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Escrito por José Joaquim

Um consultor que faz análises dos balanços e balancetes dos clubes brasileiros nos solicitou informações sobre as nossas agremiações, desde que não conseguiu achar nada na internet e nos seus sites.

Tal fato coincidiu com uma entrevista do presidente do Santa Cruz, Alírio Moraes, em que esse coloca todos os problemas do seu clube, que nunca tinha sido explicitado nos seus balancetes mensais pela falta de publicação.

Infelizmente os dirigentes de nosso futebol odeiam a palavra transparência, pouco informam sobre o que acontece em seus intramuros, daí as dificuldades que esse estava encontrando para conhecer a vida financeira dos clubes locais.

Trata-se de algo parecido com cabelo de freira em tempos antigos, que ninguém conseguia ver.

O futebol do Nordeste, em especial o de Pernambuco, aplica o sistema adotado nas antigas mercearias de bairros, que representavam na época os nossos atuais supermercados. Os consumidores compravam os produtos durante a semana e mandavam colocar na caderneta, quando no seu final compareciam para acertar as contas.

Era um momento bem diferente do que acontece hoje, quando a palavra valia muito, e a relação entre as partes era totalmente correta. O mundo mudou, para melhor em alguns determinados segmentos, mas hoje os espertos tomaram o lugar daqueles que tinham a palavra como fiadora de suas compras.

Nos retratamos ao passado para compararmos a grande maioria dos clubes de nosso futebol, que vivem na época da caderneta, onde anotam os seus movimentos, que ficam apenas para o consumo interno. Ninguém tem conhecimento.

Falta o profissionalismo, sobretudo organização. Tornaram-se clubes de bairros, cuja contabilidade é anotada numa folha de papel.

Falta a transparência. A internet nos propiciou uma democratização e conhecimento, mas os clubes ainda insistem em esconder as suas atividades financeiras, mesmo contando com um site para tal.

Em nosso estado nenhum divulga mensalmente os seus balanços financeiros. Quando o fazem é apenas numa sala fechada, com a presença de meia duzia de Conselheiros que recebem duas folhas de papel sem explicações.

Os sócios e torcedores gostariam de saber os gastos com contratações, as folhas salariais, os custos do futebol, a antecipação de receitas, os endividamentos, mas não são atendidos. São alguns pontos que demonstram a falta de transparência.

Vivemos numa era da mais alta tecnologia, e obvio que não concordamos com esse tempo da caderneta, quando só duas pessoas sabiam do que acontecia, o dono da mercearia e o cliente.

Se houvesse a devida informação, casos como esse do Santa Cruz seriam detectados, e como consequência uma cobrança mais efetiva daqueles que se preocupam com o clube.

A única informação aparece no final de abril de cada ano, com a publicação do Balanço Geral, em uma página de classificados, e em alguns casos no site do clube, sem explicações, sobretudo quando os problemas já aconteceram.

Isso que escrevemos foi o teor de nossa resposta ao amigo consultor, o que lamentamos.

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- APITO AMIGO AJUDA O PALMEIRAS

* Santa Cruz e Palmeiras fizeram um movimentado jogo de futebol, com um placar bem elevado de 3x2 para o time paulista.

O primeiro tempo foi muito truncado, com diversas faltas e o Cucabol funcionando com as bolas na área, contando com um belo gol do veterano Zé Roberto. O alviverde foi um pouco melhor e saiu com o placar de 1x0.

O tricolor foi prejudicado pelo apito amigo, que deixou de marcar um pênalti contra o atacante Grafite. Essa não foi a primeira vez de Dewson Freitas, árbitro da partida, que com seus erros tem ajudado um dos times disputantes.

No segundo tempo o Santa Cruz foi bem melhor, com a entrada de Artur passou a dominar o jogo, empatou por duas vezes, e no final o Palmeiras marcou o seu gol da vitória, disparando na ponta, com cara de campeão, mesmo jogando o Cucabol, enquanto o time pernambucano já colocou o capuz para a foice do degolador.

Mais uma vez o torcedor não compareceu, somando apenas 7.189 pagantes, graças a torcida do time paulista.

No jogo que encerrou a rodada, o Coritiba derrotou o América-MG por 3x0, dando uma boa escapada da zona de rebaixamento, e trazendo o Sport para o 15º lugar, bem junto do Figueirense, o primeiro habitante desse trágico setor.

Rodada encerrada, com o Palmeiras sendo o maior beneficiado, por conta do empate do seu adversário, o Flamengo.

