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Escrito por José Joaquim

O empate do Internacional contra o lanterna Santa Cruz, que vinha de sete derrotas, nos trouxe de volta a Teoria da Conspiração, com diversos teóricos, discutindo o tema em todo o Brasil, em especial na cidade de Porto Alegre.

Aliás esse estava abandonado há muito tempo, e voltou com toda a força por conta do desespero de torcedores de um clube que nunca foi degolado.

Na realidade o resultado do jogo pegou de surpresa o Colorado, que contava com três pontos garantidos.

Era a velha história de contar com o ovo que ainda está dentro da galinha. A panela está pronta para frita-lo, mas a ave não desova em sinal de protesto, porque seu desejo era de choca-lo para dar a vida a um pintinho.

As combinações dos teóricos são hilárias. 

O Sport é o centro de tudo. Para esses a escala de um árbitro de Pernambuco, que prejudicou o Vitória que esta lutando contra a degola, e tem o rubro-negro da Ilha do Retiro como rival, foi premeditada.

Por outro lado, alguns torcedores gaúchos, afirmaram que o boato que foi publicado em um jornal de Pernambuco, com declarações de um jogador do Santa Cruz, de que um emissário do Internacional oferecera dinheiro para o time abrir o jogo, foi coisa plantada de forma proposital pelo Sport, que deixou o jornalista em situação bem delicada.

O boato segundo esses, serviu como uma injeção de ânimo no virtualmente rebaixado, e os seus atletas se redobraram no Beira-Rio. Uma teoria sem pé nem cabeça.

Como somos caçadores dos teóricos conspiradores, vamos tentar mostrar-lhes que as suas alegações não se enquadram na realidade.

O Vitória foi prejudicado pela arbitragem. Isso é um fato real, mas quantos times o foram nesse Campeonato? Por outro lado quem apitou o jogo do time da Ilha do Retiro foi um árbitro baiano, que teve a sorte de não acontecer uma melada, e a sua atuação foi dentro do figurino.

Quanto ao boato de compra dos jogadores corais, foi uma mancada de um jornalismo ¨juvenilizado¨ que vem deixando os cabelos brancos de fora do processo, muito mais pela vaidade de um furo, de que ajudar o Sport. Impossível de ter acontecido, apenas uma mera coincidência. O profissional é sério, como o seu veículo de comunicação.

Vamos e convenhamos, o empate do Internacional contra o Grêmio, e a vitória contra o Flamengo, forjaram nos seus torcedores uma esperança de que o time estava melhorando, o que não condiz com a realidade.

O clube está pagando pelos erros dos seus dirigentes, que mudaram de técnicos por diversas vezes, e não observaram que o elenco era fraco e que não iria aguentar uma competição dura como o Brasileirão. Não tem padrão de jogo, os espaços entre defesa, meio do campo e ataque são buracos negros, e a qualidade da maioria dos jogadores deixa muito a desejar.

Por outro lado quem acompanha os jogos do Santa Cruz sabe muito bem que o time tem realizado boas partidas, e não tem obtido sucesso. A do último sábado não foi das melhores, mas encontrou um adversário que permitiu o empate.

Os teóricos deveriam analisar que após o seu gol, o time Colorado amofinou-se, deu chances ao tricolor de Pernambuco de crescer, e o gol do empate foi uma mera formalidade.

A Teoria da Conspiração pode explicar uma expulsão inocente de um atleta do time gaúcho, que jogou 100 minutos com 10 jogadores? Sem dúvidas isso refletiu e juntou-se com a mediocridade do futebol apresentado, e deu no que deu.

Os resultados dos times que lutam contra a degola foram contrários as pretensões do Internacional. O Sport venceu, o Coritiba empatou fora de casa, e o clube gaúcho não se ajudou, pouco fazendo para a obtenção de uma vitória frente ao Santa Cruz.

Os riscos de rebaixamento que vinham reduzindo, voltou a crescer, e representam hoje 29% de chances, contra 51% do Vitória e 93% do Figueirense.

