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Escrito por José Joaquim

NOTA 1- O SPORT TEM UM TIME BIPOLAR

* O Sport Recife mais uma vez é derrotado no segundo tempo, após realizar uma boa primeira fase.

A diretoria do clube irá ingressar na Justiça objetivando alterar as regras do jogo, para que só tenha um único período a fim de que o time possa vencer.

Em um estádio que representa o antigo futebol brasileiro, que tem o nome do último presidente sério do Circo, Giulite Coutinho, o time rubro-negro atuou bem até os 30 minutos do primeiro tempo, quando foi o dono absoluto do jogo.

Numa análise equivocada, Ledio Carmona, que é bom no ramo, afirmava que o Fluminense jogava mal, quando o correto seria dizer que o Sport não o deixou jogar, com uma boa marcação, em especial no meia Gustavo Scarpa, seu melhor talento.

Dos 30 aos 45 minutos o jogo já começava a ficar equilibrado. O gol contra de Gum teve um mico, com Ronaldo Alves comemorando como autor, e sendo abraçado pelos demais jogadores.  

O perigo seria o segundo tempo, quando o rubro-negro pernambucano se amofina, o treinador Oswaldo Oliveira demora a entender, não faz as mudanças corretas, e sempre o placar vira. Levir Culpi mudou o seu sistema de jogo, saindo do 4-4-2 para o 4-3-3, e a entrada de Richarlison abriu o caminho da vitória, cujo placar foi fechado com 3x1.

Quem não faz leva, é um antigo ditado, que serviu para essa partida. Como visitante o rubro-negro é trágico, só tem duas vitórias, e enquanto o adversário de ontem sonha com a Libertadores, esse sonha com a zona de rebaixamento, que está bem próxima.

Oswaldo de Oliveira é boa gente, mas tem uma síndrome do segundo tempo onde perde-se totalmente. O sofrimento irá continuar na próxima quarta-feira na Ilha do Retiro com o jogo contra o São Paulo. O Sport está cada vez mais próximo da zona de rebaixamento. Era só o que faltava para completar o desastre de sua atual gestão.

Se a partida de ontem tivesse ocorrido em Recife, os gritos de ¨burro¨ estariam de volta.

NOTA 2- NÁUTICO CONTINUA VIVO

* O Clube Náutico dominou o Vasco derrotando-o por 3x1, deixando em aberto o seu sonho de acesso, em uma competição embolada com seis clubes disputando duas vagas, que poderá ser ampliada para três, caso o Atlético-GO continue perdendo pontos conforme mostrou em seus dois últimos jogos.

Para que se tenha uma ideia, dos clubes que disputam o acesso, apenas o time carioca sofreu uma derrota, o goiano teve um resultado ruim, empatando em casa, enquanto Avai, Londrina, Bahia, CRB e o próprio Náutico venceram os seus jogos. Uma corrida parelha.

O time pernambucano passou do 10º lugar para o 8º, com três pontos de diferença para o 4º (Londrina), mas tem quatro clubes á sua frente, e terá que vencer os seus futuros jogos, e torcer para  que os seus adversários sofram reveses, para chegar finamente ao G4.

Uma jornada dura, mas como afirmamos em uma postagem anterior, não impossível.

Givanildo Oliveira demorou a chegar.

NOTA 3- O BOM JORNALISMO

* Já postamos vários artigos sobre o papel do jornalismo esportivo, que por um bom tempo está perdido, tornando-se um repetidor do que os responsáveis pelos clubes falam.

Não existe mais a investigação. Publica-se o que as fontes dizem, mas não buscam checar com outros personagens para que a verdade possa aparecer de forma transparente.

O caso do técnico da seleção Inglêsa, Sam Allardyce, que era membro ativo de um esquema de corrupção no tocante as negociações de jogadores, foi uma vitória do jornalismo investigativo dos profissionais do jornal inglês The Guardian.

Os jornalistas conseguiram infiltrar-se no grupo, como agentes de jogadores e gravaram todo o esquema, que terminou com a demissão do treinador.

Não temos dúvidas que no Brasil muitos casos como esse acontecem, mas passam despercebidos pela ausência de um jornalismo investigativo que pudesse escancarar a realidade.

Se tivéssemos um procedimento como esse, essa turma do Circo já estaria bem longe da Barra da Tijuca, assim como alguns personagens desse que vivem no entorno desse esporte.

NOTA 4- NÚMEROS QUE ASSOMBRAM

* A jornalista Mariana Lajolo, colunista do Jornal Folha de São Paulo, publicou um artigo bem interessante sobre  a falta de quadras esportivas na rede pública de ensino. Para nós nenhuma novidade, desde que vivenciamos isso por um bom tempo quando militávamos nos esportes de nosso estado.