* NOTA 2- AVENIDA ILHA DO RETIRO

* O jornalista Claudemir Gomes nos chamou a atenção para a defesa do Sport Recife nos jogos do returno, que tornou-se numa verdadeira Avenida Ilha do Retiro.

Nos nove jogos disputados, as redes rubro-negras foram vazadas por 15 vezes, contra 9 gols favoráveis.

O que mais chama a atenção está relacionado a quatro partidas, quando o time levou 12 gols.

Contra o Botafogo (3x0), Corinthians (3x0), Santa Cruz, (vitória de 5x3), e finalmente, Fluminense (3x1).

Haja buraco nessa Avenida.  

Acorda Oswaldo.

NOTA 3- A BANALIZAÇÃO DA LIBERTADORES

* Nem o Circo Brasileiro do Futebol sabia que iria receber mais vagas na Libertadores, que tornou-se uma feira de negócios, com vantagem maior para o Brasil por conta da economia.

Essa conclusão ficou por conta da divulgação do calendário do futebol brasileiro de 2017, no mês de julho, período em que a Conmebol já estava preparando as mudanças.

Os cartolas do Circo sabiam tanto quanto nós. Nada.  A força da entidade caiu muito, por conta da ausência do mandatário maior, Del Nero, que não pode sair do Brasil com medo das algemas do FBI.

O desencontro era grande, e no final de setembro esperava-se cinco vagas, quando caiu do céu mais uma, completando-se com a da Copa do Brasil.

Com o número de jogos previstos no calendário, o ano terá que ter pelo menos 450 dias. As competições irão bater cabeça, com times entrando em dois gramados diferentes ao mesmo tempo, e assim por diante.

A Libertadores se avacalhou. Perdeu o seu encantamento por conta de tantos clubes com condições de disputa-la. Teremos 1/3 do Brasileirão participando, e a garantia para os chamados ¨grandes¨ do futebol nacional.

Se analisarmos devidamente, os sete clubes poderão se tornar nove, com a possibilidade das conquistas dos títulos das duas Copas Continentais. Nesse caso teremos um meio Brasileirão.

Sem dúvidas trata-se da farra e folia no futebol, e em especial a sua banalização, quando irá perder o antigo charme.

NOTA 4- MUDANÇAS NA SUL-AMERICANA

* De forma açodada a Conmebol também modificou a Copa Sul-Americana, que também será esticada e começara a ser disputada de março até dezembro. Por incrível que pareça a alteração já é válida para 2017. Uma overdose de jogos.

Mais times entrarão na disputa, que passará a contar com a repescagem. Entre os 16 clubes desclassificados na fase de grupos da Libertadores, dez seguirão automaticamente para a fase de grupos da Sul-Americana.

Entre os dez, estarão os oito terceiros colocados e os dois melhores quartos. Participarão do torneio 54 equipes. Uma festa.

Como em nosso Continente nada se cria, tudo se copia, essa fórmula é similar ao que ocorre na Liga dos Campeões e a Liga Europa.

Com a mudança, o Brasil perde duas vagas diretas para essa competição. Até 2016, oito clubes brasileiros se classificavam a partir do seu desempenho no torneio nacional. Agora com a entrada desses dez times na fase de grupos, apenas seis equipes brasileiras entrarão direto na Sul-Americana.

Entre os classificados diretamente para o evento do ano que vem estarão os campeões da Copa do Nordeste e Copa Verde. As quatro restantes serão distribuídas na Série A do Brasileirão.

Mais uma banalização.

NOTA 5- UMA RODADA COMPLETA DA SÉRIE B

* Nesta terça-feira teremos a realização da 29ª rodada da Série B. Mal termina uma, já começa outra. Um calendário bem ¨inteligente¨. Dois confrontos diretos serão realizados, que poderão ajudar o Náutico, caso o seu time saia vitorioso jogando contra o fraco Bragantino.

O Londrina recebe o Bahia e o CRB joga em casa contra o Atlético-GO. Os outros dois clubes que estão nessa corrida tem adversários fracos e ambos jogam em casa. O Brasil de Pelotas enfrenta o Sampaio, e o Avaí recebe o Goiás.

A embolada irá continuar.

Escrito por José Joaquim

A Série B está mais embolada, do que as músicas do falecido embolador pernambucano, Manézinho Araujo. Pelo menos seis clubes estão na disputa do páreo que poderá leva-los a Série A Nacional de 2017. Avaí, Londrina, Brasil de Pelotas, Bahia, CRB e Náutico, são os candidatos para as duas vagas restantes. Trata-se de uma disputa cabeça a cabeça, e que irá depender de bons jóqueis para leva-los ao photochart  do disco de chegada.