Temos a convicção de que a atual ZR irá permanecer até o final, e o Colorado irá escapar entre os mortos e feridos.

No futebol a Teoria da Conspiração é facilmente derrotada pelos gols. Quem joga para ganhar conquista sempre a vitória, mas, na verdade tudo isso faz parte do futebol.

Quando um clube não vai bem os conspiradores aparecem.

Escrito por José Joaquim

As presenças de América, Santa Cruz e Vitória-BA na zona do rebaixamento, com os dois primeiros já degolados, e o time baiano contando hoje com 51% de chances para que isso possa acontecer, é o retrato da má distribuição de receitas no futebol brasileiro. Com o aumento das cotas, isso era bem previsível para acontecer.

Os três clubes vieram do acesso de 2015, com recursos bem menores, embora o rubro-negro com uma maior participação, obvio que os elencos não seriam adequados para o nível da competição, e, somando-se a isso o amadorismo das suas gestões.

A média de permanência daqueles que ascendem à Divisão Maior aumentou para três anos, mas a dessa temporada foi de apenas um para os prováveis rebaixados, reduzindo-a para dois anos, ou seja uma gangorra, subindo e descendo com intensidade. De 2006 até o presente ano, quando o Brasileirão passou a ter 20 clubes, os times medianos tem participado ativamente do processo.

Alguns foram rebaixados e não mais voltaram. Fortaleza, São Caetano (2006), Payssandu, Juventude e América-RN (2007), Ipatinga (2008), Santo André (2009), Guarani (2010), Ceará (2011) e Portuguesa (2013). 

O SANTA CRUZ foi rebaixado em 2006, voltou 10 anos após em 2016, e já está sendo degolado. Esperou um longo tempo para sentir o gosto da elite, e essa não aceitou a sua presença. Em 10 anos só esteve no Brasileirão por duas vezes, e visitou as outras divisões. Os demais clubes tem os seus momentos de altos e baixos, no sobe e desce com boa intensidade, como iremos mostrar nos números relacionados.

SPORT- Em 10 anos, foi rebaixado duas vezes (2009 e 2012). Jogou sete anos na Série A e três na B. Completou a terceira participação consecutiva.

ATLÉTICO-PR- Caiu em 2011, retornando no ano seguinte. Nesse período participou da Série A por nove anos, e apenas um na Série B.

CORITIBA- Foi rebaixado em 2009, tendo retornado em 2010. Está completando seis anos consecutivos na Série A. Participou por nove anos do Brasileirão e apenas um na Segunda Divisão.

PONTE PRETA- A equipe de Campinas teve duas quedas no período. Foi rebaixada em 2006, retornando em 2008. Em 2013 mais uma degola, retornando em 2014, completando dois anos seguidos nessa competição. São oito anos na Divisão Maior, e dois na Menor.

FIGUEIRENSE- A equipe catarinense também teve dois rebaixamentos. Em 2008, retornando em 2010, e 2012, retornando em 2013. O mesmo número de participações do time de Campinas.

AMÉRICA-MG- Dos clubes citados, esse é o que teve um maior número de participações na Série B. Foi rebaixado por duas vezes (2009 e 2013). Na Série A, atuou alternadamente por duas vezes, e oito na B. Nessa sua volta em 2016, só terá um ano de permanência.

CHAPECOENSE- O time de Chapecó ascendeu em 2013. Está participando do Brasileirão por três vezes consecutivas. É muito afoito.

Embora o NÁUTICO não esteja na Série A, verificamos que esse teve dois rebaixamentos e dois acessos, mas os seus retornos foram mais prolongados, com cinco participações em cada divisão.

Os clubes chamados grandes que foram rebaixados à partir de 2006, retornaram no ano seguinte. Corinthians (2007), Vasco da Gama (2008), Palmeiras (2012), Vasco da Gama (2013), Botafogo (2014), Vasco da Gama (2015).

