas há um bom tempo.

Com relação ao título a luta promete muito até o seu final, e as próximas três rodadas poderão dar uma visão maior daquele que irá receber o troféu. O Palmeiras que tinha 75% de chances, teve uma queda nessa percentual para 53%, enquanto o Flamengo subia para 37%.

O time rubro-negro teve um aproveitamento de 59,6% no turno, e nos 11 jogos do returno esse subiu para 78,7%, que é um sinal de evolução. Por sua vez, o percentual do time alviverde foi de 63% na primeira, e de 61,4% na segunda. Uma linha bem estável. O que vai pesar na definição será a condição física de cada clube, com uma vantagem para o rubro-negro que jogou menos do que o adversário, que ainda tem a Copa do Brasil. 

Hoje pelo atual momento o Flamengo tem uma vantagem para a conquista do Brasileirão, mas nada está definido e os percentuais atestam.

Com relação ao rebaixamento, a corrida será mais empolgante, desde que na prova tem dois corredores chamados de grandes, São Paulo e Internacional, e três medianos, Vitória e Sport e Figueirense. Os dois rubro-negros terão um confronto direto no próximo domingo, que poderá definir os seus futuros. Um jogo de matar ou morrer.

As chances de cada um para o rebaixamento são as seguintes: São Paulo, 11%, Vitória, 25%, Sport, 35,%, Internacional, 42% e Figueirense, 70%. Para os torcedores desses clubes só existe uma alternativa, a de rezar a cada jogo, desde que pelo futebol de todos, o inferno já estaria garantido.

Pelas nossas projeções se tudo correr de forma limpa, sem apito amigo, um dos grandes será rebaixado.

É só viver e esperar.

NOTA 1- O NÁUTICO NO CAMINHO CERTO

* O jogo entre o Náutico x Ceará foi equilibrado, com momentos diferentes para os dois clubes. A vitória viria em um detalhe, e essa aconteceu aos 49 minutos do segundo tempo, deixando o alvirrubro na terceira colocação, com 51 pontos, superando o Avaí pelos critérios técnicos.

Faltam sete rodadas para o final da competição, e pelo que assistimos nessa última, os jogos serão cada vez mais difíceis, que irão requerer paciência daqueles que estão lutando pelo acesso.

A importância dessa vitória foi sem dúvida a demonstração de um time que deseja ganhar, alcançar o objetivo maior, lutando até o final. O Ceará fez um bom primeiro tempo, mas resolveu parar no segundo para garantir o empate. Foi castigado.

O torcedor compareceu finalmente em grande número, com 25.252 pagantes na Arena, e saíram satisfeitos com o que assistiram, a sexta vitória de um time que pela linha ascendente nesse returno, tem tudo para voltar para a Divisão maior de nosso futebol.  

Até o final todos os jogos serão complicados, e os resultados de ontem mostraram claramente que isso irá acontecer.

O CRB derrotou o Vasco pelo placar de 2x1 em pleno São Januário, com o time vascaíno em crise, correndo o risco de perder o título, e com chances de sair do G4. As vaias dos torcedores e os gritos contra Eurico Miranda mostraram que a sua torcida perdeu a paciência com o time. Nos últimos quatro jogos foram três derrotas.

O Londrina jogando em casa, só conseguiu empatar com o Luverdense nos acréscimos (1x1), enquanto o Avaí sofreu para vencer o Tupi que está na zona se rebaixamento por 1x0, com um gol contra.

Não temos dúvida que cada rodada teremos uma surpresa, e esperamos que não seja com o Náutico.

NOTA 2- VEM PRA CAIXA VOCÊ TAMBÉM

* O futebol brasileiro com relação as camisas dos clubes é estatal.

Uma contradição, posto que, os cartolas não aceitam a intervenção do governo nos assuntos desse esporte, mas R$ 132,5 milhões do dinheiro público estão estampados em suas camisas.

Há algum tempo que a iniciativa privada, com raras exceções não coloca as marcas nos uniformes dos clubes brasileiros.

O motivo todos sabem e fingem que não entendem, as suas péssimas gestões. A mão salvadora está no estado. Dos vinte clubes que disputam o Brasileirão, quinze tem a participação de empresas estatais.

No Rio Grande do Sul o patrocínio ao Internacional e Grêmio é do Banco estadual (Banrisul). Treze clubes da Série A são patrocinados pela Caixa Econômica. Juntos formam um total de 75% dos disputantes. O Santos foi o último a assinar o contrato de patrocínio com essa instituição financeira.