A diferença do 4º lugar (Londrina), para o 8º, Náutico é de apenas 3 pontos. Nos nove jogos que foram realizados pela 28ª rodada, desde que o jogo Sampaio vs Vila Nova foi adiado para o dia 25, o mando de campo teve o seu peso. Foram sete vitórias para os donos da casa, e apenas uma dos visitantes e um empate. A força do mando será um ponto importante para a decisão final. Todos os pretendentes ganharam os seus jogos. Um fato inusitado.

As agencias de risco, ao contrário do que aconteceu com o Sport, aumentaram as notas do alvirrubro que passou a ter 24% de chances de chegar ao G4. Para que isso aconteça necessário se faz incrementar a sua performance como visitante que será fundamental para a corrida que chegou na sua reta final.

Entre os clubes que estão na disputa, (não colocamos Vasco e Atlético-GO), Avaí e Bahia são os dois melhores em aproveitamento como mandantes (76%), seguidos pelo Brasil de Pelotas (71%), Náutico (69%), Londrina (60%) e CRB (48%). O time alagoano com esse percentual leva uma boa desvantagem para os demais, demonstrando que será difícil acompanhar essa turma. Mancou no meio da pista.

Por outro lado como visitante, o melhor é o CRB (54%), seguido pelo Londrina (47%), Brasil de Pelotas (33,8%), Avaí e Náutico (31%) e Bahia (26%). O pernambucano e o baiano tem que melhorar um pouco mais a pontuação nesse item, que representa a sua maior dificuldade de chegada ao grupo maior.

O returno é fundamental para que os cálculos de chances sejam determinados. Nessas nove rodadas realizadas, o Avai se apresenta com um percentual de campeão, com 81,48% de aproveitamento, o dobro do líder Vasco da Gama. A seguir, um pouco distante o Bahia (66,67%), Londrina (63,08%), Brasil de Pelotas e Náutico (51,8%), e o CRB bem longe com 37,0%.

Procedendo-se com os cálculos, e se não houver uma melhora em alguns clubes, inclusive o Náutico, principalmente nos jogos como visitantes, as chances para o G4 estão assim determinadas: Vasco da Gama, 95%, Atlético-GO, que teve uma queda (84%), Avaí (56%). Londrina (46%), Bahia (40%), Náutico (24%) e CRB (22%). Na realidade o alvirrubro de Pernambuco saiu da UTI e está respirando sem aparelhos, e matematicamente tem chances de chegar entre os componentes do G4. Só depende de suas forças, e melhorar o percentual de visitante.

Por outro lado, o ponto mágico aumentou para 62 pontos, que é o percentual do atual 4º colocado (Londrina).  

O páreo está chegando ao seu final, e todos de binóculo às mãos acompanhando essa embolada sensacional, cantando o refrão:

¨Pra onde vai valente?

Vou pra linha de frente¨.

Escrito por José Joaquim

As agencias classificadoras de risco rebaixaram as notas do Sport, e elevaram o percentual de rebaixamento, após a sua derrota no jogo contra o Fluminense. O rubro-negro tinha 12% de chances para a degola, e agora aparece com 25%, fato esse que necessita de uma boa reflexão dos que fazem o clube, se é que esses tem condições para tal.

Na realidade existe um percentual de 75% de que isso não aconteça, mas não se deve brincar com algo que vem criando raízes nos seus últimos jogos, e que poderá se estender até o juízo final, a 38ª rodada. São cinco os candidatos a serem degolados pela foice do carrasco: Sport, Coritiba (esse tem um jogo hoje com chances de vitória), Cruzeiro, Figueirense e Internacional.

Cinco clubes à procura de um degolador. Todos tem com exceção do time paranaense, 10 partidas a serem realizadas, cinco em casa, cinco fora, com alguns confrontos diretos. O número mágico subiu para 44,5 que deve ser arredondado para 45 pontos. Para que se conheça as chances de cada um desses clubes, deve ser estudado as campanhas como mandantes e visitantes, e o returno, que mostra as curvas ascendentes e descendentes.