Nos últimos quatro anos tivemos quatro quedas consecutivas de um clube da elite, e o Cruzmaltino do Rio de Janeiro é o maior cliente.

O interessante é que existe um ciclo vicioso na gangorra, onde as caras são sempre as mesmas. Até nisso o nosso futebol não se renova. Um time que é rebaixado na maioria das vezes, sempre retorna no ano seguinte.

Efeito financeiro que também acontece de forma inversa na Primeira Divisão, quando recebe os que subiram, mandando-os de volta. É o sistema gangorra.

Escrito por José Joaquim

NOTA 1- UMA RODADA DE EMPATES

* Nos nove jogos realizados pela 33ª rodada do Brasileirão, seis terminaram empatados, fazendo com que a tabela de classificação tivesse poucas mudanças. Os times que saíram vitoriosos, Sport, Atlético-PR e Santos foram os beneficiados, com a melhora das suas posições.

O rubro-negro da Ilha do Retiro na 14ª colocação, com 40 pontos, ficou à frente do Vitória, o primeiro da Zona de Rebaixamento com 4 pontos de diferença. O rubro-negro do Paraná, subiu para o 6º lugar, com direito a Libertadores, e o time santista ultrapassou o Atlético-MG, chegando ao G3 com 61 pontos, um a menos do que o Flamengo que é o 2º colocado, e seis para o líder Palmeiras.

A rodada foi a cara do futebol brasileiro, quando se joga para não perder e se possível ganhar. Seis empates em nove jogos, representam 66,6% do total. 

O melhor da rodada aconteceu no Mineirão na partida entre Atlético-MG x Flamengo, em especial o seu primeiro tempo, quando o time carioca jogou um futebol de alto nível, parecendo que estava no Maracanã.

Na segunda fase, com as mudanças efetuadas, a equipe mineira equilibrou o jogo, e promoveu a virada, mas no final o rubro-negro conseguiu o empate (2x2), resultado ruim para ambos, e bom para o Palmeiras que foi derrotado pelo Santos pelo placar de 1x0, e manteve uma boa situação para aqueles que o estão perseguindo.

O time alviverde tem 5 pontos de diferença para o segundo lugar com apenas cinco jogos para o término do Campeonato, e é o seu campeão virtual. Perdeu uma invencibilidade de 15 partidas, e vem mostrando uma queda de produção bem latente. Como está no final irá administrar a chegada ao título, mas se tivesse um maior números de rodadas estaria ameaçado pelos concorrentes, em especial o Santos.

O Corinthians na sua via crucis, empatou no Itaquerão com o valente Chapecoense, que não respeita mais os adversários e joga de igual para igual com todos. O placar de 1x1 foi um produto de dois pênaltis, um para cada lado. As vaias da torcida corintiana foram o destaque. Um pontinho bom para a equipe de Chapecó.

Enquanto isso em Curitiba, o Atlético-PR o melhor mandante da competição, conquistou a 14ª vitória na sua Arena, ao derrotar o Cruzeiro por 1x0. Nunca vimos um time tão abarrancado. Um galo de briga que só ganha as suas lutas em seu terreiro. Fora dessa, pipoca.

O Botafogo embora dominando o jogo empatou com o Coritiba por 0x0, resultado bom para o time paranaense. Em Florianópolis, o Figueirense segue descendo a ladeira, ao empatar com o time reserva do Grêmio (0x0), em um dos piores jogos do Brasileirão. Uma pelada das antigas Usinas.

Finalmente o Internacional que contava com 3 pontos certos no seu jogo contra o Santa Cruz, voltou aos seus bons tempos, jogando de forma atabalhoada e empatando em 1x1, complicando a sua luta contra a degola, distando apenas dois pontos do Vitória, que foi garfado em seu encontro contra o Fluminense, por conta de um pênalti Mandrake, marcado pelo árbitro amigo.

As vaias de 44 mil torcedores presentes ao Beira Rio foi a demonstração de que esses não aguentam mais o que vem acontecendo com o seu clube. O jogo foi tão ruim, que deveriam ter devolvido o dinheiro dos ingressos.  