Na Série B, sete clubes estampam a marca da Caixa em suas camisas. Estatizaram o patrocínio, que vem dando um reforço aos caixas das agremiações.

Nunca o ¨Vem Pra Caixa Você Também¨ foi tão cantado nos estádios.

NOTA 3- O TELÃO NO COUTO PEREIRA

* O Atlético-PR tentou junto ao Coritiba antecipar o clássico Atletiba que será realizado hoje. A Arena da Baixada está sendo preparada para a apresentação do tenor italiano, Andrea Bocelli.

Os Coxas não concordaram por conta da Sul-Americana, e esse será realizado na Vila Capanema, um estádio acanhado sem condições de abrigar os torcedores dos dois clubes.

Do lado do rubro-negro os ingressos serão grátis para os sócios torcedores que os conseguiram na internet.

O Coritiba tem direito a 10% da carga total, mas, a diretoria do rival resolveu estipular o valor de R$ 200, o que mostra de forma clara como o nosso futebol é administrado. Um revanchismo barato, e que atenta contra o esporte.

Por conta disso a diretoria do clube publicou uma Nota Oficial, solicitando que seus torcedores não comprem ingressos, e que sigam para o Couto Pereira onde está sendo instalado um telão.

Isso é nada mais, nada menos daquilo que é chamado de ¨Futebol Brasileiro¨.

NOTA 4- PIRATARIA FUTEBOL CLUBE

* A compra de produtos piratas é a opção de ao menos 43% dos torcedores brasileiros.

Tais dados foram apresentados no estudo feito pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC-Brasil), pela Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL). Um percentual de 34% dos ouvidos responderam que só compram produtos falsificados, enquanto 53% sempre optam por artigos originais.

O preço elevado dos produtos oficiais (43,82%) é a principal razão para quem adquire produtos no mercado negro.

Os itens oficiais mais adquiridos são camisas dos times (51,5%), canecos e copos (19,8%), chaveiros (19,1%), chinelos (8,5%), roupas para crianças (8,4%) e artigos de cama e mesa (7,5%).

São dados que deveriam ser analisados pelos clubes, para que possam criar alternativas nos produtos oferecidos.

O Brasil é o país da pirataria.

Os políticos são os maiores piratas.

NOTA 1- A HORA E VEZ DA TORCIDA DO NÁUTICO

* O Clube Náutico terá um encontro importante para as suas pretensões de voltar a Série A Nacional, enfrentando o Ceará em um clássico tradicional do futebol Nordestino.

A Arena Pernambuco irá nos mostrar o número de torcedores do clube alvirrubro, que até o momento não firmou uma grande presença em seus jogos. Menos de 25 mil pagantes será uma decepção para todos nós que analisamos o futebol local.

Os dois clubes tem campanhas bem diferenciadas, com o time cearense rolando ladeira abaixo nesse returno, enquanto o pernambucano em franca evolução.

Nessa segunda fase o Náutico tem um aproveitamento de 60,6%, enquanto o do Ceará é 27,2%. Na classificação geral, a equipe da Rosa e Silva está na 3ª colocação, aproveitamento de 53%, e o seu adversário está na 9ª, com 49%. Uma partida de paciência, que tem o time de Pernambuco como favorito e com uma vitória irá dar um largo passo para atingir o seu objetivo maior.

Na noite de ontem tivemos dois jogos iniciando a 31ª rodada da Série B, com a vitória do Atlético-GO por 2x1 contra o Paysandu, acelerando a sua passagem para o Brasileirão de 2017, e a do Bahia por 1x0 no confronto com o Brasil de Pelotas, assumindo de forma provisória a 3ª colocação, colocando pressão  no Náutico, Avaí e Londrina, que jogam no dia de hoje.

O time gaúcho volta com duas derrotas no Nordeste, dando adeus ao G4. 

NOTA 2- INFELIZ DO PODER QUE NÃO PODE

* Conversando com o jornalista Claudemir Gomes ouvimos uma frase antológica de autoria do ¨Coronel¨ Chico Heráclito, líder político da cidade de Limoeiro no século passado, que a transportamos para a atual diretoria do Sport Recife, após lermos a declaração do vice-presidente de futebol, com relação a indicação de Daniel Paulista para substituir Oswaldo de Oliveira.