O Sport somou 25 pontos nos jogos em casa (57,1%), e 8 como visitante (19%). O Cruzeiro tem um maior equilíbrio na sua pontuação, 17 pontos em casa (40,4%), e 16 fora (38,9%). O Internacional somou 21 pontos com o mando de campo (50%), e 9 como visitante (21,3%). O Figueirense somou 25 pontos em casa (59,0%) e 6 fora (14,0%) e o Coritiba que poderá melhorar na conclusão da rodada, conquistou 23 pontos como mandante (59,5%), e 10 como visitante (23,8%).

Como podemos observar, com exceção do Cruzeiro, todos são péssimos visitantes, fator esse que aumenta o risco na classificação, ou seja quem melhorar nesse item terá um bom caminho pela frente.

O returno por ser a parte final da competição, serve como parâmetro, desde que mostra as curvas nas pontuações, e as tendências firmadas, desde que estamos na metade de seu caminho.

Nessa segunda fase a melhor campanha é do Coritiba com 12 pontos, e poderá chegar a 15 (55,5%), Cruzeiro, 11 (40,7%), Sport, 10 (37,0%), Figueirense, 10 (37,0%) e Internacional, 8 pontos (29,0%). Aplicando-se esses índices e os números dos confrontos diretos, as chances de rebaixamento são as seguinte. América e Santa Cruz não estão computados, posto que estão rebaixados virtualmente: Internacional (64%), Figueirense (54%), Sport (25%), Cruzeiro (25%) e Coritiba (8%).

Devemos ressaltar que estamos falando do futebol brasileiro, com dois grandes clubes envolvidos nessa luta, e de tudo pode acontecer, uma ajudinha aqui como a do Atlético vs Cruzeiro, um apitinho amigo acolá, por isso é importante o Sport melhorar a sua performance nos jogos como visitante, que lhe garantirá a Série A de 2017.

Não usamos bola de cristal e sim os números como linha de ação, mas temos a certeza de que apesar de Oswaldo de Oliveira, da fraca diretoria, o Sport irá escapar, e os quatro que estão hoje na zona de rebaixamento deverão continuar até o final, a não ser que os erros continuem, ou o extra-campo funcione. O difícil será derrubar o Internacional.

É só aguardar e rezar.

 

 

Escrito por José Joaquim

O nosso blog está com problemas no item comentários, o qual estamos tentando resolver, desde que a interação com os nossos visitantes só pode ser feita para quem tem facebook, webmail e email.

Isso está nos preocupando, pois gostamos de interagir com todos aqueles que o acessam, com comentários que enriquecem o debate. Apesar desse transtorno, menos de um mês após o retorno atingimos um número expressivo de 22.500 acessos, mesmo sem divulgação.

Por conta disso temos recebido muitas perguntas através do ¨Fale conosco¨, que é disponibilizado na página principal. Uma delas foi bem simples e nos pedia uma análise sobre o apequenamento de clubes que outrora foram grandes.

Vamos começar com um exemplo e que poucos tem conhecimento. Na década de 40 o clube com maior torcida no Rio de Janeiro era o Fluminense, seguido pelo America, que desapareceu do cenários futebolístico anos após. O Flamengo começou sua arrancada à partir dos anos 50.

O problema maior está relacionado as gestões míopes, incompetentes, que não tiveram a visão das mudanças que estavam acontecendo no decorrer do tempo. Foram sendo ultrapassados pelos mais modernos.

Os títulos e as conquistas desapareceram, reduzindo as suas demandas. Não renovaram os seus quadros diretivos, a mesmice continuou a imperar. Não entenderam que o futebol tornou-se profissional, tratando-o com amadorismo.

Foram se apequenando após cada gestão desastrosa, não ampliaram os seus patrimônios e os quadros sociais, que minguaram, as arquibancadas ficaram vazias.

Tais clubes tornaram-se como algumas lojas famosas, que não tinham produtos para oferecer aos consumidores e fecharam.

O planejamento, a visão que o mundo é plano são opções das mais importantes para qualquer empresa, inclusive os clubes de futebol, que assim não entenderam e foram consumidos por gestões atabalhoadas e sem futuro.

Uma verdadeira Patologia Gerencial com um teor destrutivo, e que continua sendo aplicada nos dias de hoje, quando os custos são maiores do que as receitas, os recursos voam com contratações equivocadas, e os salários são pagos com atraso.

A pergunta foi respondida.

Na realidade temos a convicção de que muitos clubes ainda serão afetados por esse vírus, alguns bem conhecidos, e que irão se apequenar no decorrer dos anos. Nada na vida acontece por acaso, tudo segue o seu rumo, tanto para pior, como para melhor.

Quem viver verá.