Mais uma rodada com bons públicos, e péssimo futebol. Essa encerra-se amanhã com o jogo America-MG x São Paulo.

Um aviso: Não aguentamos mais empates.

NOTA 2- O BAHIA ENTROU NO PÁREO

* Numa corrida de alcance, o Bahia conseguiu emparelhar com os competidores que brigam pelo acesso.

Com mais de 25 mil pagantes na Fonte Nova, o tricolor da Boa Terra, embora jogando melhor do que o seu adversário, o Ceará, viu esse sair na frente do marcador, mas reagiu no segundo tempo e fechou o placar em 3x1.

Com isso assumiu a 5ª posição com 53 pontos (15 vitórias), empurrando o Londrina para a 6ª, com a mesma pontuação, ganhando pelos critérios técnicos (15 vitórias). A distância para o Náutico é de apenas 1 ponto, embora o alvirrubro tenha um vantagem no critério vitórias (16).

Teremos uma reta final cabeça a cabeça, e com a obrigação de bons resultados. Uma queda será um tropeço nessa linha de 15 pontos. Nenhum competidor poderá mancar.

Da maneira que segue a competição, os dois vencedores entre os quatro clubes, serão comhecidos no photochart.

NOTA 3- BALANCETE DO GRÊMIO

* O Grêmio de Porto Alegre publicou em seu site o balancete do primeiro semestre de 2016, e o que mais nos chamou atenção foram as luvas recebidas pela renovação do Contrato com a Globo para o período de 2019/2024.

Um verdadeiro absurdo, desde que o valor será descontado do clube, com juros, e ultrapassou o período da atual gestão com sobra de dois anos para uma outra.

O total recebido foi de R$ 100 milhões, o que avivou o nosso interesse de sabermos a participação do Sport. Como no Nordeste os clubes não são transparentes, vamos esperar até abril para tomarmos conhecimento.

Alem das luvas o Grêmio recebeu R$ 58.8 milhões por conta do atual contrato com a dona dos direitos de transmissão. A televisão salvou o clube, que terminou o semestre com um resultado líquido de R$ 58,3 milhões. Foi a sua salvação, senão estaria quebrado.

Os sócios deixaram nos seus cofres, R$ 25 milhões, enquanto os patrocínios renderam nesse período R$ 11,0 milhões. As receitas totais foram de R$ 204,9 milhões.

Os custos com o futebol profissional foram de R$ 69,1 milhões, o que representa R$ 11,5 milhões por mês. Alto para as receitas normais. Os custos financeiros  foi de R$ 18,4 milhões, que representa uma bruta sangria.

As despesas totais somaram R$ 118,2 milhões, ou seja, se não tivessem os recursos das luvas o prejuízo operacional seria de R$ 13,3 milhões, e o líquido R$ 41,7 milhões.

São modelos de gestão como o do time gaúcho que estão arruinando o futebol brasileiro. 

Uma pergunta: Como será 2017 sem as malditas luvas?

NOTA 4- O PONTO ELETRÔNICO NÃO FUNCIONOU

* Fomos cobrados no dia de ontem por alguns amigos gaúchos oriundos da nossa época do Basquetebol, que desejavam saber quem era Nielson Nogueira Dias, árbitro da lambança do pênalti contra o Vitória.

Explicamos, e mostramos que o apitador é mais uma vítima do sistema autofágico que está engolindo a arbitragem nacional.

Vamos e venhamos, são erros em demasia, e seria impossível que tantos árbitros estivessem agindo de má fé. Trata-se de algo que foge do padrão da realidade.

O erro de Nielson foi grotesco, e teve a participação bem forte do auxiliar, que mostrou-se como um péssimo carregador de bandeira.

Observamos o vídeo, e constatamos que esse estava colocado na linha em que aconteceu a falta, não sinalizou, mas não correu para a linha de fundo, só o fazendo bem devagar quando sentiu que o árbitro tinha marcado a penalidade.