Mas, o que assombrou foram os números do Censo Escolar de 2015, mostrando a ausência desses equipamentos esportivos nas escolas púbicas.  

Enquanto se torrou bilhões com uma Olimpíada que não deixará legado no setor de esportes, 65% dos colégios da Rede Pública não tem quadras esportivas.

No Rio de Janeiro, sede dos Jogos, o índice é de 38,5%.

Acre e Maranhão são os estados com a pior situação, 90% das escolas do ensino básico não tem um único espaço para a prática de atividade física que é obrigatória no currículo escolar.

O mais grave é que não ouvimos, nem lemos nada sobre esse tema, em especial vindo dos professores da área, dando a impressão que pouco estão preocupados com o sistema.

Na verdade, muito embora não existam locais para a prática esportiva, conhecemos modelos adotados em alguns países, que utilizam até salas de aulas para a educação física e esportiva. Quando não se tem, a criatividade toma conta.

Uma vergonha.

Escrito por José Joaquim

O torcedor sumiu dos estádios brasileiros, e certamente isso é um sinal de alerta mostrando que o sistema não anda bem e precisa ser modificado.

A falta de qualidade das equipes, a overdose de jogos, os horários imorais e ingressos caros, formam um conjunto de fatos que ajudaram a reduzir a presença de sua demanda nos dias de jogos.

O Circo Brasileiro de Futebol (CBF) irá colocar placas nas ruas com a frase: PROCURA-SE O TORCEDOR, com as fotos de Del Nero e seu grupelho.

Os números são preocupantes. A grande mídia passa ao largo do problema, sem um debate maior na busca de soluções para esse. Futebol sem público é uma verdadeira missa sem fiéis.

Quando assistimos alguns programas nas rádios e televisões, ou lemos as mídias digitais e impressas, temos a sensação de que todos ainda estão com a anestesia geral que tomou conta do Brasil nos últimos 13 anos, onde a corrupção agiu de forma geral, e ninguém sabia de nada, e as ruas convivem hoje com 12 milhões de desempregados.

As receitas de jogos são peças importantes nos orçamentos dos clubes, mesmo esses contando com as cotas da televisão.

As estatísticas são bem claras e mostram os vazios dos estádios que abrigam os jogos nas diversas competições. Na Série A, a mais importante competição nacional, a ociosidade nos campos é de 38%, ou seja 62% de assentos disponíveis nos seus 270 jogos.

Na Série B, a gravidade é bem maior, com 273 jogos, sem contarmos os realizados no dia de ontem, a ocupação dos estádios é de 13%, com 87% dos assentos desocupados. Esse percentual é igual na Série C. Ambas perdem para a Série D, que nos 180 jogos, teve uma ocupação de 14%. As médias de público são ridículas.

No Brasileirão, o total de público até o momento é de 3.414.520, com uma média de 14.498 pagantes por jogo, que está muito longe das que encontramos nos maiores centros futebolísticos.

Com relação a Segunda Divisão, mais uma vez a competição se arrasta nesse item. Somou 1.229.345 pagantes, com uma média de 4.520 por partida. Enquanto isso a Terceira Divisão vendeu 574.950 ingressos, com uma média de 3.304 por jogo, e a Quarta Divisão teve a presença de 420.589 pagantes, com uma média por partida de 1.611.  

Somando-se os quatro campeonatos, temos um total de 5.139.413 torcedores nos diversos estádios do Brasil nos 988 jogos realizados, o que representa apenas 44% do público da Bundesliga na temporada de 2015/2016.

Obvio que falta um planejamento mais adequado para que possamos ter uma melhora. O futebol brasileiro é mal conduzido, poucos pensam o seu futuro, e da maneira que o modelo vai sendo mantido, temos a certeza de que esse continuará na nebulosidade, desde que não se discute as causas dessa ausência, na busca de soluções. Os cartolas não gostam de discutir o futebol, mas adoram contratar jogadores.

Vivemos no mundo da lua.

 

Escrito por José Joaquim

Estamos tomando uma overdose de futebol. Brasileirão, Copa do Brasil, Sul-Americana, Série B Nacional. Na realidade é um bom divertimento, mas para quem está assistindo, a maioria dos jogos reproduzem um tormento, e a televisão se torna um componente de uma sala de tortura. Um pau de arara dos tempos da ditadura.

A nossa maior preocupação é que todos os segmentos envolvidos com esse esporte, tomaram uma anestesia geral e não repercutem os acontecimentos, principalmente os narradores e comentaristas das emissoras de televisão, que continuam assistindo os jogos de uma maneira tal que pensamos algumas vezes que estamos em outro planeta.