Segundo o cartola, para que isso acontecesse fez uma convocação dos lideres do elenco rubro-negro para ouvir as opiniões de cada um.

¨INFELIZ DO PODER QUE NÃO PODE¨, é a frase dita pelo antigo chefe político limoeirense, e se encaixa na realidade do clube, e um exemplo claro da razão desse está lutando contra o rebaixamento.

Em um quartel cujo comandante pede autorização aos seus soldados para uma linha de ação a ser tomada, vira uma bagunça.

A atitude correta seria a realização do anúncio em uma reunião com o elenco, e mostrando que os poucos jogos que o clube tem pela frente, poderão selar o destino de todos, e que a colaboração ao novo técnico seria importante.

Nada mais do que isso para uma diretoria que tem poder, que não é o caso do Sport, que precisa de autorização dos seus funcionários para uma tomada de posição.

O clube precisa se reinventar, e com tais dirigentes isso nunca irá acontecer.

NOTA 3- UM NOBEL PARA NOSSA GERAÇÃO

* O Premio Nobre da Literatura dado ao cantor e compositor Bob Dylan foi sem dúvida uma homenagem à nossa geração, e a demonstração da qualidade musical, e dos compositores que tínhamos em décadas anteriores.

Não existe uma hipocrisia maior do que certos ¨intelectuais¨ brasileiros criticando a premiação, com o preconceito de que a letra de uma música não é literatura. Esses fazem parte da Era da Imbecilidade em que vivemos.

Sugerimos aos críticos que leiam a poesia da música Blowin'In The Wind (Soprando ao vento), que sem dúvidas irão calar as suas bocas. Essa espelhou a revolta dos americanos contra as bombas no Vietnã, e tornou-se um hino internacional contra a guerra.

O texto é primoroso, e os seus versos embute o grito contra a violência:

¨Quantas estradas um homem deve percorrer para poder ser chamado de homem?

Quantos oceanos uma pomba branca deve navegar para poder dormir na areia?

Sim, e quantas balas de canhão devem voar antes de serem banidas para sempre?

Se isso não for literatura de qualidade, o que será?

NOTA 4- ¨NADA HOUVE DE ANORMAL¨

* Para o árbitro do jogo Fluminense vs Flamengo, nada aconteceu e tudo correu com tranquilidade. A súmula do jogo que foi publicada no site do Circo, é uma peça de humor barato, de um botequim de beira da estrada.

Todos que assistiram a confusão generalizada após o erro grotesco de Sandro Meira Ricci, validando um gol ilegal, estão errados, ou o apitador é o único certo nessa lambança.

O seu relatório foi grotesco.

¨O jogo foi paralisado aos 40 minutos do segundo tempo por pelos atletas de ambas as equipes terem protestado por decisão da arbitragem em um lance de impedimento¨, relatou o árbitro.

Em seguida no campo de ¨observações eventuais¨, Ricci concluiu: ¨Nada houve de anormal¨. Esqueceu todas as ofensas que recebeu dos atletas do Fluminense, e em especial de Cicero. Só faltou apanhar.

Ao relatar os acréscimos de sete minutos, o árbitro disse que o segundo tempo teve 52 minutos. No entanto após o lance polêmico, o jogo ficou paralisado por 13 minutos.  Por isso que a arbitragem brasileira com seus erros e lambanças, é a protagonista do Brasileirão.

A Comissão de Arbitragem do Circo estuda aplicar-lhe uma suspensão até o fim do Brasileirão.

Muito pouco pelo que aconteceu, e sobretudo pela ridícula súmula do jogo.

NOTA 5- ONDE ESTÁ O TORCEDOR?

* O público da 30ª rodada do Brasileirão melhorou em comparação com a anterior, mas continua abaixo dos 15 mil pagantes.

Mesmo com as promoções dos times que estão lutando contra o rebaixamento, com ingressos grátis para os sócios, a soma total foi de 146.792 torcedores nos 10 jogos realizados, com uma média de 14.679 por jogo.

O maior público foi de Atlético-MG x America-MG (20.411), seguido por São Paulo x Santos, com promoção (28.321). O pior foi Chapecoense x Sport (6.104).

Os 300 jogos realizados somaram 4.353.544 torcedores, média de 14.512, bem longe da apresentada em 2015.

Na verdade o torcedor sumiu.