Um conjunto de erros trágicos que pode ter mudado o resultado do jogo.

Enquanto tais fatos acontecem a Associação Nacional dos Árbitros de Futebol, orienta os seus filiados a ingressarem na Justiça por conta dos pronunciamentos dos envolvidos nos jogos contra as suas péssimas atuações.

E agora José? Depois desse erro grotesco, o que essa entidade chapa branca, irá dizer?

Enquanto os cartolas mamam os recursos do Circo com os seus altos salários, os mecanismos tecnológicos para ajudar os árbitros não são implantados, e pelo que ouvimos e lemos, isso só irá acontecer no segundo semestre de 2017, quando o primeiro já foi superado.

O profissionalismo da profissão é fundamental, e o mais importante é sem dúvida a mudança do sistema que está entregue ao mesmo grupo por vários anos, e certamente nada irão fazer para melhora-lo.

A República de São Paulo é dona há muito tempo do setor, e não deseja deixa-lo em outras mãos. Qual a razão?

Um fato estranho na arbitragem de Nielson Nogueira foi o da ausência do ponto eletrônico, que não foi utilizado. Se o tivesse a lambança não teria acontecido. A televisão estava transmitindo e o banco do Vitória tomou conhecimento.

Uma pergunta: Porque a verdade não chegou ao gramado?

DESSA VEZ ESCONDERAM.

Escrito por José Joaquim

O Brasileirão de 2016 é sem dúvida um dos piores da era dos pontos corridos no quesito qualidade. Paradoxalmente é o mais equilibrado, mas não temos nada a comemorar, desde que é um produto final da mediócridadade reinante.

O treinador Paulo Autuori, em uma entrevista ao jornal Estado do Paraná, afirmou que o equilíbrio que vem acontecendo, fica por conta de um campeonato com competidores de médio para baixo.

Acertou na mosca, muito embora a imprensa ufanista não reconheça o fato, por falta de visão, na maioria dos casos por não ter o direito de falar, para não ferir os interesses de suas empresas.

Postamos vários artigos sobre o tema, mostrando que assistir um jogo de futebol no Brasil é como pagar uma penitência, pelo que esse apresenta em diversos quesitos. Além da falta de bons jogadores, de boas formações táticas, os narradores e comentaristas não ajudam, desde que para esses tudo corre as mil maravilhas. Não ouvimos nenhuma análise crítica.

A baixa eficiência cria um grau de dificuldade, e os jogos passam a ser decisivos, sem espaços para a recuperação. ¨O baixo nível do Brasileirão, vem mantendo o meu time no topo, mesmo com a péssima campanha como visitante¨, declarou o treinador.

Uma análise bem real, desde que se o Campeonato tivesse um nível maior de competitividade, numa linha do meio para cima, jamais o Atlético-PR estaria nessa situação com a campanha que tem quando joga fora de casa, com apenas 14,58% de aproveitamento, com 2 vitórias, 1 empate e 13 derrotas.

Trata-se de um desafio a matemática, desde que a sua sustentação vem dos jogos na sua Arena com o gramado sintético, com 14 vitórias, 2 empates e 1 derrota, com 86,27% de aproveitamento.

O rubro-negro do Paraná é o maior exemplo do péssimo momento do futebol nacional, que por sua vez é o retrato de sua gestão, refletindo em todos os segmentos, inclusive matando a arbitragem nacional, que está sendo criminalizada por seus constantes erros.

Os jogos de baixo nível são muitos, inclusive entre as equipes que lutam para ficar no topo maior. No G4 a gangorra é menor, mas nas demais colocações é um sobe e desce constante, dificultando as análises das suas probabilidades.

Basta uma vitória de um, e uma derrota de outro, a tabela é modificada por conta da aproximação dos disputantes. Isso se dá tanto na parte de cima, como na debaixo, e com exceção de Santa Cruz e América-MG, vários clubes que lutam contra a degola participam dessa gangorra.