Muitas vezes o que chega ao telespectador é uma partida bichada, sem craques no campo de jogo, uma falta de qualidade técnica como nunca vista dantes em nosso país. O futebol nacional tem como padroeiro São Francisco de Assis, não pela qualidade, e sim pelas pregações sobre a necessidade de pobreza. Isso é o que estamos vivenciando nos dias atuais.

Há anos que pregamos no deserto, quando afirmamos que esse esporte necessita de uma grande reciclagem, desde que está ruim em todos os setores. A maior novidade é uma coisa antiga e que está sendo chamada de ¨Cucabol.  

Quem vivenciou os bons momentos do futebol no Brasil, fica com a certeza de que não temos mais craques e sim jogadores que tratam a bola como bandida, por não saberem trata-la com carinho. O número de passes errados é constrangedor, com jogos chegando a 80, o que demonstra a falta de um trabalho correto na formação.

Os árbitros com a orientação de deixarem o jogo fluir, tem deixado passar faltas gritantes, e apesar disso o tempo de bola correndo não consegue atingir 60%, tem partidas com 40%. Os treinadores formataram uma nova tática para encurtar o tempo através de simulações de faltas, e em especial na demora nas cobranças de laterais. Já assistimos jogos que consumiram 11 minutos em tal fundamento. O mais grave está no momento das substituições, quando os atletas caem esperando o carro maca. Deveriam ser expulsos.

Os clubes trocam de treinadores como de camisas. Quando as derrotas chegam esses danças, como se isso fosse resolver o problema. Como meio de sobrevivência criaram uma nova tática, a de não perder e se possível ganhar. Haja retranca. São os professores do futuro.

Infelizmente não conseguimos acompanhar o futebol europeu paramos no tempo, e hoje vivemos numa época em que assistir um jogo pela televisão em uma sala, essa transforma-se em um local de tortura.

Lamentável.

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- UM SÁBADO DE FUTEBOL NO BRASIL

* Amanhã por conta das eleições municipais não iremos ter futebol no Brasil. O voto útil será o sucesso da rodada eleitoral. Para quem gosta desse esporte os campeonatos internacionais serão a salvação, mas teremos nesse sábado 8 jogos pelo Brasileirão, e alguns pela Série B Nacional.

Na Série A o aumento de vagas para a Libertadores reanimou aqueles clubes que estão no meio termo da competição, e por conta disso teremos jogos bem interessantes, entre esses Fluminense vs Sport Recife.

Ambos vem de vitórias em seus últimos encontros, contra Corinthians e Santos. O tricolor está na 5ª posição e uma sucesso, dependendo do resultado do jogo do time peixeiro, poderá leva-lo ao grupo de acesso. O rubro-negro de Pernambuco tem a necessidade de somar pontos para fugir do carrasco da degola.  

Outro jogo importante é o do São Paulo vs Flamengo, clubes que tem campanhas diferentes, mas necessitam de uma vitória. O primeiro para fugir do rebaixamento, e o segundo para não deixar o Palmeiras escapar, desde que esse joga na segunda contra o Santa Cruz.

O terceiro pretendente ao título, o Atlético-MG irá enfrentar em Campinas a dura Ponte Preta, necessitando de uma vitória para não ficar longe dos dois lideres. Por outro lado teremos um jogo dos desesperados, entre Internacional vs Figueirense, que é considerado pelo Colorado como uma disputa do título. Com 70% de chances de ser rebaixado, o time gaúcho mesmo ganhando ainda irá permanecer entre os quatro da degola.

Santos vs Atlético-PR, Chapecoense vs Vitória, Cruzeiro vs Grêmio e Botafogo vs Corinthians irão complementar a rodada.

Pela Série B, o Náutico irá receber na zona da mata o líder da competição, Vasco da Gama. Para o time alvirrubro é tudo ou nada, nem o empate servirá. Ou ganha ou irá acenar de longe para os que estão brigando pelo título. Para o cruzmaltino, com uma vitória ficará dependendo de mais três para garantir a sua volta ao Brasileirão. O desafio do time da Rosa e Silva é o de levar seus torcedores à Arena, já que foi abandonado por esses.

Na noite de ontem, mais dois pretendentes ao acesso venceram os seus jogos, aumentando a pressão no alvirrubro. O Bahia derrotou o Criciúma (2x0), passou duas horas no G4, mas logo após o Avaí dando continuidade a sua excelente campanha no returno, venceu o Paysandu (2x0), e voltou ao seu antigo lugar.

NOTA 2- O SANTA CRUZ JOGOU A TOALHA

* A diretoria do Santa Cruz enfim jogou a toalha e já considera o time como rebaixado.