Numa rodada se distanciam, na outra voltam a zona do perigo.

Os ufanistas analisam de outra forma, inclusive citando o equilíbrio existente, e sobretudo que os públicos dos jogos vem melhorando. São análises grotescas.

Trata-se de uma¨Ode a Mediocridade¨. Na realidade isso só vem acontecendo por conta da luta contra o rebaixamento e de algumas promoções que trouxeram de volta os torcedores aos estádios.

Considerar que o Brasileirão por seu equilíbrio é positivo, é sem dúvidas um grande erro, desde que não se pode festejar o medíocre, o que aliás tornou-se uma rotina em nossa sociedade após tantos anos de governos populistas.

O futebol que faz parte do contexto também foi absorvido pelo que tem de ruim no sistema, acomodou-se com o que acontece nos gramados e fora desses, e não consegue reagir para muda-lo.

Como o Brasil, o futebol precisa de uma refundação, o que certamente não irá acontecer com os atuais gestores, tanto do país, como desse esporte. 

Lamentável.

Escrito por José Joaquim

Ao assistirmos na noite da última quinta-feira o jogo do Sport x Ponte Preta, observamos a pobreza técnica do futebol dos dois clubes, com muito pouco para se ressaltar. Craques como os antigos nem pensar.

São jogadores de medianos para baixo, esforçados, mas sem a qualidade necessária para a formação de uma referência para os torcedores. Mesmo entre os clubes considerados maiores, o número de atletas acima da média é bem reduzido. Craques só na promessa, como Gabriel de Jesus do Palmeiras.

Os esportes brasileiros em sua quase totalidade, passam por uma fase de ostracismo e pouca expressão. As referências são os espelhos para que uma nova geração tenha interesse em uma prática esportiva. E isso não existe hoje.

O futebol é o esporte que mais sofreu com o problema, desde que há anos não tem seu ídolo maior, o seu ponto de apoio. Hoje os jovens vibram com o que acontece no exterior, em especial no futebol da Inglaterra, Espanha e Alemanha. Messi, Cristiano Ronaldo são mais festejados do que qualquer profissional brasileiro da atualidade. Neymar saiu cedo do Brasil, e poderia ter sido o espelho que esse esporte tão necessita.

Na verdade tal fato não aconteceu apenas no esporte da chuteira. As demais modalidades também perderam as suas referências, com Oscar, Marcel, Hortência, Paula no basquete, Gustavo Kuerten no tênis, Ademar Ferreira da Silva e Joaquim Cruz no atletismo, abrindo vários espaços para a admiração de atletas estrangeiros. O voleibol foi a única exceção.

O espelho é fundamental numa sociedade. Começa com a família, quando os filhos tem como exemplo os pais, passa pela escola, onde os professores são admirados, e nas atividades esportivas sempre na busca de um ídolo.

O futebol brasileiro teve grandes mitos, e que motivava a sua prática. Pelé sem dúvidas foi o maior, mas a sua geração contemplava grandes nomes. Com a sua aposentadoria, o lugar ficou aberto até a chegada de Romário, Rivaldo, Ronaldo e Ronaldinho Gaúcho, e um pouco Neymar, que seguiu para o seu caminho europeu. Depois disso nada aconteceu. Esses enchiam os estádios. Um jogo com Pelé em qualquer cidade do Brasil era com lotação esgotada.

Na verdade os esportes refletem o Brasil no seu global. Um país degradado, apodrecido pela corrupção, com uma classe política que na sua maioria não merece o respeito da sociedade, e cujas cadeias irão ficar pequenas para abrigar muitos desses. Não existem espelhos.

A bola nunca foi tão maltratada, e por conta disso nos lembramos de uma frase de Didi, o maior armador do futebol mundial na sua época, quando dizia: ¨Me orgulho de nunca ter pisado em cima da bola, porque sempre a tratei com carinho¨.

Jogadores como esse fazem falta.