Sem saber do resultado do jogo contra o líder Palmeiras, que será na segunda-feira, o tricolor vendeu a um empresário o mando de campo do seu jogo contra o Corinthians, já que os seus torcedores não estão dando o devido retorno.

Os problemas financeiros do clube, e a necessidade de conseguir recursos para ficar em definitivo com o atacante Keno, foram os motivos básicos para tal decisão.

A Federação local concordou, mas irá receber a sua taxa.

Já estamos cansados de repetir que o futebol brasileiro é uma zorra total, uma Casa da Mãe Joana, quando permite fatos como esse, de venda de direito do mando, que muitas vezes fere os interesses de terceiros.

O América-MG negociou três jogos para outros estados, e assim segue esse futebol avacalhado, esculhambado por dirigentes que não poderiam estar no poder.

São coisas do futebol brasileiro.

NOTA 3- A DEMISSÃO DE JOSÉ TRAJANO

* Sabíamos há algum tempo que a ESPN não iria suportar mais o jornalista José Trajano, com o seu radicalismo petista.

Por outro lado por diversas vezes criticou os programas da própria emissora, numa demonstração que desejava arrumar a sua mala.

Um bom profissional, com uma visão excelente do futebol, foi a alma da implantação da ESPN no país, onde ocupou o cargo de diretor por muitos anos.

O jornalismo esportivo que anda de muletas, perde um bom analista, que irá ter dificuldades de voltar ao batente, por conta de um mercado limitado, onde os bons profissionais por questões salariais são deixados de lado.  

NOTA 4- UM SALÁRIO DE MARAJÁ

* A economia brasileira está nos frangalhos. Foi destruída por uma gestão estrambelhada, e para tomar um novo rumo irá demorar muitos anos. Haja sofrimento para o povo brasileiro.

Não duvidamos da capacidade profissional do técnico Tite, mas o seu contrato com o Circo com salário de R$ 875 mil mensal é um escárnio.

Esse tem o segundo salário entre os técnicos das seleções de todo mundo, perdendo apenas para o da Inglaterra, o que mostra a insanidade ou o desespero dos cartolas do Circo, que valorizaram um treinador além de sua capacidade.

Dunga que na verdade não é técnico de futebol, e sim um personagem de um livro infantil, recebia em torno dos R$ 300 mil.

Um desperdício de dinheiro, feito por um grupelho que domina o nosso futebol por dezenas de anos. Nenhum treinador do Brasil merece um nível salarial como esse, para tal teria que ser mágico.

Uma vergonha.

Escrito por José Joaquim

Um dos grandes equívocos do futebol brasileiro é o de considerar os estaduais como parâmetros para os Nacionais, em especial os das Séries A e B. Um clube conquista o título e acha que o seu elenco está apto para enfrentar batalhas maiores, e no meio do caminho observa que o foco estava errado, e começa a contratar. Na maioria dos casos não existe retorno.

Na realidade quando um dos grandes não conquista o troféu, tem que aguentar um tsunami, quando o faz, foi por obrigação e três meses após os torcedores já o esqueceram. A festa foi por pouco tempo.

Esses Campeonatos formaram a base do futebol enquanto o mundo era redondo, mas com a globalização esse tornou-se plano, e as distâncias encurtaram dando uma maior ênfase as maiores competições nacionais e internacionais.

Estaduais formataram a história e o passado do futebol, o presente é bem diferente. As maiores competições tem demanda, tem público cativo, e sobretudo recursos mais elevados, com bons patrocínios. O futebol só irá crescer com competições fortes, que despertem os torcedores.

Se observarmos os times campeões de 2016 que estão disputando as Divisões A e B Nacionais, verificamos que somente o Santos ocupa uma melhor posição, o 4º lugar no G4 do Brasileirão e o Vasco que é líder da Segunda Divisão. O Atlético-PR está na 6ª colocação, Chapecoense na 11ª, Vitória na 15ª, Internacional, 18ª, Santa Cruz, 19ª, e o América-MG na lanterna. Três campeões sujeitos à degola. Na Série B, o CRB é o 8º, Luverdense, 12º, Goiás (12º) e Paysandu, 13º.

O calendário formulado pelos apedeutas do Circo tem que ser repensado, com a criação de mais uma Série para comportar clubes menores, que deverão jogar por 10 meses na temporada, e para os demais a municipalização que servirá como base de todo o processo e representarão os antigos estaduais.

Se não mudar, o esporte da chuteira irá continuar definhando como nos dias de hoje, sem bons jogadores, sem público, que já entendeu que estamos vivendo em um momento sem futuro.

O futebol tornou-se um grande negócio que não tem espaço para os atuais estaduais. A tradição é bonita e tem que ser respeitada, mas quando atravanca o progresso deverá ser deixada de lado, e isso acontece com o nosso futebol.